O francês Nicolas Prodhomme (Decathlon AG2R La Mondiale concretizou aos 28 anos um sonho antigo: vencer uma etapa numa grande volta. Nesta 19ª jornada de 166 km entre Biella e Champoluc, o tão esperado duelo entre Isaac del Toro e Richard Carapaz foi bastante morno, portanto amanhã será a derradeira tentativa do equatoriano, com a subida Colle de Finestre, a mais dura desta edição (18,5 km a 9,2% de inclinação, com os 8 km finais em terra batida).
O combativo ciclista da EF Education atacou várias vezes, mas nunca conseguiu vergar Del Toro. As forças de todos os ciclistas estão no limite, mas Carapaz mostrou muita raça, inclusive na parte final. Quanto a Isaac del Toro (UAE Team Emirates) é um poço de força e está a poucas horas de concretizar um sonho de menino: vencer o Giro de Itália. O mexicano é mais explosivo e no sprint final bateu o equatoriano na luta pelo segundo lugar na etapa e pela bonificação. Somou 6 segundos, enquanto Carapaz somou 4.
O ataque final de Carapaz também tinha como intenção ganhar vantagem sobre Simon Yates, Damiano Caruso, Derek Gee, Egan Bernal e Giulio Pellizari. Não só conseguiu, como praticamente garantiu que a luta pela vitória será mesmo um "mano a mano" com o mexicano. Yates continua em terceiro, mas está a 1m21 da geral, Gee está a 2m32, Caruso a 3m36 e Bernal a 5m13.
Em todo o caso, o grande vencedor da etapa rainha foi mesmo Nicolas Prodhomme. O francês andou praticamente toda a etapa em fuga e enfrentou os 166 km e os 4.950 metros de desnível positivo como um campeão. Para termos a noção do grau de dificuldade, entrou na fuga a mais de 150 km da meta e teve de enfrentar três montanhas duríssimas de seguida:Col Tzecore (16 km a 7,7% de inclinação), Col Saint Pantaleón (16,5 km a 7,2%) e Col de Joux (15,1 km a 6,9%).
A fuga foi perdendo elementos devido ao calor e ao desgaste físico e nas primeiras rampas do Col de Joux, já só restavam três ciclistas (Tiberi, Prodhomme e Verona). Depois, o ciclista da Decathlon AG2R atacou e nem Tiberi nem Verona tinham forças para acompanhar. Prodhomme sofreu muito na subida final, mas conseguiu vencer, somando a sua segunda vitória como ciclista profissional (a primeira ocorreu no Tour dos Alpes).
AFONSO EULÁLIO PASSOU DIFICULDADES
O português Afonso Eulálio (Bahrain Victorious) desistiu a cerca de 50 km da meta após muito desgaste no apoio à sua equipa. O luso esteve em bom plano durante toda a Volta a Itália, mas a sensação termica extrema (muito calor) e o desgaste acumulado de mais de 3.000 km percorridos neste Giro ditaram este desfecho.
Em todo o caso fica a certeza de que Eulálio tem estofo para provas de três semanas e não temos dúvidas de que terá mais oportunidades em provas no futuro, caso os diretores da equipa acreditem no seu valor.
Este sábado será decisivo, como já referimos. A jornada terá 204 km e 4.500 metros de acumulado. Os ciclistas vão ter de subir o Colle del Lys (13,7 km a 4,3%), Colle delle Finestre, a subida mais dura desta edição (18,5 km a 9,2% com 8 km finais em terra batida) e Cima Coppi a 2.178 metros de altitude. Além disso, terão ainda de subir até à estação de Vialattera, em Sestrière. Amanhã conheceremos o vencedor da Volta a Itália 2025.
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