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RockShox Domain, o novo modelo de 38 mm

Testámos a mais recente suspensão da RockShox, a Domain, mais um modelo do segmento “Gravity” baseada na ZEB de Enduro apresentada há alguns meses.

Hector Ruiz

Nova Rockshox Domain
Nova Rockshox Domain

Todos os componentes topo de gama mais tarde ou mais cedo acabam por ver as suas tecnologias reproduzidas nas gamas médias ou baixas. Foi o caso desta RockShox Domain que surgiu apenas alguns meses após o lançamento da ZEB, a suspensão de Enduro e Super-Enduro da marca de Colorado. 

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RockShox Domain

Como já esperávamos, herda da ZEB o seu design e a arquitetura externa, tendo a marca aproveitado para introduzir um sistema hidráulico interno muito simples, de modo a reduzir os custos de produção e chegar a um público-alvo maior.

modelos domain de edições passadas incluindo a versão de dupla coroa
Mdelos Domain de edições anteriores incluindo a versão de dupla coroa

A Domain original, uma suspensão que desapareceu há alguns anos do catálogo da RockShox, era originalmente um modelo equiparável à Lyrik, mas com componentes internos mais focados no Freeride ou para bicicletas destinadas a Bike Parks. Aliás, chegou a contar com sistemas de amortecimento de mola e versões de dupla coroa para DH. Esta nova versão recupera grande parte dessa mentalidade e para tal conta com o chassis de 38 mm da sua irmã ZEB, que lembramos, se destaca por uma ponte sobredimensionada e muito reforçada, uma coroa superior muito trabalhada também a nível de design e com ponteiras muito reforçadas.

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Detalhe da ponte, exatamente igual à da ZEB

 

As pernas são fabricadas em alumínio, mas de um alumínio diferente ao usado na ZEB. Neste caso é o alumínio 6000, portanto a grossura das paredes das pernas é maior, para manter o nível de rigidez. 

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A câmara de ar Debon Air da Domain não é compatível com a da ZEB, sendo de medida diferente. É possível personalizar o tato através de redutores de volume de ar (ou Tokens), com um máximo de três em todas as versões. 

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O cartucho hidráulico que encontramos na baínha direita é o Motion Control RC habitual nos modelos de gama média-baixa, um controlo simples e bastante eficiente que modifica a compressão em baixa velocidade.

Motion Control
Motion Control

Em pouco mais de meio quarto de volta o tato muda gradualmente, permitindo um bloqueio quase completo. Assim podemos pedalar em pé sem a bicicleta oscilar. Se compararmos o super avançado Charger 2.1 RC2 ou os Charger R e RC de outras suspensões superiores, notamos um tato ligeiramente menos controlado em situações nas quais enfrentamos descidas com muita inclinação, onde o nosso centro de gravidade está na roda dianteira. Ao não ter um circuito de compressão que nos permita atuar independentemente entre a alta e a baixa velocidade, se estivermos com o botão completamente aberto, notamos uma compressão tão suave que inclusive chega a parecer-nos em demasia e se usarmos o travão dianteiro notamos que se afunda. Podemos fechar o sistema dois clics, mas logo que a velocidade aumentar e os impactos começarem a multiplicar-se, notaremos uma precisão um pouco inferior na parte dianteira.

Quanto às pressões, optámos sempre pelas recomendadas pela marca para o nosso peso. Como é habitual, recomendamos aumentar a pressão cerca de 10 psi no caso de bicicletas elétricas. 

Quando o sistema está aberto, aí sim, mostra a sua eficácia quando temos de enfrentar os obstáculos mais difíceis e consecutivos, com uma recuperação muito boa.

Ao pedalarmos em pé e com força, com o controlo aberto (algo normal numa descida na qual queremos acelerar o máximo possível), notamos algum movimento da suspensão, por não ter um circuito tão especializado que separe a alta da baixa velocidade de movimento. 

Contudo, com a Domain ultrapassámos zonas altamente degradadas, das mais técnicas que conhecemos, e o seu sistema hidráulico mostrou a sua suavidade, sensibilidade e "ADN". É uma suspensão muito segura e controlada e é difícil conseguir esgotar todo o seu curso. 

Se por acaso quisermos fazer um upgrade no sistema hidráulico e passar do Motion Control para o Charger 2.1, existe a possibilidade de o fazer. Este upgrade custa 365€. 

O peso da unidade que testámos rondou os 2.620g (tamanho 29" com 160 mm de curso e tubo da direção sem cortar, com eixo Maxle Little incluído de série). É um peso elevado e destina esta bicicleta sobretudo a bicicletas elétricas de longo curso, embora logicamente também seja uma opção viável em bicicletas de Enduro mais baratas. 

O diâmetro mínimo do disco dianteiro é de 200 mm, e o máximo recomendado é de 220 mm. A Domain é fabricada para rodas de 29" e 27,5", com cursos que vão dos 150 a 190 mm.

De série inclui um guardalamas RockShox. O preço desta suspensão no mercado ronda os 594€.

Poderás saber mais informações em www.sram.com.

 

 

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