Parecia que tudo estava sob controlo, mas Remco Evenepoel (Soudal-Quick Step) não contava com um contra-ataque da Jumbo. Quando os ciclistas chegaram à dura subida de Xorret de Catí, a última das cinco subidas da oitava etapa, a Soudal tentou destronar a Jumbo-Visma, mas nessa altura Sepp Kuss atacou, obrigando Evenepoel a desgastar-se a tentar caçar o norte-americano. Mesmo assim, não perdeu a calma e não explodiu, conseguindo manter um andamento elevado, tendo sido batido na linha de meta somente por Roglic.
Evenepoel confessou que não gostou de ficar desacompanhado na parte final, dado que tanto a Jumbo como a UAE Emirates tinham três elementos na frente de corrida. Aliás, a frescura da Jumbo-Visma é assombrosa e isso ficou notório no sprint de Primoz Roglic e no facto de no final estar contente, algo que nunca faz.
Na roda de ambos, Juan Ayuso (UAE Team Emirates) continua com o seu plano, de ir pouco a pouco, de menos a mais. No final confessou que está com boas sensações e aparenta ser o homem da equipa dos Emirados mais forte atualmente, embora Soler esteja na segunda posição da geral.
Também Enric Mas (Movistar) conseguiu estar com os melhores, apesar de mais uma vez mostrar grandes debilidades nas descidas e Jonas Vingegaard não mostra fragilidades. Por seu lado, João Almeida esteve por vezes mal colocado e sofreu muito para se manter no grupo dos favoritos, mas conseguiu - como é seu apanágio - demonstrar que nos momentos decisivos está sempre lá, mesmo que momentaneamente descole.

Destaque ainda para Rui Costa (Intermarché) que esteve na fuga do dia e foi um dos últimos fugitivos a ser apanhado, já na subida final. Caso o grupo de fugitivos não tivesse sido apanhado, esta seria a etapa certa para o luso lutar pela vitória, devido às suas características.
Como Lenny Martínez (Groupama-FDJ) não aguentou o ritmo dos ciclistas mais fortes, perdeu tempo e Sepp Kuss (Jumbo-Visma) é o novo líder.
O segundo da geral é Marc Soler e Lenny Martínez é agora terceiro, a 1 minuto de Kuss. João Almeida é 11º, a 3m09.