Frederico Figueiredo é o novo comandante da Volta a Portugal. O ciclista da Glassdrive-Q8-Anicolor era apontado o grande favorito para esta jornada, devido à dificuldade extrema da última subida em Miranda do Corvo e confirmou os seus dotes de trepador ganhando a jornada. Com esta vitória, passou a liderar a corrida após esta quinta etapa.
Mauricio Moreira, o líder da equipa de Rúben Pereira, mostrou algumas debilidades nos últimos quilómetros da subida, mas teve a preciosa ajuda do seu colega de equipa António Carvalho, minimizando o tempo perdido. Acabou em quarto lugar.
Os últimos 10 km foram sempre em subida, com uma pendente média de 8.3% e com rampas acima dos 15%. A Glassdrive-Q8-Anicolor adotou uma tática perfeita, impondo um ritmo alto, evitando ataques e a sensivelmente 4 km da meta Frederico Figueiredo atacou. Foi nessa altura que Moreira claudicou. Henrique Casimiro (Efapel Cycling) demonstrou estar com grandes aspirações nesta Volta a Portugal e conseguiu ficar em segundo na etapa. Também Luís Fernandes (Rádio Popular-Paredes-Boavista), um trepador exímio e um dos poucos que consegue dar luta na alta montanha, conseguiu manter-se no grupo da frente e acabou em terceiro.
Destaque ainda para a combatividade de André Cardoso (ABTF Betão-Feirense) e do norte-americano Barry Miler (BAI Sicasal-Petro de Luanda).
Feitas as contas, Figueiredo tem sete segundos de vantagem sobre o seu colega de equipa Mauricio Moreira e 38 segundos sobre Luís Fernandes. "Saímos com vários planos. A etapa foi muito rápida desde o momento da saída e houve muitas tentativas de fuga. A meio tive um percalço, o selim baixou, mas correu tudo bem. Mudámos de Camisola Amarela, mas continuamos com o mesmo objetivo. O nosso líder é o Mauricio, tenho a certeza que vai sair daqui com a vitória", referiu Figueiredo na flash interview.
DETALHES DA JORNADA
Depois do dia de descanso, o pelotão iniciou nesta quarta feira na Mealhada a quinta etapa e foi recebido com pompa e circunstância, incluindo leitão e samba (proporcionado pela Associação do Carnaval da Bairrada). Festa rija para assinalar o regresso da Volta à cidade que há 44 anos não via partir uma etapa.
Foi também a oportunidade para o município homenagear o antigo ciclista Herculano Oliveira, natural da região, um dos poucos que conseguia bater Joaquim Agostinho na Serra da Estrela e por isso ganhou a alcunha de “Andorinha das Penhas”. À hora de almoço, o pelotão lá deixou a Mealhada rumo a Miranda do Corvo. Foram 164,7 km feitos a um ritmo elevado até à subida final.
Nunca houve intenção de deixar uma fuga ganhar grande vantagem. Ainda com pelotão compacto, João Matias (Tavfer-Mortágua-Ovos Matinados) foi à Meta Volante de Cantanhede somar os cinco pontos do primeiro lugar, com o rival na luta pela Camisola Verde Rubis Gás, Scott McGill (Wildlife Generation Pro Cycling), a ser segundo e a ficar com três pontos.
Matias mantém-se na liderança da Classificação por Pontos. Sensivelmente ao quilómetro 80, oito corredores conseguiram finalmente ganhar vantagem: Robin Carpenter (Human Powered Health), Juan López Cózar (Burgos-BH), Unai Iribar (Euskaltel-Euskadi), Gaspar Gonçalves (Efapel Cycling), António Barbio (Tavfer-Mortágua-Ovos Matinados), Hugo Nunes (Rádio Popular-Paredes-Boavista), António Ferreira (Kelly-Simoldes-UDO) e José Maria Garcia (Electro Hiper Europa-Caldas). O pelotão nunca lhes deu grande espaço. António Barbio venceu a Meta Volante de Condeixa-a-Nova e Jose Maria Garcia a da Lousã.
Na única subida categorizada (quarta), antes da final, Hugo Nunes passou em primeiro em Miranda do Corvo, sendo que a meta coincidia com contagem de primeira categoria. Ao ser quarto classificado, Maurício Moreira perdeu a Amarela Continente, mas manteve a Camisola das Bolinhas Europcar, símbolo de Rei dos Trepadores. Na juventude, a Camisola Branca Jogos Santa Casa continua com o espanhol da Caja Rural-Seguros RGA, Jokin Murguialday.
SEXTA ETAPA SERÁ PARA OS SPRINTERS
Esta quinta-feira, os sprinters terão nova oportunidade para medir forças na chegada à cidade da Maia por volta das 17h30. As características do percurso de 159,9 km perspetivam uma chegada em bloco, mas também pode vingar uma fuga. Haverá um circuito na cidade e o vencedor será conhecido após a segunda passagem pela zona de meta. A sexta etapa vai começar em Águeda, às 13h20. Depois de o pelotão abandonar a “Capital da Bicicleta” haverá três metas volantes: Oliveira de Azeméis (59,1 km), Santa Maria da Feira (76,9) e Gondomar (122,5). Os prémios de montanha serão de quarta categoria em Santa Maria da Feira (81,3) e de terceira na Serra de Santa Justa (129,1).