Apesar de Mathieu Van der Poel ser claramente um dos favoritos à vitória, a vitória de ontem não deixa de ser surpreendente e espetacular. O ciclista da Alpecin-Fenix ganhou pela segunda vez o Tour de Flandres, um dos principais Monumentos do Ciclismo, ainda por cima ao sprint. Quanto a Tadej Pogacar (UAE Team Emirates) deu espetáculo, atacando nas subidas e impondo um ritmo que dinamitou a corrida na parte final, contudo, uma desatenção nos metros finais deixou-o com um tremendo amargo de boca. Mas já lá vamos...
PRINCIPAIS MOMENTOS DA CORRIDA
A primeira movimentação na corrida aconteceu quando Iván García Cortina (Movistar) aproveitou as subidas em Berendries (0.9 km a 7%) para encetar uma fuga a cerca de 90 km para a meta, juntando-se um grupo numeroso de ciclistas, entre os quais Yves Lampaert e Zdenek Stybar (Quick Step Alpha Vinyl Team), Alberto Bettiol (EF Education Easy Post), Mads Pederson (Trek Segafredo) e Ben Turner (INEOS Grenadiers).
Esta fuga durou até Tadej Pogacar atacar na segunda passagem pelo Oude Kwaremont (2 km a 4,4%) e foi nessa altura que os favoritos foram obrigados a tomar a iniciativa, a cerca de 55 km para a meta. Na roda de Pogacar seguiam Mathieu Van der Poel (Alpecin-Fenix), Cristophe Laporte (Jumbo-Visma) e Thomas Pidcock (INEOS Grenadiers).
Enquanto isso, no Paterberg (0.4 km a 9.7%), Dylan van Baarle (INEOS Grenadiers) e Fred Wright (Bahrain Victorious) aumentavam a sua distância.
Contudo, um novo ataque de Pogacar fez estragos e no seu encalce só Mathieu Van der Poel conseguia seguir a sua roda, mas já em sofrimento. Pogacar arcou com as despesas da corrida nos quilómetros finais, mas ocasionalmente Van der Poel passava pela frente. Ambos se vigiaram constantemente, sabendo a importância desta vitória nas suas carreiras e no último quilómetro a desconfiança era tanta que ambos reduziram o ritmo, pensando que tinham margem suficiente para um duelo, mas a verdade é que Van Baarle, Madouas, Kung e Teuns vendo a possibilidade de lutarem pelo terceiro lugar empenharam-se a fundo e nos metros finais apanharam o duo da frente, intrometendo-se no sprint final. Van der Poel, claramente o mais explosivo (apesar de muito cansado), ganhou a prova, somando mais um Monumento ao seu palmarés.
Van Baarle acabou em segundo, Madouas em terceiro e Pogacar em quarto. Rui Oliveira (UAE Team Emirates) não acabou a prova.
No final, Pogacar queixou-se de ter sido encurralado no sprint final, mas pelas imagens do helicóptero não se vislumbra uma mudança de trajetória drástica dos seus adversários.