Qualquer ciclista ou betetista que se interesse minimamente pelo treino e pelo seu nível de condição física já deve ter comprovado que é necessário conhecer uma série de termos que lhe permita saber como funciona o seu corpo quando o submetemos a um esforço físico. Neste artigo explicamos de uma forma concisa os termos mais utilizados:
1 - CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÉNIO (VO2MAX).
Este termo descreve a potência aeróbica do ciclista. Sucintamente, equivale à resistência do atleta. Os profissionais chegam aos 80-90 ml/kg/min. Os amadores não costumam passar dos 60. Este valor só pode ser medido em laboratório. É o equivalente à cilindrada de um motor.
2 - LIMIAR ANAERÓBICO.
Define a intensidade do exercício a partir do qual aparece um cansaço elevado que nos obriga a baixar o ritmo. É a intensidade média que podemos aguentar numa subida de 45 minutos no máximo. Em laboratório este valor é calculado em função da percentagem do consumo máximo de oxigénio, e é definido tanto em pulsações como em watts de potência. É equivalente às rotações a que podemos submeter um motor sem gripar. Em relação ao VO2Max, podemos dizer que de nada serve ter um consumo de oxigénio muito elevado se o nosso limiar está numa percentagem inferior do mesmo. Por isso, um atleta pode ser melhor do que outro, embora tenha um VO2Max pior.
3 - LIMIAR AERÓBICO.
Define a intensidade a partir da qual os músculos começam a utilizar mais glicose do que gordura para obter a energia que lhes permite contrair (os músculos) em cada pedalada. Ter um limiar aeróbico muito elevado significa que se pode pedalar a uma boa intensidade com um consumo energético razoavelmente baixo e, portanto, conservar mais energia ao longo da volta de bicicleta. É equivalente a dizer que se tem uma boa resistência.
4 - GLICOGÉNIO E GLICOSE.
A glicose é um tipo de hidrato de carbono, ou seja, é um tipo de açúcar que o músculo utiliza como combustível. Quando estamos a pedalar, os nossos músculos estão a consumir, entre outras coisas, glicose. A glicose pode ser armazenada nos nossos músculos e no fígado, em forma de glicogénio. À medida que passam os quilómetros, os depósitos de glicogénio vão-se esvaziando, e é por isso que o cansaço aparece, bem como a sensação de fraqueza.
5 - ÁCIDO LÁCTICO OU LACTATO.
É uma susbtância que produzimos em excesso à medida que a intensidade de pedalada é maior. Chega um momento em que o músculo não é capaz de assimilar todo o lactato que estamos a produzir. Quando isto acontece, é produzido um desequilíbrio muscular, originando fadiga. É a clássica dor de pernas que aparece depois de uma subida que fizemos em esforço elevado.