A Lapierre apresentou a nova Xelius DRS, uma nova bicicleta focada na competição que deriva da trepadora Xelius. É a sexta geração deste modelo que surgiu originalmente em 2010 e que na gama de 2015 incorporou o design com um triplo triângulo denominado 3D Tubular, que se converteu na sua imagem de marca.
Após quinze anos de evolução, a nova Xelius DRS tem um sistema 3D Tubular melhorado, com escoras que se prolongam até ao tubo superior, sem contato com o tubo vertical, para proporcionar mais capacidade de absorção no triângulo traseiro.
Este design, que inicialmente contava com escoras onduladas para favorecer a flexão vertical e, deste modo, proporcionar conforto, passa a ter escoras retas, perfiladas e mais finas, para favorecer a aerodinâmica, sem perder o seu aspeto. Vários pormenores foram otimizados, com o objetivo de tornar esta bicicleta a mais polivalente, confortável, leve e aerodinâmica do catálogo da marca francesa.
Como a aerodinâmica desempenha um papel importante a partir dos 15 km/h e tendo em conta que tanto o quadro como a forqueta provocam uma resistência aerodinâmica a rondar os 10%, obviamente a marca francesa não alterou somente as escoras traseiras. O tubo vertical e o espigão de selim (que agora tem um formato em D) também foram atualizados. Além disso, o tubo diagonal bem como o frontal e a forqueta passam a ter um perfil truncado e elíptico. Estes formatos foram desenvolvidos após uma análise CFD, com simulações e estudos no túnel de vento.
QUADRO E FORQUETA
Fruto da experiência acumulada ao longo de vinte anos a trabalhar diretamente com equipas World Tour, e quinze anos a fabricar quadros de fibra de carbono, a Lapierre optou por fabricar esta Xelius DRS em carbono unidirecional fornecido pela Torayca. Este modelo está disponível em duas versões: UD SLI Team e UD SLI.
O carbono UD SLI Team é usado nos modelos de topo e combina 30% de fibras de alto módulo, mais de 50% de fibras de módulo intermédio e o restante são fibras de carbono T700, que são mais elásticas e colocadas em zonas como o 3D Tubular. A versão UD SLI tem somente 80% de carbono T800 e 20% de T700S (módulo standard) para contornar o 3D Tubular.
O quadro Xelius DRS UD SLI Team no tamanho M sem parafusos nem dropout pesa 790 gramas e a forqueta 390 gramas (sem cortar o tubo de direção). Ou seja, o peso sobe 45 gramas no caso do quadro e 35 gramas no caso da forqueta, se compararmos com a Xelius SL3. O quadro Xelius DRS UD SLI pesa 908g e a forqueta 425g, mais 53g e 33g, respetivamente, do que a anterior versão. Isto significa que houve um aumento de peso de 6% no quadro e de 0,7% na bicicleta completa. Os 50g de diferença são irrisórios se compararmos com a melhor resposta da nova Xelius DRS. E se perguntas quanto pesa esta bicicleta, a que testámos acusou 7,51 kg na balança no tamanho S.
COMPONENTES
Paralelamente foi desenvolvido um novo cockpit integrado com a particularidade de as mangueiras dos travões e dos cabos estarem semi-integradas. Este modelo está disponível em três medidas (370, 390 e 410 mm) e em comprimentos de 90 a 120 mm, com -10º. A abertura tem 5º e o drop 125 mm. Pesa 325 gramas na medida 390 x 100 mm.
Os modelos equipados sem este cockpit integrado possuem o novo avanço de alumínio disponível de 90 a 120 mm de comprimento e com -10º, que permite ocultar os cabos no interior do quadro através dos rolamentos da direção. O guiador independente de carbono também foi renovado e tem uma abertura de 5º, um avanço de 70 mm, um drop de 130 mm e está disponível em versões de 380 a 440 mm de largura. Segundo a marca, pesa 242g na versão de 110 mm e 240g na de 400 mm.
Também o espigão de selim é novo, com um formato mais aerodinâmico. Existe em duas versões, sem recuo ou com 15 mm e em dois comprimentos (350 ou 400 mm).
A Lapierre fez uma parceria com a DT Swiss de modo a ter acesso a umas rodas Tubeless próprias, equipadas em todos os modelos, excepto a 5.0. As rodas ERC 1600 possuem 45 mm de perfil, 22 mm de largura interna, cubos 350 Spline e raios Aero Comp. As DT Swiss ERC 1400 e ERC 1100 das versões superiores (9.0, 10.0 e SE) têm perfis diferentes na roda dianteira face à traseira: 35 e 45 mm, para baixar o peso e ganhar agilidade. O par de rodas inclui novos eixos passantes com cabeça cónica, o que faz com que fiquem mais inseridos no quadro. Deste modo, prescindem da ranhura vertical, facilitando a extração das rodas.
DADOS IMPRESSIONANTES
A Xelius SL3 já era uma bicicleta aerodinâmica, mas a nova Xelius DRS supera a SL3 e a Aircode sem sacrificar outros atributos, como a versatilidade, o peso e o conforto. Segundo a marca, a DRS é 14 watts mais rápida quando atingimos 50 km/h (uma poupança de sete segundos a cada 10 km) ou 5 watts a 35 km/h (uma poupança de 10 segundos a cada 10 km). Isto também significa uma poupança em termos de energia com o passar do tempo, portanto um desempenho melhor em longas distâncias.
Outros dados fornecidos pela Lapierre mostram que em subidas é 14,6 segundos mais rápida numa pendente média de 4% durante uma hora e 48 segundos mais rápida numa descida de 8% de pendente durante uma hora, ou 34 segundos mais rápida a rolar a 38,4 km/h durante uma hora. Estes dados foram estabelecidos tendo como referência um ciclista que pesa 70 kg, a 4,28 w/kg, o qual tira vantagens aerodinâmicas em pendentes de até 7,5% a pedalar a 180w. Se o mesmo ciclista aumentar a intensidade da sua pedalada até aos 300w, a Lapierre afirma que a Xelius DRS poupa 7,6w face à Xelius SL3 em terreno plano, 40w numa descida de 8% e 1,8w numa subida de 4%.
COMPORTAMENTO
A apresentação desta nova versão decorreu na sede da Lapierre, em Dijon (França), uma localidade conhecida pela produção de vinho e mostarda. Além disso, foi palco este ano da chegada da sexta etapa da Volta a França.
Esta zona tem muitas subidas, algumas mais conhecidas, outras nem por isso, e predominam estradas tranquilas onde tivemos a oportunidade de experimentar a nova DRS. Nota-se que este modelo conserva o carácter desportivo e competitivo da Xelius SL e da Aircode, replicando a geometria e oferecendo mais um tamanho, o XXL, para ciclistas que medem mais de 1,95m de altura. As suas escoras de 405 mm encurtam a distância entre os eixos e transmitem uma grande reatividade. Além disso, o tubo de selim tem 47º de ângulo e a direção ronda os 73º (em função do tamanho), favorecendo uma posição de condução mais competitiva, compensada por um reach maior, para ganhar estabilidade e manobrabilidade nas descidas.
Como curiosidade, ficámos a saber que a Lapierre monta 25.000 bicicletas por ano de gama alta, ou seja, 30% da sua produção, e 10.000 unidades são destas novas Xelius. Há 9 modelos, oito dos quais montados com transmissões eletrónicas e os preços começam nos 2.600 euros da Xelius DRS 5.0. Também pode ser adquirido um kit composto somente pelo quadro, forqueta e cockpit, que custa 3.999 euros.
Lapierre Xelius DRS 6.0: quadro UD SLI, grupo Shimano 105 Di2, rodas DT Swiss E1800 Spline, peso estimado 8,4 kg.
Lapierre Xelius DRS 6.0 AXS: quadro UD SLI, grupo SRAM Rival eTap AXS, rodas DT Swiss E1800 Spline, peso estimado 8,5 kg.
Lapierre Xelius DRS 7.0: quadro UD SLI, grupo Shimano Ultegra Di2, rodas DT Swiss E1600 Spline, peso estimado 8,2 kg.
Lapierre Xelius DRS 8.0: quadro UD SLI, grupo Shimano Ultegra Di2, rodas DT Swiss ERC1600 Spline, cockpit integrado, peso estimado 7,5 kg.
Lapierre Xelius DRS 8.0 AXS: quadro UD SLI, grupo SRAM Force AXS, rodas DT Swiss ERC1600 Spline, cockpit integrado, peso estimado 7,6 kg.
Lapierre Xelius DRS 9.0: quadro UD SLI, grupo Shimano Dura-Ace Di2, rodas DT Swiss ERC1400 Spline, cockpit integrado, peso estimado 7,2 kg.
Lapierre Xelius DRS 10.0: quadro UD SLI Team, grupo Shimano Dura-Ace Di2, rodas DT Swiss ERC 1100 Spline, cockpit integrado, peso estimado 6,8 kg
Esta nova bicicleta é a campeã olímpica de triatlo. Antes sequer de ser apresentada oficialmente, Cassandre Beaugrand ganhou a medalha de ouro em Paris 2024 com esta nova Lapierre Xelius DRS, que vai estar também à venda numa edição especial comemorativa desta vitória.
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