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TESTE: sapatos Trek Cambion

Os Cambion são os segundos sapatos de BTT a contar do topo na hierarquia da Trek, mas possuem características muito semelhantes às do modelo RSL, o usado pela equipa que compete na Taça do Mundo. São muito confortáveis, resistentes e incluem novos materiais.

Testámos os sapatos Trek Cambion
Testámos os sapatos Trek Cambion

O mundo dos sapatos de BTT para cross country e gravel evoluiu muito nos últimos dez anos e prova disso é a utilização de novos materiais como peles sintéticas microperfuradas de quarta geração, palmilhas anatómicas com proteção antibacteriana, solas ultraleves com material aderente e sistemas de aperto BOA, uma tecnologia que já é usada pelos militares.

No caso destes Trek Cambion, há uma mistura de várias tecnologias, incluindo algumas presentes no modelo topo de gama RSL, mas tudo feito com conta, peso e medida, para não elevar o preço em demasia.

A sola, por exemplo, é fabricada em fibra de carbono misturada com fibra de vidro que ajuda a manter a rigidez necessária para transmitir a potência. Esta placa tem ao seu redor uma camada de borracha Tachyon altamente aderente que assegura que o sapato não escorregue em contacto com superfícies, sobretudo secas. Também possui tacos estrategicamente colocados, para ajudar a caminhar quando é necessário e vem de origem com pitões na parte frontal, uma mais-valia quando temos de subir ladeiras, sobretudo em terra solta ou enlameada. 

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Quanto à pele usada na parte superior, é sintética e impermeável. Trata-se do conhecido revestimento GnarGuard, que é bastante resistente e tem uma durabilidade elevada, como comprovámos em outros modelos que testámos no passado. 

Esta pele exterior inclui a tecnologia de descompressão MetNet que basicamente permite ao sapato esticar acompanhando os movimentos do pé, evitando desconforto. Não é marketing, realmente funciona e chega a ser intrigante como é que só agora esta tecnologia chegou ao mercado. 

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Para além do MetNet, o design do sapato ajuda ao conforto, dado que toda a sua envolvência tem características anatómicas. Isto permite perdalar durante horas a fio sem sentirmos os pés doridos. 

O sistema de aperto é o conhecido BOA com dois botões rotativos Li2, a excelência de funcionamento no seu estado mais puro. Não só permite um microajuste fiável, como é altamente resistente e pode ser ajustado em andamento, dada a simplicidade de utilização. 

Destacamos também a zona do calcanhar, desenhada para proporcionar estabilidade. Não só é mais alta, como tem um tecido mais volumoso, suave e rugoso no interior para evitar que o pé saia involuntariamente.

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E na parte exterior do calcanhar, mas também da parte da frente, existe uma proteção que prolonga a vida útil dos sapatos. 

A gáspea é fabricada parcialmente com materiais reciclados e também é microperfurada. Quanto ao sistema de cleats (encaixes), é o tradicional de dois parafusos, com bastante espaço de ajuste, sobretudo longitudinalmente. 

O par pesa 772g no tamanho 45, ou seja, mais 92 gramas do que os RSL, que custam mais 120 euros do que estes Cambion. Como tivemos a oportunidade de testar os dois, podemos compará-los e estes, apesar de mais baratos, não ficam nada atrás dos RSL.

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O conforto é comparável, a qualidade de construção também - embora os RSL tenham outras tecnologias que estes não - e apenas notámos que quando apertamos pouco os dois BOA, a pele exterior dos sapatos faz um certo barulho quando fazemos pressão nos sapatos a pedalar, o que deve ser devido a um certo enrugamento. Mas se apertarmos ligeiramente, o som desaparece. 

São uns sapatos ventilados, frescos e confessamos que no Inverno chegámos a ter de usar umas capas para manter os pés quentes. Tirando isso, são perfeitos quer para as voltas normais, mas também para os treinos mais duros e mesmo competição. Não só são ideais para BTT (sobretudo para XC e Maratonas), como também para gravel. E se não gostas da cor, há uma versão em preto. 

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São fáceis de limpar, basta passar com um toalhete húmido na parte superior, e na sola podemos retirar detritos entranhados com a ajuda de uma mola da roupa ou outro objeto com as mesmas valências.

Nota-se que a qualidade dos materiais é boa, a palmilha não ganha odores e o sistema de aperto mantém-se eficaz mesmo após inúmeras utilizações. São sem dúvida uns sapatos a ter em conta e que, embora não sejam baratos, pela sua durabilidade, conforto e design, valem a pena. 

FICHA TÉCNICA

Preço: 279,99€
Peso: 772g no tamanho 45
Cores disponíveis: bronze e preto
Tamanhos: 37 a 48

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