O português Rui Oliveira, da equipa UAE Team Emirates, celebrou ontem um dos momentos mais emocionantes da sua carreira, naquela que seria a sua primeira vitória como ciclista profissional de estrada, embora já tenha no seu currículo inúmeras medalhas em pista, incluindo a medalha de ouro em Madison nos Jogos Olímpicos de Paris. O luso sprintou vigorosamente na reta final da segunda etapa da Volta à Eslovénia, disputada entre Velenje e Rogaška Slatina (162,7 km) e cortou a meta em primeiro.
Mas passados poucos minutos, os comissários literalmente deitaram um balde de água fria na felicidade do luso, desclassificando-o por sprint irregular e colocando-o na sexta posição, ou seja, no último dos que disputaram a vitória. Os comissários alegaram que Rui Oliveira desviou a sua trajetória e estorvou Fabio Christen, que foi o segundo a cortar a meta. Após esta decisão, o suíço da Q36.5 passou a ser o vencedor da etapa, além de ser o novo líder da prova eslovena (algo que iria acontecer mesmo que Oliveira não fosse sancionado, graças aos segundos de bonificação que acumulou).
Confessamos que esta decisão dos comissários causou alguma polémica e até revolta, mas após consultarmos as imagens em câmera lenta, é possível ver que a trajetória do luso seguia na diagonal e depois foi corrigida, mas se analisarmos em mais detalhe, vemos que - e esta parte é vital no processo de decisão dos comissários - a envolvência de Oliveira (bicicleta, mais corpo e ombros do ciclista) entra claramente na trajetória do suíço, colocando em risco a sua integridade. Portanto, do nosso ponto de vista, está correta esta decisão.
Rui Oliveira crossed the line first, but was relegated. Stage 2 win goes to Fabio Christen. #TourOfSlovenia pic.twitter.com/M37K7RKLhA
— Eemeli (@LosBrolin) June 5, 2025
O FILME DA JORNADA
O momento decisivo da etapa chegou a cerca de 20 km da meta, numa altura em que os ciclistas enfrentavam um constante sobe e desce e foi nessa altura que Stored Bax (ciclista da Q36.5) atacou, levando na sua roda Rui Oliveira. Ambos conseguiram ganhar alguma vantagem e passados dois quilómetros outros cinco ciclistas saltaram do pelotão - Fabio Christen, Felix Grossschartner (UAE), Jakob Omrzel (Bahrain), Tao Geoghegan Hart (Lidl-Trek) e Anders Halland Johannessen (Uno-x) -, os quais conseguiram unir-se ao duo da frente, perfazendo sete elementos.
Com dois elementos da Q36.5 e dois da UAE houve entendimento neste grupo e o pelotão principal - que já não tinha Dylan Groenewegen, após este ter descolado - foi incapaz de fazer a perseguição. A 5 km da meta, os sete elementos tinham 45 segundos de vantagem e já todos sabiam que a vitória seria decidida entre eles. Fabio Christen lançou o sprint de longe, mas foi batido por Rui Oliveira, que rematou a vitória apesar do protesto do suíço da Q36.5 após este se ter desviado da sua trajetória e estorvado a sua progressão.
Os juízes analisaram as imagens e deram a vitória a Fabio Christen, que soma o seu segundo triunfo como ciclista profissional após ter estreado o seu palmarés na Volta a Murcia deste ano. O segundo foi Anders Halland Johannessen e o terceiro Ta Geoghegan Hart. O pelotão cortou a meta passados 53 segundos.
O suíço de 22 anos lidera a classificação geral com 21 segundos de vantagem sobre Johannessen e 25 sobre Geoghegan Hart.
A terceira etapa vai ligar Majšperk y Ormož (173 km) e tem um percurso maioritariamente plano, apesar de incluir duas subidas de quarta categoria e uma pequena ascensão a 15 km da meta que poderá causar alguns danos no grupo dos favoritos.
CLASSIFICAÇÕES
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