Ainda que a sua presença não esteja confirmada para a Vuelta a España que começa no próximo dia 24 de Agosto em Torrevieja, Richie Porte não pára de treinar. Depois de uns dias de recuperação a seguir ao Tour de France, o ciclista australiano surpreendeu-nos com uma pequena loucura: um Everesting. Este desafio significa superar os 8848 m de altura do Evereste através de várias subidas até se alcançar esse valor de acumulado. Para esta proeza, Porte escolheu a subida ao Col de la Madone.
No total, foram 16h20m, dos quais 14h22m50s a pedalar, para percorrer 270,95km e subir um total de 9012 metros, um pouco além do que "manda" o desafio. Para conseguir este acumulado, Porte teve de subir dez vezes e meia a famosa subida em França.
Aliás, o próprio Richie Porte detém o melhor tempo no Strava para esta subida, seguido por Chris Froome e outros 10353 ciclistas profissionais e amadores que já registaram esta subida na famosa aplicação.
Mas desta vez, e tendo em conta a gestão de esforço, Porte adotou um ritmo mais suave. Aliás, a melhor das 10 subidas completas demorou ainda assim 17 minutos a mais que o seu melhor tempo. E ainda que Porte normalmente registe as suas atividades no Strava, desta vez não podemos ver nem os batimentos cardíacos nem os dados de potência, algo que é normal os profissionais esconderem.
Um companheiro ilustre, Cameron Wurf
Nesta aventura, Porte contou com a companhia de Cameron Wurf, ex-ciclista agora dedicado ao triatlo, que aliás detém o melhor tempo no segmento de ciclismo do Campeonato do Mundo Ironman no Hawai com 4h09m6s a 43,6 km/h de média, conseguido na edição de 2018.
Esta loucura dos dois australianos serviu para comemorar o 36º aniversário de Wurf. E não é a primeira vez que os dois naturais do estado da Tasmânia se juntam para celebrar, de modo exótico, no mínimo, um aniversário. Em 2014, no dia que Porte celebrava 29 anos, planearam uma "voltinha" de 365 km a começar em Launceston, onde Porte nasceu. E gostaram tanto que só pararam nos 403 km, ainda que dessa vez o acumulado tenha sido mais discreto (4500 m).
No caso de Wurf podemos ver tanto a potência (média de 165 W e máxima de 444 W) como o registo de pulsações, que no seu caso foi de 99 bpm de média e 140 bpm de máxima, dados que demonstram que, apesar da dureza do desafio, foi feito com "uma perna às costas"!