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TESTE: MMR Quercus 10

Testámos a nova Quercus da MMR, uma bicicleta elétrica de trail em carbono com 800 Wh de autonomia.

Iván Mateos. Fotos: Alejandro Cubino

5 minutos

Já testámos a MMR Quercus 10

A MMR acabou de apresentar a nova Quercus e já tivemos a oportunidade de a testar. Esta é a ebike com mais curso, mais autonomia e com ADN específico para descidas desta marca espanhola. Se procuras algo mais leve, a Kaizen com motor Bosch SX e bateria de 400 Wh é a melhor opção, e se pretendes percorrer longas distâncias, a X-Bolt (com opções em 120 e 140mm), é a nossa escolha, graças aos motores potentes e baterias de 625 Wh. 

Esta Quercus vem equipada com um motor Bosch de 85 Nm e bateria de 800 Wh, com 150 mm de curso e rodas de 29 polegadas. Ou seja, mescla uma boa absorção nas descidas com um bom comportamento quando temos de pedalar. 

O quadro é totalmente fabricado em fibra de carbono, tanto no triângulo dianteiro como no traseiro, embora os links sejam de alumínio. O tipo de carbono utilizado é maioritariamente de módulo intermédio, ou seja, nem é o mais leve e rígido, nem o mais confortável e pesado, para um equilíbrio em termos de desempenho. 

Nos pontos onde é necessária mais rigidez, o quadro é reforçado com carbono de alto módulo. A MMR disse-nos que as fibras utilizadas são as melhores que se podem encontrar no mercado, do fabricante japonês Teijin. 

Se analisarmos os detalhes, encontramos uma direção com encaminhamento interno da cablagem, e bloqueio de rotação, para evitar que o guiador bata involuntariamente no quadro. A testa do quadro é volumosa e no caso do tamanho M, o tubo de direção mede 12,5 cm de altura, uma medida que proporciona solidez na parte dianteira e que eleva a posição de condução no guiador, para maior conforto. 

O braço basculante tem articulações Horst Link nas escoras, o que otimiza a resposta do sistema de amortecimento, aumentando a sensibilidade e a independência das forças de travagem e de pedalada. 

O sistema de fixação do desviador traseiro é o standard UDH e quanto ao espigão de selim é telescópico, com 34,9 mm de diâmetro. Este espigão tem 150 mm de curso nos tamanhos M e L e 120 no tamanho S. 

Se olharmos para os links do sistema de amortecimento, vemos claramente o trabalho de engenharia realizado, com foco na máxima rigidez. O pivô superior é largo, com os rolamentos muito separados. Os próprios links de alumínio são reforçados. 

OBJETIVO: TRAIL... MAS A DESCER

Geometricamente, a MMR Quercus está dentro dos valores standard do trail atual, com um ângulo de direção de 65 graus e de selim de 77 graus. Tem escoras de 455 mm, que proporcionam estabilidade. 

O sistema de amortecimento traseiro foi desenhado com uma curva em três fases. A parte inicial procura uma maior sensibilidade, a central é mais linear e absorvente e a parte final é mais progressiva, para evitar esgotar o curso violentamente. Se olharmos para o pivô principal, vemos que está situado numa posição relativamente elevada. Isto determina que nos primeiros centímetros do curso a roda traseira se desloque para cima e para trás, acompanhando a direção em que recebe os impactos, absorvendo-os com mais suvidade. 

As suspensões são da Fox. À frente está montada uma 36 Performance com cartucho Fit Grip e comando remoto (que inclui o modo de bloqueio). O amortecedor também tem um manípulo com duas posições, aberto e fechado, que não chega a bloquear totalmente. O espigão telescópico também é da Fox. 

CHEGA AOS 1.000 WH!

O motor é o Bosch Performance lice CX com 85 Nm de binário e que chega aos 600 watts. Dentro do tubo diagonal tem uma enorme bateria Bosch de 800 Wh que é suficiente para voltas longas, e nas voltas de média duração podemos usar à vontade os modos de assistência mais elevados. Também é possível comprar à parte um extender da Bosch, assim passarás a ter acesso a 1000 Wh de capacidade. 

Tem os modos de assistência habituais (Eco, Tour+, e-MTB e Turbo), que podemos selecionar a partir do comando remoto ou através do controlo situado no tubo horizontal. Além disso, através da aplicação Ebike Flow, para além de todas as funcionalidades que registam a atividade, podemos personalizar os modos de assistência. 

Podemos extrair a bateria, basta desmontar a tampa com uma chave sextavada e com a chave de segurança. Em todo o caso, podes carregar a bateria diretamente na bicicleta, através de uma entrada de carregamento situada perto do motor. 

O sistema elétrico Bosch Smart System inclui o display System Controller no quadro, que não está encaixado diretamente no tubo, para permitir a compatibilidade com outros componentes que serão divulgados futuramente. 

O comando remoto que permite alternar os modos de assistência não tem fios. Funciona graças a uma pilha. 

A MMR optou pelo display Purion 200, que possui um novo ecrã a cores e que inclui todas as funcionalidades habituais, além de indicações de navegação, desde que esteja emparelhado com o smartphone. 

BEM EQUIPADA

Está equipada com transmissão Shimano Deore XT (desviador e manípulo de mudanças), cassete Deore e os travões também são XT de 4 pistões, com discos standard não refrigerados de 200 mm. 

As rodas em alumínio também privilegiam o desempenho nas descidas, sendo robustas. São da marca portuguesa Rodi e incluem cubos Shimano. Têm 35 mm de largura interna, com olhais de aço nos raios. 

Os pneus são os Michelin E-Wild na medida 2.6, com composto de borracha E-Gum-X específico para o dianteiro e traseiro. A aderência e a tração são muito boas em todo o tipo de terrenos. 

Quanto ao seu comportamento, a Quercus é muito estável. Como é comprida e pesada, é fácil manter o equilíbrio em baixa velocidade, o que proporciona confiança em zonas técnicas. 

Pesa cerca de 26 kg em parte graças à generosa bateria de 800 Wh, às rodas e ao próprio quadro que foi reforçado. 

As suspensões absorvem bastante bem e são suaves, como é apanágio da Fox, sendo quase impossível esgotar o curso. Em descidas rápidas com muita pedra solta, sente-se um certo nervosismo, provavelmente devido ao peso extra, que não permite que a bicicleta siga a linha que escolhemos. Contudo tudo depende, obviamente, da velocidade que adotarmos. Se a deixarmos embalar em demasia, corremos esse risco de a deixar incontrolável, por isso ressalvamos que em bicicletas acima dos 22 kg é preciso gerir o andamento em zonas técnicas. 

No fundo, é uma ebike de trail com muita força, confortável - devido à posição de condução - e perfeita para os que têm um nível técnico moderado, mas que procuram aumentar a segurança nas descidas. Além disso, está preparada para suportar os maus tratos típicos de quem já tem um "kit de unhas". 

FICHA TÉCNICA

QUADRO Fibra de carbono. 150mm de curso.
AMORTECEDOR Fox Float X Performance.
SUSPENSÃO Fox 36 Performance. 150 mm de curso.
MOTOR Bosch Performance Line CX. Cranques FSA. Prato 34d.
BATERIA Bosch PowerTube 800Wh.
DISPLAY Bosch Purion 200.
COMANDO Bosch Mini Remote.
DESVIADOR Shimano Deore XT.
MANÍPULO DE MUDANÇAS Shimano Deore XT.
CASSETE Shimano Deore. 11-51d. 12 vel.
CORRENTE Shimano M6100.
TRAVÕES Shimano Deore XT M8120. Discos 200mm.
DIREÇÃO Acros.
AVANÇO RaceFace Ride 35.
GUIADOR RaceFace Turbine 35.
SELIM San Marco GND Dynamic.
ESPIGÃO DE SELIM Fox Transfer. 150 mm.
CUBOS Shimano.
RODAS Rodi 35mm.
PNEUS Michelin e-Wild 29x2.60”.
PESO 25,46 Kg (tamanho M com pedais).
TAMANHOS S, M, L.
CORES Bravo e Wasabi.
PREÇO 7.199€.
+INFO www.mmrbikes.com

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