No Velódromo de Ballerup, Rui Oliveira enfrentou um dia longo de competição, participando nas quatro provas que compõem a disciplina de Omnium: Scratch, Prova de Tempo, Prova de Eliminação e Prova por Pontos.
O primeiro desafio foi a corrida de scratch, com 40 voltas à pista. Apesar de bem posicionado inicialmente, Rui enfrentou um contratempo quando o parafuso do selim partiu numa fase crucial, impedindo-o de disputar os primeiros lugares. Não obstante, terminou a prova na 5ª posição. Na prova de tempo, o ciclista português ficou em 9º lugar, somando mais pontos à sua classificação geral.
“Fiquei a 4 pontos do pódio, na primeira corrida, ia discutir o primeiro lugar, mas o parafuso do selim partiu-se, arredando-me para 5º lugar, isso dava-me mais 8 pontos. Esses 8 pontos, se calhar podiam ter feito a diferença e podia estar com a medalha ao peito. É frustrante.”
Foi na corrida de eliminação que Rui conseguiu destacar-se, terminando na 2ª posição e acumulando 94 pontos, o que permitiu subir para o 4º lugar na classificação geral.

Na última prova do dia, a corrida por Pontos, destacou-se nas primeiras 40 voltas, chegando a liderar a competição. No entanto, à medida que a corrida se prolongava, vários ataques de outras nacionalidades foram bem-sucedidos. O cansaço acumulado ao longo do dia começou a afetar o atleta português, que desceu gradualmente na tabela classificativa nas últimas voltas.
O atleta faz um balanço da corrida admitindo que as sensações foram boas e talvez isso o tenha feito precipitar na última corrida do dia.
“Conseguir logo uma volta de início, talvez por ter boas pernas precipitei-me, isso fez com que gastasse toda a energia que tinha e nas últimas 30 voltas só tentei sobreviver.”
Rui Oliveira, tentou gerir as suas forças de forma a conseguir manter-se na discussão e refere a dificuldade nesta gestão.

Apesar disso, Rui Oliveira alcançou a sua melhor prestação na disciplina de Omnium em Campeonatos do Mundo de Pista, terminando na 6ª posição com 124 pontos, a apenas 4 pontos da medalha de bronze.
“Foi a minha melhor corrida de sempre de Omnium em Campeonatos do Mundo a este nível.”
Rui Oliveira, campeão olímpico, chegou a estes Mundiais com uma nova pressão em relação à sua forma, revelando que ainda lhe custa acreditar que é detentor de um título olímpico. Durante toda a competição, o ciclista português esteve sob os holofotes, como ele mesmo admite. Essa visibilidade trouxe consigo expectativas elevadas, refletindo a importância do seu desempenho após a conquista em Paris.
“Toda a gente estava um pouco em cima de mim, principalmente depois da eliminação que fiz, mas tive boas pernas e consegui fazer a minha corrida. Consegui dar logo uma volta (corrida por pontos), a partir daí fiquei com uma responsabilidade muito grande. Estava em primeiro, todos os olhos estavam em mim, foi uma situação complicada. Nas últimas 30 voltas sofri como não sofria há muito tempo”.
Da sua prestação na discussão pelas medalhas no Omnium, Rui assume: “Mostrei a todos os portugueses que estive na luta pelas medalhas com os melhores do mundo e portanto, mostra que o título olímpico não caiu por acaso.”
