A Associação Internacional de Ciclistas (CPA) publicou ontem uma carta na qual assegura que o protesto do pelotão na 19ª etapa da Volta a Itália, quando os ciclistas exigiram e finalmente conseguiram um encurtamento da etapa, foi unicamente para proteger a sua segurança e o seu sistema imunitário.
"Não temos medo nem da chuva nem do frio, e demonstrámos isso subindo o Stelvio em finais de outubro, mas mais uma prova de esforço no final de uma Volta a Itália exigente e em plena pandemia, multiplicou as nossas preocupações pelo nosso sistema imunitário e raiva pela pouca atenção que se dá à nossa segurança", pode-se ler na "Carta aberta dos corredores à família do ciclismo após o Giro de Itália".
"Na etapa Morbegno-Asti solicitámos um acordo, evitando uma proposta que teria consequências piores para a imagem da corrida. Provavelmente fizemo-lo tarde, deveríamos ter falado antes com a organização, mas até esse momento, cada vez que o tentámos, não nos ouviram", salienta a CPA. "Nem sequer quando houve incidentes graves, quando pedimos para estudar melhor os percursos, os transfers, as viagens, as chegadas e muitas mais situações que em muitos casos foram nefastas para a nossa segurança".
O protesto dos ciclistas ocorreu na 19ª etapa, de 251 km entre Morbegno e Asti, devido ao bloqueio de algumas equipas na partida, as quais se queixaram da extensão do percurso. Na jornada anterior o pelotão enfrentou uma etapa de 207 km com a mítica subida ao Stelvio, de 2.758 metros de altitude e com uma rampa interminável de 24,8 km a 7,4%.
"Estamos felizes por ter chegado a Paris na Volta a França, a Milão na Volta a Itália e esperamos que a Volta a Espanha possa chegar a Madrid com segurança, e que em 2021 se possam disputar todas as provas, desde as mais conhecidas às menos famosas", asseguram os ciclistas.
"Todas são importantes para nós e para todo o mundo do ciclismo, do qual somos os protagonistas mais expostos, nas boas e nas más situações. Merecemos que nos escutem, inclusive quando dizemos algo que não gostam", concluem.