Competição

Pogacar promete: "Vou continuar a dar luta"

Após ter perdido a camisola amarela, o esloveno da UAE prometeu responder, atacando na etapa de ontem na mítica subida ao Alpe d´Huez, mas sem êxito. "Ainda faltam muitas etapas e estou pronto para a guerra".

Carlos Pinto

2 minutos

Pogacar promete: "Vou continuar a dar luta"

Com a sua equipa estilhaçada e a moral em baixo após o desfalecimento na etapa de anteontem, nota-se claramente que o orgulho de Tadej Pogacar foi colocado em cheque. Por isso, ontem - tal como tinha prometido - atacou na subida ao Alpe d´Huez, embora o novo líder da prova, Jonas Vingegaard, tenha respondido com solidez. Apesar de não ter conseguido encurtar a diferença de tempo para o dinamarquês da Jumbo-Visma, o esloveno disse que continuará a lutar até ao fim.

"Depois de tudo o que se passou, a minha autoconfiança não estava a cem por cento. Precisava de a recuperar e gostaría de ter estado um pouco melhor nesta etapa. Mesmo assim, as sensações foram boas. Ainda falta muito Tour e estou pronto para a guerra", disse o ciclista da UAE Team Emirates, equipa que hoje ficou sem o seu diretor Joxean Matxin, que deu positivo ao Covid 19. Esta é mais uma baixa, numa formação fortemente atacada pelo coronavírus. 

Pogacar reconheceu no topo do Alpe d´Huez o poderio de Vingegaard: "É um ciclista muito forte, um dos melhores do mundo". Mas assegurou "Vou procurar a fórmula para encurtar o meu tempo perdido".

O esloveno não revelou qual foi o problema que sofreu na subida de Granon, mas disse que já sabe o que é que aconteceu e que não voltará a suceder. "O que se passou não voltará a acontecer. Gastei demasiada energia no Galibier. Agora estou numa posição diferente e tenho de atacar. O Jonas está numa forma impressionante, mas nós vamos estar na guerra até ao fim. Vou dar tudo por tudo".

Pogacar está agora em segundo lugar na classificação geral, dado que o francês Romain Bardet perdeu 20 segundos no Alpe d´Huez. O esloveno continua a 2m22 do camisola amarela, uma distância que espera conseguir encurtar nas etapas de montanha dos Pirenéus na próxima semana. 

 

Por seu lado, Vingegaard abordou os ataques da etapa. "Já esperava que o Tadej me atacasse hoje, tal como espero que faça o mesmo durante as próximas duas semanas. Tenho a sorte de ter uma equipa que me apoia e que provavelmente é a melhor deste Tour, como ficou bem visível ontem e hoje. Tenho uma confiança enorme nos meus companheiros. Mas, mais tarde ou mais cedo, a prova vai ser decidida num "mano a mano" com Pogacar... e nesse dia tenho de estar muito forte para conseguir ganhar", explicou na meta o ciclista da Jumbo Visma. 

"Tive pernas para seguir os ataques do Tadej na última subida, mas não sabia se ía ter forças para o deixar para trás e não queria mostrar vulnerabilidade. O que é que poderia acontecer se eu tivesse contra-atacado e ele me tivesse ultrapassado?", acrescentou.

Quanto à inesquecível etapa de quarta feira, na qual alcançou a liderança da prova, explicou: "foi difícil dormir com a emoção de vestir a camisola amarela. Hoje foi um dia duro, com muito desnível acumulado, mas também foi um dia bonito por todo o apoio que recebi. Estão milhares de adeptos dinamarqueses na estrada e foi arrepiante ver o apoio deles". 

 

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