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TESTE: Rotwild R-EXC 2026

Desenhada nas provas mais duras da Taça do Mundo de Enduro no segmento ebikes, graças ao apoio da equipa Rotwild Schwalbe Gravity Team, a R-EXC tem a potência e a autonomia para superar as competições mais exigentes.

Iván Mateos // Fotos: César Cabrera

Testámos a Rotwild R EXC 2026
Testámos a Rotwild R EXC 2026

O que é que uma bicicleta elétrica de enduro precisa para ser competitiva numa prova? Potência, autonomia, leveza, eficiência, precisão, controlo e adaptabilidade. A Rotwild R-EXC cumpre todos estes requisitos. Trata-se de uma ebike com quadro leve em carbono, rodas mullet, suspensões de 170 mm à frente e entre 145 e 160 mm atrás, geometria ajustável, e motor Shimano, com uma autonomia que chega a 820 Wh. O quadro está disponível em duas versões, a Pro que testámos, com suspensões Fox Performance e grupo Shimano Deore XT mecânico, bem como a Ultra, com Fox Factory e Shimano Deore XT Di2. 

ROTWILD REXC PRO

O quadro é fabricado em carbono de alto módulo, portanto proporciona leveza, rigidez e durabilidade. É fabricado à mão e os acabamentos são soberbos, como é habitual na marca. A cablagem é encaminhada internamente, incluindo o fio do display Shimano e da mangueira de travão traseiro. A direção e o guiador são da conhecida marca e*thirteen.

A direção não tem bloqueador de rotação. Quanto ao tubo diagonal, onde está alojada a bateria, tem uma abertura na parte lateral direita. O carregamento da bateria é feito através de uma entrada na parte inferior, uma localização pouco habitual e exposta à acumulação de sujidade e lama. Por sua vez, o tubo vertical acomoda o espigão telescópico 8Pins, o qual pode ser ajustado em intervalos de 10 mm, aproximadamente. Esta bicicleta também inclui um portabidão com fixação Fidlock. 

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Na parte traseira a secção que mais dá nas vistas é o impressionante link, denominado Elevated Box Design. É fabricado em carbono, sendo oco por dentro. Este pivot tem rolamentos sobredimensionados de 32 mm, e são os maiores que já vimos numa bicicleta, além de estarem separados 90 mm entre si, para uma rigidez extrema. No lado esquerdo, junto ao pivot, um orifício permite o acesso à fixação inferior do amortecedor, caso tenhamos de fazer alguma manutenção. Quanto às escoras, estão unidas através de uma fixação tipo sanduíche, que também proporciona rigidez. No lado interno da escora direita existe um protetor de borracha, para evitar que a corrente bata diretamente no carbono, embora a corrente só toque realmente na escora mais elevada. O link principal é de alumínio e possui três posições para a colocação do amortecedor, o que permite selecionar um de três cursos disponíveis. 

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SISTEMA DE AMORTECIMENTO

O design do sistema de amortecimento não é um capricho estético, muito pelo contrário. Tem objetivos concretos, em termos de desempenho: por um lado, o pivot principal está localizado numa posição alta e longe da roda traseira (tal como acontecia nas bicicletas dos anos 90) para uma resposta mais sensível, fazendo com que a roda traseira siga uma trajetória mais aberta e coincidente com os impactos. A traseira é mais suave e eficiente, mas tem desvantagens, dado que a tensão da corrente puxa a roda em direção ao solo, causando rigidez e uma grande influência da pedalada no amortecedor em forma de oscilações. Para resolver esse problema, a Rotwild colocou uma junta do tipo horstlink na frente do eixo da roda, que estabiliza o amortecedor controlando a tensão da corrente, alcançando valores anti-squat entre 106 e 108% em todo o curso. Ou seja, a tensão da corrente fica praticamente neutralizada e o amortecedor move-se livremente. Quanto aos valores anti-rise, que determinam a influência da travagem no amortecedor, oscila entre os 65 e 49%, evitando que endureça quando travamos. Este sistema permite a utilização de 3 cursos: 145, 150 e 160 mm, para adaptar a bicicleta ao percurso que vamos percorrer. 

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Esta versão vem equipada de origem com suspensões Fox de gama alta. O acabamento Performance tem barras anodizadas pretas em vez das cobiçadas Kashima douradas, mas em compensação tem um elevado nível de personalização (em termos de regulações da compressão e recuperação em alta e baixa velocidade no cartucho Grip X2). No amortecedor podemos ajustar a compressão em alta velocidade, a recuperação e também possui uma pequena alavanca que possibilita um endurecimento rápido. 

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As ponteiras traseiras têm flipchips que permitem variar o comprimento das escoras 5 mm, passando de 436 para 441 mm, proporcionando mais agilidade ou mais estabilidade. 

SISTEMA ELÉTRICO

Esta Rotwild vem montada com um motor Shimano EP801 (85 Nm), que oferece uma relação peso/desempenho excelente. Tem oito modos de assistência à pedalada, todos eles personalizáveis na aplicação da marca. Trata-se de um motor com um apoio muito natural e suave, a sua potência é consistente, mesmo em exigências mais extremas e o único ponto negativo é o ligeiro ruído interno nas descidas. Este aspeto, além do binário - dado que a concorrência já oferece alternativas a rondar os 100 Nm - são os únicos contras deste EP801. 

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A bateria de 820 Wh utiliza células 21.700, que estão encaixadas num chassi de carbono. Pode ser facilmente extraída, bastando carregar num botão lateral do quadro. Esta bateria pesa 3.655g, um valor semelhante ao da Bosch PowerTube de 800 Wh que pesa 3,9 kg. 

MONTAGEM

A Rotwild está muito bem equipada, com marcas prestigiadas como a e*thirteen no guiador, avanço, cranques e pedais, enquanto a transmissão foi confiada ao grupo Shimano Deore XT. Os travões têm quatro pistões e as pastilhas bem como os discos são refrigerados, como não poderia deixar de ser numa bicicleta de Enduro. Os punhos e o selim são da Ergon e as rodas são Crankbrothers Synthesis Enduro, fabricadas em alumínio. Por sua vez, os pneus são os Continental Kryptotal R na versão 2.4, uma medida um pouco escassa tendo em conta que se destina a Enduro. No entanto, têm uma grande vantagem: provocam menos atrito e permitem atingir velocidades maiores. O pneu dianteiro tem um composto muito suave, enquanto o traseiro é suave, mas não tanto como o dianteiro. Além disso, as carcaças são reforçadas para DH, garantindo aderência e resistência. 

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A R.EXC está desenhada para competição. Não só pela sua solidez, mas também pelo sistema de amortecimento, fazendo com que seja muito confortável e absorvente tanto em provas de enduro como em zonas muito mais complicadas. Não é a típica e-bike que é capaz de tudo em terreno plano, mas quando o terreno se complica, está como peixe na água, mostrando ser muito eficaz nas descidas, sendo ágil e manobrável. A posição de condução foi bem escolhida tanto em termos de pedalada como de capacidade de sprintar após as curvas. Está muito bem montada, embora exista uma versão com mais glamour. Mas como está, não mudávamos nada. 

BATERIA DE 820WH

A Rotwild sempre se destacou por estar na vanguarda em termos de capacidade nas duas baterias. Esta E-EXC tem células 21.700 que estão alojadas dentro de um chassi de fibra de carbono. Pesa 3.655g e pode ser retirada através da parte lateral do tubo diagonal. Tem um formato peculiar, para aproveitar ao máximo o espaço dentro do quadro. 

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O MELHOR:

  • Detalhes do quadro.
  • Rolamentos de alta qualidade.
  • Geometria ajustável.
  • Montagem.
  • Bateria de 820Wh que pode ser extraída.

A MELHORAR:

  • Localização da entrada de carregamento da bateria.
  • Não é compatível com extender.
  • Pneus 2.4.
  • Ruído do motor Shimano.

 

FICHA TÉCNICA ROTWILD R-EXC

  • QUADRO: Fibra de carbono. 145/150/160mm de curso.
  • AMORTECEDOR: Fox Float X2 Performance.
  • SUSPENSÃO: Fox 38 Performance Elite. 170 mm de curso.
  • MOTOR: Shimano EP801. Cranques e*thirteen Plus. 160 mm.
  • BATERIA: IPU820 Carbon. 820Wh.
  • DISPLAY: Shimano EM800.
  • COMANDO: Shimano. Desviador Shimano Deore XT.
  • MANÍPULO DE MUDANÇAS: Shimano Deore XT.
  • CASSETE: Shimano CS6100. 11-51d. 12 vel.
  • PRATO: 34d.
  • CORRENTE: Shimano HG7100.
  • TRAVÕES: Shimano Deore XT M8120.
  • DISCOS: 203mm.
  • DIREÇÃO: Acros RW EXC 1.5.
  • AVANÇO: e*thirteen Plus 35. 50mm.
  • GUIADOR: e*thirteen Plus. 780mm.
  • SELIM: Ergon SM Enduro Comp.
  • ESPIGÃO DE SELIM: 8pins NGS2.0. 150 mm.
  • RODAS: Crankbrothers Synthesis Enduro.
  • PNEUS: Continental Kryptotal R 29x2.40” / 27,5x2.40”.
  • PESO: 23.985 Kg (tamanho M, com pedais e bidão).
  • TAMANHOS: S, M, L, XL.
  • CORES: Única.
  • PREÇO: 9.990€.

Poderás encontrar mais informações em Bicicletas eléctricas Bikelec e em www.rotwild.com.

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