A caravana da Volta a França vai descansar hoje em Montpellier e a partir de amanhã os ciclistas vão enfrentar as seis etapas que faltam e que vão sentenciar a classificação geral.
Se nada de estranho ocorrer nos próximos dias, Tadej Pogacar vai sagrar-se vencedor em Paris (no domingo) vencedor do Tour 2005, o quarto no seu palmarés. O esloveno da UAE Emirates-XRG tem demonstrado ser claramente o mais forte, como comprovam as quatro etapas que ganhou e os três segundos lugares. Durante esta semana o Tour terá três chegadas em alto que podem ampliar as suas vitórias no Tour.
Na classificação geral, Pogacar tem 4m13 de vantagem sobre Jonas Vingegaard, o seu grande rival e o único que pode dar luta nos duelos de montanha. O dinamarquês da Visma não esteve ao seu nível habitual no contrarrelógio de Caen e na etapa do Hautacam, mas esteve em bom plano na cronoescalada de Peyragudes e na etapa raínha nos Pireneus, onde chegou junto a Pogacar na reta da meta. Por isso mesmo, está no segundo lugar. É claramente o segundo melhor ciclista neste Tour, e ainda falta saber se conseguirá, com a ajuda dos seus companheiros da Visma, tentar uma ataque demolidor contra Pogacar numa das etapas alpinas.
O maior interesse da última semana está na luta pela terceira posição do pódio, dado que, após o abandono de Remco Evenepoel, o alemão Florian Lipowitz (Red Bull-BORA) é o que está em melhor posição, fruto das suas exibições no Hautacam, Peyragudes e Luchon-Superbagneres, tendo subido do oitavo para o terceiro lugar da geral. Lipowitz confessou que não contava estar nesta posição, até porque na reunião prévia ao início do Tour, não foi delineado nenhum objetivo em termos de classificação.
Lipowitz tem uma vantagem de 1m25 sobre o britânico Oscar Onley (Team Picnic PostNL), uma das grandes surpresas deste Tour, e 2m28 sobre o francês Kevin Vauquelin (Arkéa-B&B Hotels), que está no top 5. Por sua vez, Primoz Roglic, o teórico chefe de fila da Red Bull-BORA, está a 2m41, e aparentemente perdeu o lugar de líder da equipa alemã, que agora passa a pertencer ao seu colega de equipa de somente 24 anos de idade. Atrás do esloveno está Felix Gall (Decathlon AG2R La Mondiale), a 4m07 de Lipowitz e Tobias Halland Johannessen (Uno-X Mobility), a 4m40.
Como referimos, os dois primeiros lugares do pódio parecem estar entregues e o terceiro é aquele onde residem mais dúvidas e esta semana que falta vai ser decisiva, sobretudo as três etapas de montanha com chegadas em alto: Mont Ventoux, Col de la Loze e La Pagne. Sobretudo estas duas etapas finais poderão ser uma autêntica dor de cabeça, se algum favorito tiver um dia mau (neste tipo de montanhas, perde-se facilmente mais de um minuto).
A 17ª etapa será plana e poderá ser ideal para uma chegada ao sprint, a 20ª será quebra-pernas - ideal para uma fuga - e a jornada final dos Campos Elíseos (Paris) terá uma tripla passagem pela subida de Montmartre (1,1 km a 5,9%), o que vai apimentar uma etapa que tradicionalmente era gerida com tranquilidade e finalizada com um sprint, mas que desta vez dificilmente terá sprinters puros capazes de aguentar tanta dureza.
ETAPAS QUE FALTAM
AS ETAPAS DA TERCEIRA SEMANA DO TOUR
