A partida oficial da Volta a França de 2023, que decorreu no País Basco (nos dias 1, 2 e 3 de Julho), gerou um impacto económico de 103,9 milhões de euros, ou seja, um retorno muito elevado se tivermos em conta os 12,2 milhões investidos pelas instituições bascas para este evento.
Este é o dado que mais salta à vista no relatório realizado pela empresa Ikertalde para o comité organizador que foi apresentado em Bilbao por Bingen Zupiria, conselheiro de Cultura e Política Linguística do Governo Basco, num ato no qual foi acompanhado, entre outros representantes institucionais, pelo Presidente da Câmara de Bilbao, Juan Mari Aburto.
Zupiria referiu que, dos 103,9 milhões, 16,8 milhões foram do "impacto direto em gastos da organização" através de 113 contratos de serviços dos quais "cerca de 92%, num total de 104, foram geridos por empresas bascas".
Além disso, foram gerados "cerca de 54 milhões de impacto indireto", ou seja, pernoitas, compras, transportes ou atividades realizadas tanto por pessoas "que pertenciam ao Tour ou que nada tinham a ver com a organização, bem como pelo público local". A Comunidade Autónoma Basca teve também uma contribuição para o PIB de "58,2 milhões de euros" e um montante de 19,5 milhões foram recuperados através de impostos.
Quanto ao impacto social da partida no País Basco, o relatório destaca que "91% dos cidadãos bascos estiveram a favor da organização desta partida oficial e que 80% sentiu orgulho" de a prova ter percorrido as estradas bascas. Além disso, "cerca de 85% considera que deveriam ser realizados mais eventos semelhantes". Nesse sentido, o conselheiro assinalou que "Bizkaia, Bilbao e Athletic, Gipuzkoa, Donostia e a Real Sociedade estão a lutar para acolher o Mundial de 2030 que decorrerá em Espanha, Portugal e Marrocos" e realçou que o Governo Basco "apoia as duas opções, obviamente".
Quanto à assistência das etapas (em direto), com partidas ou chegadas em Bilbao Vitoria, San Sebastián e Amorebieta, os dados são claros: perto de um milhão de pessoas - mais precisamente 988.000 - estiveram na estrada a apoiar os ciclistas, dos quais "cerca de 30% eram visitantes, vindos de fora de Euskadi".
Além disso, 45.000 pessoas estiveram na apresentação oficial das equipas no dia 29 de Junho na esplanada do Museu Guggenheim e 106.000 visitaram o parque onde estavam as equipas em El Arenal, um "valor histórico e que superou as 78.000 pessoas presentes em Bruxelas em 2019".
Por último, o relatório refere que se estima que 4,1 milhões de pessoas viram as três primeiras etapas pela televisão, uma audiência repartida através de quase "200 canais" e 300.000 visitantes únicos acederam ao site oficial o que, juntamente com a repercussão nas redes sociais, supõe um "contravalor económico equivalente gerado por esta audiência que se estima em 115,2 milhões de euros".
