O enredo desta "história" começou no passado dia 9 de Dezembro com o anúncio por parte da Jumbo-Visma (que a partir de 1 de Janeiro se passará a chamar Jumbo-Bike a Lease) de que tinha contratado Cian Uijtdebroeks para as próximas quatro temporadas. A BORA-hansgrohe respondeu de imediato através das redes sociais esclarecendo que o ciclista continuava a fazer parte do plantel da formação alemã na temporada de 2024.
Pouco tempo depois, a agência que representa o ciclista (a A&J All Sports) emitiu um comunicado onde referiu que o contrato entre o belga e a BORA-hansgrohe tinha sido rescindido no dia 1 de Dezembro e que os procedimentos legais estavam a decorrer na UCI. Nessa altura começou a batalha legal...
O prodígio belga de 20 anos é o ciclista mais jovem a vencer o Tour de Porvenir (considerada a Volta a França do Futuro) e foi 8º na edição passada da Volta a Espanha - a sua primeira prova de três semanas -. O ciclista confessou que não estava contente na BORA, por não se sentir apoiado e decidiu rescindir o contrato unilateralmente para se juntar à Visma-Lease a Bike. A equipa neerlandesa confirmou a presença do ciclista no estágio de pré-temporada em Alicante, que decorreu de dia 12 a 21 deste mês
Embora a BORA-hansgrohe mantenha o caso em tribunal com o intuito de obrigar Cian a cumprir o seu contrato, a Visma incorporou o ciclista e a própria UCI, intermediária neste processo, confirmou a contratação por parte da equipa neerlandesa do jovem ciclista.
Entretanto, a Visma já confirmou que Uijtdebroeks estará na Volta a Itália com Wout Van Aert.
Lembramos que para além de vencer o Tour de Porvenir, Cian Uijtdebroeks obteve vários top-10 no calendário WorldTour: foi 9º na Volta à Catalunha, 6º no Tour da Romandia, 7º na Volta à Suíça e 8º na Volta a Espanha.
Todo este processo esteve envolto em polémica. O diretor da equipa Cofidis, Cedric Vasseur, disse que o diretor executivo da Visma-Lease a Bike, Richard Plugge, deveria renunciar como presidente da associação de equipas (AIGCP), e Patrick Lefevere, responsável da Soudal-Quick Step, pede alterações nas normativas de contratação de ciclistas para que este tipo de casos não se repita. "Isto não se pode converter num hábito, senão temos um problema. Assim fica impossível apresentar aos patrocinadores um projeto de cinco anos. Se os ciclistas saem antes do tempo, ficamos expostos. Um sistema de transferências como o que existe no futebol dar-nos-ía a oportunidade de receber uma indemnização".