Competição

Kämna vence nona etapa da Vuelta

Evenepoel e a Jumbo-Visma animaram o início de uma etapa que tinha tudo para ser espetacular, mas uma carga de água deixou a zona de meta enlameada e a organização decidiu que os tempos seriam tomados a cerca de 2 km da meta. Perdeu o espetáculo, perderam os fãs e perdeu a corrida. 

REVISTA CICLISMO A FUNDO. FOTOS: SPRINT CYCLING AGENCY

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Kämna vence nona etapa da Vuelta

Esta jornada tinha tudo para ser um grande espetáculo. Os favoritos estavam em forma e como havia algum vento, as expetativas eram que hoje finalmente as diferenças de tempo deixassem definitivamente alguns dos candidatos de fora da luta pela geral. A equipa Soudal-Quick Step foi tomando conta das operações e a Jumbo-Visma teve sempre os seus homens bem colocados e sentia-se no ar que em breve algo iria acontecer. 

E assim foi. Os ciclistas da UAE e a da Movistar foram apanhados desprevenidos, dado que ainda estávamos numa fase inicial da etapa (logo após saírem de Cartagena) e embora a diferença de tempo não chegasse a 1 minuto, foi suficiente para criar alguma tensão no grupo perseguidor. Esta tentativa foi anulada a cerca de 133 km da meta. 

A UAE Emirates e a Movistar aproveitaram a subida de Casas de Marina de la Perdiz para dinamitar a tentativa dos seus rivais e foi nessa altura que surgiu a principal fuga do dia, com homens como Lennard Kämna (BORA-hansgrohe), Matteo Sobrero (Jayco-AlUla), Amanuel Ghebreigzabhier (Lidl-Trek), Jonathan Caicedo (EF Education-EasyPost), Chris Hamilton (DSM-firmenich), Rubén Fernández (Cofidis), Dani Navarro (Burgos-BH) e Jon Barrenetxea (Caja Rural-Seguros RGA).

A decisão de etapa ficou concentrada nestes oito ciclistas, mas lá atrás, no pelotão, a corrida estava em ponto de ebulição. Os abanicos voltaram a ser protagonistas e a cerca de 80 km da meta o grande grupo partiu-se em pedaços. Felizmente, nenhum dos principais candidatos ficou envolvido. 

Por seu lado, Sepp Kuss (Jumbo Visma), continua a demonstrar que está em forma, apesar de, como já confessou, não gostar de liderar e muito menos de dar nas vistas. Enquanto a corrida decorria, a organização decidiu - para surpresa de todos - que os tempos seriam tomados a cerca de 2 km da meta e não no topo da montanha. Perdeu o espetáculo e perdeu a corrida.

Quando João Almeida (UAE Emirates) recebeu a informação do seu carro, aproveitou esse facto para atacar e na sua roda só seguiu Aleksandr Vlasov (BORA-hansgrohe). Poucos segundos depois foi a vez de Primoz Roglic (Jumbo-Visma) aumentar o ritmo. 

O alemão Lennard Kämna tinha margem mais do que suficiente para ganhar a jornada e assim o fez. Prestes a completar 27 anos (o aniversário será no próximo sábado), o ciclista da BORA-hansgrohe cumpriu o sonho de ganhar etapas nas três grandes voltas, embora desta vez tenha sido ameaçado pela fantástica subida de Matteo Sobrero, que acabou em segundo. 

Feitas as contas, Kuss continua a liderar a geral, seguido de Marc Soler a 43s, Lenny Martínez é terceiro a 1m02, Remco Evenepoel é quarto a 2m22 e Mikel Landa é quinto a 2m29. João Almeida é décimo, a 2m55, logo atrás de Juan Ayuso. 

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