Os Aeroscope que aqui testamos fazem parte de uma gama com dezenas de modelos. A marca divide a sua oferta em quatro famílias: Blue Zero (óculos para usar quando olhamos para ecrãs), os RX para uso casual com lentes graduadas, os Lifestyle, óculos de sol casuais, e ainda a linha Performance, onde se inserem estes Aeroscope e outros quatro modelos de uso desportivo com diversas opções de cores e lentes.
Estes Aeroscope estão disponíveis em 24 combinações de lentes e armação e ainda podem ser posteriormente personalizáveis graças às peças de reposição vendidas em separado. A versão que testámos é a que conjuga a armação Crystal Gloss (transparente) com as lentes Multimirror Bronze. Aliás, outras duas vantagens destes Aeroscope é que podemos comprar qualquer parte em separado e, em caso de riscos, a marca oferece um programa de substituição de lentes em que apenas pagamos uma pequena taxa de serviço e envio.
Também incluído com cada par de óculos está uma bolsa de pano para limpeza das lentes, lentes transparentes (além das de cor) e ainda uma bolsa de transporte semirrígida que tanto pode ser presa a uma mochila com um pequeno gancho como pode ser usada como bolsa de selim graças à fita de velcro.
Falando um pouco das lentes, a marca utiliza policarbonato e, no caso destas Multimirror SCN-PP, usa uma última camada metálica ultrafina na sua composição que tem um efeito de espelho não só visualmente como também em relação aos raios solares, bloqueando 100% a entrada de raios nocivos UVA, UVB e UVC, algo que muito poucas lentes no mercado conseguem. São, portanto, lentes mais indicadas para climas como o nosso, em que a maioria dos dias temos a sorte de contar com sol e muita luminosidade.
Para climas mais cinzentos ou com grandes variações de luz e sombra, existem as fotocromáticas SCN-XT, cuja filtragem da luz é variável, escurecendo a lente à medida que a luz ambiente aumenta e por isso adaptando-se constantemente ao ambiente.
No terreno, e começando pela armação, gostei particularmente do ajuste de comprimento das hastes, que permite que o fit na nossa cara seja perfeito, mantendo os óculos sempre no sítio certo e junto à cara. Evita-se assim que vão descendo no nariz quando a estrada provoca algumas vibrações e a tendência é os óculos descaírem. As armações, têm flexibilidade suficiente, mas ao toque são um pouco mais duras, especialmente quando comparadas com óculos da Scott, 100% ou Shimano que têm um toque mais suave e flexível.
No entanto, estão longe de serem desconfortáveis, porque até são leves (38g). Além disso, as partes que mais entram em contato com a cara (a ponte do nariz e as pontas das hastes) são em borracha. A ponte do nariz é ajustável em 5mm, mais um ponto a favor em termos de conforto e utilização porque permite ajustar a posição dos óculos em altura se, por exemplo, andarmos mais em posições aerodinâmicas.
Quanto ao formato, estes Scicon pertencem à categoria “XL”, aquele tipo de desenho que cobre bastante área. E de facto, quando estamos a usá-los, e olhando em diversos ângulos, temos bastante área até encontrarmos os limites das lentes. Encaixam bem na cara e não chegam perto de bater no capacete, o que seria um incómodo.
E, por fim, as lentes! O seu desenho e tonalidade oferecem uma qualidade de visão extraordinária. A nitidez das cores e detalhes é impressionante. Os dois terços inferiores da lente têm uma tonalidade mais azul, destacando as cores naturais à nossa volta e dando uma sensação (nos dias de sol) de estarmos a olhar para uma paisagem digna de um postal. A zona mais alta da lente já tem uma tonalidade mais “seca” e alaranjada, e com cores menos vivas. No fundo, é como se esta tonalidade se destinasse a um modo racing, em que vamos mais rápido, numa posição mais agressiva, mais concentrados na performance e não tanto naquela planície verde com passarinhos de todas as cores!
Em relação a possível embaciamento, não chega a ocorrer, mas nas últimas semanas também não tivemos clima húmido e frio para poder testar esse aspeto. Mas sendo bem ventilados e tendo uma abertura acima do nariz é possível que sejam bons neste aspeto.
O único aspeto a destacar pela negativa, apenas se aplica a esta versão de armações transparentes. A luz do sol passa através da armação e origina pequenos brilhos que incomodam em certas situações (quando o sol está por cima ou à nossa frente). Portanto, o ideal será optar pelas armações brancas, cinzas ou pretas que, como são pintadas, não deixam passar este brilho.
É certo que os atletas patrocinados usam o que lhes dão. Mas neste caso não ficam nada mal servidos. São várias as equipas que os usam, entre as quais a Emirates de Tadej Pogacar e João Almeida, entre outros. E se nem eu nem tu temos as pernas do João Almeida, pelos menos podemos ter os óculos deles!! É certo que são um investimento considerável, mas se tivermos em conta a qualidade deles, a proteção que oferecem aos nossos preciosos olhos, e ainda a vantagem de ter peças de reposição e “oferta” de lentes em caso de riscos, até nem estamos mal servidos!
FICHA TÉCNICA
- Site: https://sciconsports.com/eu_en/
- Preço: 220 Euros
Destaques positivos: Qualidade das lentes; Ajustabilidade; Ângulos de visão e cobertura
Pontos a melhorar: As armações transparentes emitem brilhos um pouco incómodos
