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Raid Alvalade-Porto Covo

Ontem decorreu aquele que é, para muitos, o maior evento de BTT do país: o Raid Alvalade-Porto Côvo. Quase 3.000 participantes preencheram as planícies alentejanas num traçado brindado pelo calor.

Carlos Pinto Foto: Vitor Bigodinho/ João Pereira

Raid Alvalade-Porto Covo
Raid Alvalade-Porto Covo

A romaria a Alvalade (Alentejo) é já uma tradição, e mesmo em fim de semana decisivo para as lides do futebol, não faltou uma nova enchente naquele que é considerado o Raid dos Raids em Portugal. O Alvaladense descobriu a fórmula do sucesso e converteu o Alvalade-Porto Covo numa referência nacional, modificando os percursos ano após ano e incluindo novidades.

Este ano foram quase 3.000 os que aceitaram o repto de percorrer os 70 km de Alvalade a Porto-Covo ou os 120 km que incluíam o regresso a Alvalade, num trajeto diferente. 

Apesar de a previsão climatérica apontar para céu nublado em Porto Covo, a verdade é que não caiu uma gota de água durante todo o trajeto. 

Nota dez para a organização que tem uma logística muito bem oleada, desde o secretariado, passando pelas zonas de abastecimento e acabando nas chegadas. 

O percurso, como é tradição, começou às 9h em ponto, como é apanágio da organização e logo de imediato o pelotão foi-se alongando em direção aos primeiros trilhos. O tempo seco e as barragens com pouco caudal deixaram o solo muito seco, pelo que o pó - como é costume neste evento - foi presença assídua. É por isso que muitos participantes usam balaclavas de modo a evitar a entrada de pó nos pulmões.

As secções de areia também são uma das características deste evento, sobretudo mais perto de Porto Covo, o que denota a erosão cada vez maior da zona costeira.

Os abastecimentos no percurso dos 70 Km (aquele que realizámos) foram os habituais 3, havendo uma novidade de relevo: dois elementos, um do sexo masculino e outro do sexo feminino, refrescavam os participantes com uma mangueira. Uma ideia genial, dado o calor e que deu um colorido à festa. Ainda para mais estavam vestidos, ou melhor, despidos de preconceitos. Foi um dos momentos altos do evento.

Os abastecimentos, com muita água, bolos secos, fruta e num deles até havia sandes de carne assada foram fartos e bem localizados. 

O percurso é, na sua maioria, rolante, mas este ano teve - segundo a nossa opinião - mais subidas do que o habitual e, consequentemente, mais descidas. Tivemos conhecimento de pelo menos duas quedas com alguma gravidade (uma clavícula partida e uma suspeita de fratura do braço) resultantes de acidentes em descidas ligeiramente mais técnicas.

O acumulado rondou os 800 metros no caso dos 70 km. Um ponto a rever são os banhos, os quais foram de água fria. Apesar de estar um dia quente, seria agradável ter a hipótese de tomar um duche com água quente para acabar o dia em grande.

De resto, nota dez para a organização que nos tem brindado com uma barrigada de trilhos sempre diferentes e sempre com boa disposição.

Na próxima edição da revista BIKE (nas bancas no início de junho) publicaremos uma reportagem mais alongada.