Tivemos a oportunidade de testar a nova Cannondale Moterra SL nos nossos trilhos habituais, mas antes assistimos em exclusivo nacional à apresentação da marca norte-americana que decorreu no nosso país, mais precisamente em Braga. Embora o modelo Moterra não seja novo, esta nova geração denominada SL é na verdade uma evolução do modelo de Trail com os seus 150 mm de curso e rodas de 29 polegadas que todos conhecemos.
E esta Moterra SL não vai substituir a atual, ambas vão coexistir na gama, ampliando assim a oferta da marca.
QUAL É O OBJETIVO DESTA MOTERRA SL?
A proposta da Cannondale com esta Moterra SL é oferecer ao mercado uma eBike Full Power com a máxima autonomia, mas que seja ao mesmo tempo leve e fácil de manobrar. Esta não foi uma tarefa fácil, dado que, como todos sabemos, as eBikes desta categoria, ou seja, com elevadas autonomias e potências, costumam pesar bem mais do que 23 kg e têm uma inércia considerável.
Por isso mesmo, foi dada carta branca aos engenheiros da marca no desenvolvimento da Moterra SL e esta é, segundo os responsáveis da mesma, a eBike mais leve que construíram até hoje. Mas este objetivo atingido pela marca também é um marco neste segmento, dado que até agora ou tínhamos de optar por uma bicicleta elétrica ágil e leve ou optávamos por uma eBike com muita autonomia e potência. Em regra, agilidade e manobrabilidade não estavam associadas a eBikes com elevada autonomia e torque.
Testámos a nova Moterra SL nos trilhos de Braga.
Assim, convém distinguir as duas Moterras que definem esta gama. A versão que conhecemos até hoje permanece no catálogo como um modelo mais estável, clássico, com 150 mm de curso nos dois eixos e com versões com quadro em alumínio e carbono. Por outro lado temos a nova Moterra SL, que é uma eBike mais radical, dinâmica e leve. Tem uma elevada autonomia, um excelente comportamento em trilhos técnicos e um leque de preços mais elevado, dado que só está disponível com quadros em carbono.
Este modelo é vendido na configuração Mullet (roda dianteira de 29" e traseira de 27,5"), para reações, acelerações e comportamento geral mais dinâmico. Em todo o caso, graças a um flip chip localizado entre o basculante e o link, a bicicleta também pode ser montada com uma roda traseira de 29 polegadas se o cliente preferir. Tem 160 mm de curso à frente e 150 mm atrás, valores otimizados para esta configuração Mullet, embora a sua geometria seja, do nosso ponto de vista, o que mais sobressai.
A Moterra SL tem um ângulo de direção de 62,5º ajustável em cerca de 1.2º através de um casquilho com duas posições situado na própria direção. Este ângulo proporciona uma resposta brutal nas descidas e não é por acaso que é um dos ângulos mais adotados pelas bicicletas de DH. Quanto ao ângulo do tubo de selim está mais vertical, ou seja, 77º, o que beneficia a pedalada.
O quadro de fibra de carbono da Moterra SL é mais leve do que o de carbono da sua irmã Moterra, sobretudo devido à otimização do carbono utilizado e à tecnologia Flex Pivot. Obviamente, isto encarece o preço, se compararmos com a Moterra tradicional, que possui versões com quadro em alumínio.
A tecnologia Flex Pivot substitui o ponto de flexão do tipo Horst Link da Moterra convencional. Basicamente consiste num achatamento das escoras para proporcionar flexão. O resultado é uma excelente tração em terreno mais acidentado e uma redução de peso se compararmos com o sistema Horst Link.
Quanto à construção do quadro, como é habitual na Cannondale, foi adotado o Proportional Response, que consiste num design específico do posicionamento das camadas de carbono para que todos os tamanhos proporcionem os mesmos rácios em termos de rigidez e desempenho.
Nesta imagem podes ver a geometria da nova Moterra SL:
MOTORES SHIMANO EP801
A nova Moterra SL tem uma configuração de elevada potência, graças ao motor Shimano EP801 montado de origem em toda a gama. Tem um torque de 85 Nm, picos de potência que chegam aos 600w e quanto à bateria trata-se de uma versão personalizada pela Darfon para a Cannondale que proporciona 601 Wh de autonomia. Este motor possui quatro modos base - Eco, Trail, Boost e Turbo -, sendo possível configurar através da aplicação e-Tube Project da Shimano.
TODA A GAMA MOTERRA SL
O modelo topo de gama é o LAB71 (o nome faz referência ao ano de fundação da empresa).
Moterra SL LAB71
Na Moterra, a versão LAB71 possui o mesmo quadro do que a restante gama, mas inclui uma montagem exclusiva, sem cabos à vista e com uma pintura especial. Serão comercializadas poucas unidades desta coleção.
Quadro: Carbon SL1 / Grupo: SRAM AXS X0 / Suspensões: FOX Factory / Espigão telescópico: RockShox Reverb AXS / Travões: SRAM Code Ultimate Stealth
Moterra SL 1
A Moterra SL 1 é a opção - digamos assim - topo de gama mais acessível. Não tem a exclusividade da LAB71 nem componentes tão caros, mas é uma super eBike potente e leve. E os acabamentos são de elevada qualidade.
Quadro: Carbon SL1 / Grupo: SRAM AXS X0 / Suspensões: FOX Factory / Espigão telescópico: Cannondale Low Down / Travões: MT7-4 pistões
Moterra SL 2
A Moterra 2 é o modelo mais básico da gama SL, apesar de estar montada com componentes de elevada qualidade. É a versão mais acessível deste segmento.
Quadro: Carbon SL1 / Grupo: Shimano XT e SLX / Suspensões: FOX Performance / Espigão telescópico: Cannondale Low Down / Travões: MT5-4 pistões
Poderás obter mais informações em cannondale.com.
