Antes do início desta 12ª etapa da Volta a Espanha, o pelotão fez uma homenagem a Manolo Azcona, fundador em 1993 da AD Galibier, estrutura que deu origem à famosa equipa de desenvolvimento Lizarte (que agora se chama Equipo Finisher) e que por sua vez gerou a equipa profissional Kern Pharma, o qual faleceu durante a noite aos 71 anos. Em memória de uma figura incontornável do ciclismo espanhol foi guardado um minuto de silêncio na linha de partida, ficando todos os ciclistas da equipa ProTeam navarra na primeira fila, bem como outros que já passaram pela equipa Lizarte: Richard Carapaz, Marc Soler, Roger Adrià, Jorge Arcas e Óscar Rodríguez.
Algumas horas depois, Pablo Castrillo - que também fez a sua formação na Lizarte - levantou os braços visivelmente emocionado na meta em Manzaneda, alcançando a primeira vitória histórica para ele (foi a sua primeira vitória como ciclista profissional) e para a Kern Pharma (neste caso, foi a primeira vitória numa grande volta).
Esta vitória carregada de emoções fortes premeia os anos de trabalho árduo e amor a esta modalidade, servindo de sentida homenagem a uma pessoa que tudo fez para que o ciclismo evoluísse. Nesta jornada, o ciclista de 23 anos entrou na fuga do dia juntamente com Marc Soler (UAE Team Emirates), Jhonatan Narváez e Óscar Rodríguez (INEOS Grenadiers), Mauri Vansevenant (T-Rex Quick Step), Carlos Verona (Lidl-Trek), Mauro Schmid (Jayco-AIUIa), Louis Meintjes (Intermarché-Wanty), Max Poole (Team DSM-Firmenich PostNL) e Harold Tejada (Astana-Qazaqstan). Nenhum se intrometia nas contas da geral - o melhor classificado era Tejada, que estava a 17m32 - por isso, o pelotão autorizou esta aventura, ganhando uma vantagem que superou os dez minutos.
A vitória foi decidida entre eles na Estação de Manzaneda, uma subida longa de 15,4 km a 4,7%, com a secção mais dura na parte final. Desde o início da subida começaram os ataques, com Carlos Verona a ser o primeiro a conseguir ganhar alguma vantagem. Depois, foi a vez de Castrillo atacar a 10 km da meta, seguindo no seu encalce Mauro Schmid.
Jhonatan Narváez, Max Poole e Marc Soler apanharam Schmid a cerca de 3 km da meta, e tentaram apanhar Castrillo, que estava a 27 segundos. Mas nessa fase estavam a entrar na parte mais dura da subida, com 2 km a 7 e 8%, mas com rampas que chegavam aos 12%! O ciclista da Kern Pharma aguentou o ritmo e como não havia entendimento no quarteto perseguidor, seguiu isolado.
O espanhol acabou por ganhar a jornada fazendo uma emotiva dedicatória a Manolo Azcona.
Max Poole cortou a meta a 8 segundos, Marc Soler a 16s e depois os ciclistas foram chegando a conta gotas. O grupo principal cruzou a meta a 6m31 com todos os favoritos, dado que não houve ataques na subida. Pudera, como a 13ª etapa vai ter uma chegada duríssima em Ancares, foi necessário poupar forças.
A 13ª etapa desta sexta feira entre Lugo e Puerto de Ancares (175,6 km) terá três subidas como aperitivo (Alto Campo de Arbre, O Portelo e Llumeras) antes da subida final a Ancares pela vertente leonesa, inédita na Volta a Espanha, com 7,5 km a 9,3% de pendente média e com rampas que chegam aos 15%, com os últimos 5 km a uma média de 12%. Será uma chegada muito dura que deverá provocar alterações na classificação geral.
CLASSIFICAÇÕES
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