O Sport Lisboa e Benfica sempre teve um historial ligado ao ciclismo, aliás o próprio símbolo do clube lisboeta ostenta uma roda, mas a verdade é que nem sempre as coisas correram bem.
O Presidente que antecedeu Rui Costa, Luís Filipe Vieira, sempre "chutou para canto" a possibilidade de o clube voltar a ter uma equipa, alegando que o foco seria no futebol profissional e relembrando as dívidas - supostamente já sanadas - da anterior estrutura.
As últimas eleições do clube foram favoráveis a Rui Costa, o qual, durante a campanha eleitoral, prometeu tudo fazer para que o Benfica possa voltar a ter uma equipa de ciclismo.
A época de 2022 obviamente não poderá ser o ano de estreia da formação encarnada, não só porque os planteis das equipas estão praticamente fechados - e não existem assim tantas soluções - mas também porque, segundo afiançou Delmino Pereira, Presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo, em 2022 Portugal terá 10 equipas, o número máximo que o nosso país pode ter.
Montar uma estrutura de ciclismo requer tempo e dinheiro e não seria possível em dois meses conseguir montar uma estrutura de raíz. Por isso, 2023 pode ser - como aponta o jornal A BOLA - o ano do regresso do Benfica à modalidade.
HISTORIAL CONTURBADO
O passado do ciclismo está intimamente ligado ao Benfica, numa altura em que os jornais e a rádio eram os únicos veículos de promoção das notícias e dos resultados desportivos. Nessa altura, as pessoas escutavam com paixão os relatos das provas e saíam para a rua para aplaudir os seus fãs. Contudo, em 1978 a modalidade foi abandonada pela direção da altura e só em 1999 voltou, com estrondo, é certo, fruto da vitória do espanhol David Plaza na Volta a Portugal. Mas foi sol de pouca dura dado que as dívidas da estrutura de ciclismo avolumaram-se e o presidente Manuel Vilarinho decidiu suspender a modalidade, deixando ciclistas, massagistas, mecânicos e diretores no desemprego. Depois de alguns anos afastada da modalidade, a estrutura encarnada voltou a ter uma equipa, mais precisamente em 2007, através da Lagos Sport, empresa de João Lagos. Era um projeto ambicioso que prometia a médio prazo ir à Volta a França, mas mais uma vez, a estrutura foi suspensa em 2008.
Rui Costa, por exemplo, foi um dos últimos ciclistas a vestir as cores do Benfica. O tempo dirá se, de facto, em 2023 o clube da Luz voltará a ter uma equipa de ciclismo e em que moldes. Em todo o caso, a notícia é boa para o ciclismo luso, que precisa de projetos com pés, tronco e membros. E se não for pedir muito, um projeto - realmente - com continuidade.