Atualmente, a flexão do carbono substitui a necessidade de ter um ponto de articulação secundário no quadro, sendo este o método mais usado nas bicicletas de suspensão total para XC ou DownCountry. Até algumas bicicletas de trail já incluem este sistema, como certamente já deves ter reparado nos testes que publicamos na revista BIKE. A Merida também adotou este conceito, como podemos ver nas novas One-Sixty e One-Forty. E porquê? Porque torna o quadro mais simples e leve.


Esta é a principal inovação presentes nestes dois modelos, que marca uma viragem na marca, após um período de desenvolvimento prolongado. A One-Sixty destina-se ao Enduro, enquanto a One-Forty é uma bicicleta versátil, com um foco mais no Trail. Ambas têm mais curso do que as versões existentes até agora.

A One-Sixty tem 170 mm de curso na parte dianteira e 161 mm na traseira e vem com rodas 29". Na configuração mullet (29" à frente e 27,5" atrás) o curso passa para 172 mm. Por sua vez, a One-Forty, com rodas de 29", tem 150 mm de curso à frente e 143 mm atrás.

Apesar de serem duas bicicletas diferentes, partilham os mesmos detalhes e conceção. Por exemplo, ambos possuem o sistema Flexstay na parte traseira, tanto nos modelos de carbono como de alumínio.

O design de ambas faz com que a quantidade de flexão que as escoras tenham de suportar seja, na realidade, menor do que na própria bicicleta de XC da marca, a Ninety Six. Além disso, durante a fase de teste dos protótipos, a marca alega que ao comparar os diferentes sistemas, verificou que o efeito da ausência de articulação secundária sobre a suavidade do amortecedor é insignificante.

A nível geométrico, a Merida segue as tendências atuais, ou seja, tem um Reach maior, um ângulo de direção mais suave e um ângulo de selim mais verticalizado. Os tamanhos seguem um conceito próprio, seguindo aquilo que, por exemplo, a Specialized está a adotar (S-Sizing). Ou seja, podemos escolher um modelo com mais Reach para termos mais estabilidade e espaço ou um modelo com menos Reach para mais agilidade. Este sistema de geometria/tamanho é denominado Agilometer.
Tudo isto é possível devido a outra das grandes novidades da Merida: ambas têm um stack reduzido, que permite adaptar-se a diferentes alturas. Paralelamente há outro aspeto a destacar: o espigão telescópico ajustável.

O espigão telescópico Team TR pode chegar a ter um curso de até 230 mm, mas podemos ajustá-lo consoante as nossas preferências. Além de um sistema prático, esteticamente é mais agradável. Além disso, com esta possibilidade de ajustar a altura do espigão e do avanço, é possível que diferentes tamanhos de quadros sejam válidos para mais tamanhos de ciclistas, dependendo das preferências de condução.
Como referimos antes, a One-Sixty permite montar rodas mullet. Para tal é necessário modificar o flip chip, de modo a tornar possível esta adaptação.


Há vários detalhes em cada uma destas bicicletas que demonstram muito cuidado na sua conceção, especialmente em termos de proteção, como podemos ver nas escoras, no tubo diagonal, na articulação principal, na zona de armazenamento localizada na parte inferior do tubo diagonal e no habitáculo para multiferramentas debaixo do selim.

Mas há mais detalhes, tudo depende da montagem escolhida. Há um porta-bidon magnético (Fidlock), guardalamas e local para alojar uma câmara de ar de substituição.


A gama é ampla (5 montagens One-Sixty e 6 montagens One-Forty), com modelos de carbono e de alumínio. Os primeiros modelos chegam a Portugal em Outubro.
Poderás saber mais detalhes em www.merida-bikes.com.