Como é do conhecimento geral, a Trek possui uma equipa UCI World Tour, a Lidl-Trek, e ao perguntar aos seus ciclistas que aspetos consideravam importantes numa bicicleta de competição, responderam leveza, velocidade, aerodinamismo, manobrabilidade... A poucos dias de começar a Volta a França 2024, a Trek apresentou a sua nova bicicleta de alta competição, a Madone SLR Gen 8. Mas será uma Émonda com aspeto de Madone ou uma Madone mais estilizada?
Apesar de a equipa ter a possibilidade de escolher competir com a Émonda ou com a Madone, por vezes essa escolha era complicada e dependia da tarefa de cada um no pelotão. Esta dúvida também era frequente nos clientes finais. Se és um daqueles que também tem essa dúvida, a Trek tomou a decisão por ti. A nova Madone SLR será a tua única bicicleta!
Ao combinar a velocidade da Madone com a leveza da Émonda, obtemos o melhor de dois mundos. A nova Madone SLR é 320 gramas mais leve do que a versão anterior e pesa o mesmo que a levíssima Émonda SLR. O quadro pesa 765 gramas e é constituído por duas partes: o triângulo dianteiro e o traseiro (com as escoras). Quanto à forqueta, pesa 370 gramas.
No processo de fabrico deste quadro foram usados os métodos mais recentes bem como o novo carbono OCLV 900 que é 20% mais resistente do que o OCLV 800. Além disso, requer menos material para cumprir as exigências em termos de rigidez e resistência determinadas pela marca. Graças a esta nova fibra de carbono e ao seu novo método de compactação num molde em aço, a superfície interna do quadro fica tão lisa e perfeita quanto a exterior, sem resíduos, rugas ou excesso de resina. Esta nova técnica otimiza a performance do quadro, permitindo baixar o peso, sem prejudicar a sua resistência.
AERODINÂMICA
Uma das principais características da Madone é o seu sistema Isoflow que foi estreado na geração anterior. Esta tecnologia direciona o fluxo de ar turbulento, favorecendo a aerodinâmica. Como não podia deixar de ser, está presente nesta nova versão da Madone, embora numa versão mais minimalista, devido à menor dimensão dos tubos do quadro.
A Trek realizou mais de vinte simulações virtuais até chegar a esta versão final com as proporções ideais, que confere uma melhor relação entre aerodinâmica, peso e conforto.
A bicicleta foi desenvolvida como um sistema integrado, tendo como base a influência dos pneus e dos bidões na aerodinâmica. Por esse motiv, a Trek desenvolveu um novo conjunto de bidões e porta-bidões RSL Aero específicos e com um formato oval, que estão incluídos em todos os modelos Madone SLR. São compatíveis com bidões cilíndricos, mas também podem ser montados porta-bidões convencionais no quadro.
Este corte transversal da bicicleta - se olharmos de cima -, equipada com os porta-bidões e tendo em conta as rodas, permite entender a forma como o ar circula ao longo de todo o conjunto. As análises feitas no túnel de vento concluíram que é mais eficiente levar os dois bidões colocados, mesmo que estejam vazios. Além disso, as formas do quadro estão alinhadas com os restantes elementos que o compõem (rodas e bidões), e não dependem somente das qualidades aerodinâmicas.
Segundo a Trek, esta oitava geração da Madone é tão aerodinâmica como a anterior e 77 segundos mais rápida do que a Émonda - se o ciclista estiver a pedalar a 200 watts e usar os bidões -. A marca também afirma que a uma velocidade média de 35 km/h, a nova Madone SLR pemite poupar 13 watts.
Para favorecer a aerodinâmica, a Trek continua a usar o design do cockpit apresentado na sétima versão da Madone, mas agora é 30 mm mais largo na parte inferior, para maior aerodinâmica quando pedalamos com as mãos nos drops. A parte superior do guiador está mais redonda e tem uma ligeira queda para o lado exterior.
DESIGN
A aerodinâmica costuma penalizar o peso e a capacidade de absorção do quadro (devido às formas mais volumosas e retangulares), mas permite uma maior rigidez. A Trek testou durante um ano e meio vários protótipos com diferentes formas até chegar a uma conclusão: para conjugar as três características (peso, absorção e rigidez) o quadro tem partes específicas que correspondem a essas premissas.
Os tubos têm um formato distinto e cada tamanho do quadro está desenvolvido de modo a transmitir um desempenho e comportamento uniforme. Deste modo, todos os ciclistas, independentemente da altura, terão acesso ao mesmo desempenho.
O tubo de direção está mais achatado na parte central, para uma aerodinâmica superior. Quanto ao tubo horizontal, está levemente curvado e tem uma secção retangular, tal como o tubo diagonal, para uma maior rigidez torsional. O tubo vertical é retangular na parte inferior (favorecendo a rigidez), e perfilado na parte superior (para deixar o ar fluir).
A geometria H1.5 da Trek também foi revista e os tamanhos passam a adotar a designação das bicicletas de montanha, ou seja, do XS ao XL, substituindo os números (47 ao 52). Na prática temos acesso ao mesmo número de tamanhos e em termos de geometria a posição de condução é idêntica. O tamanho M corresponde virtualmente a um 53, o XS é ainda mais pequeno do que o 47 e o XL ligeiramente maior do que o 62. Assim, a marca satisfaz um maior número de clientes.
Como podemos ver nas imagens, o tubo vertical é interrompido pelo Isoflow e depois continua, recebendo depois um espigão de selim que fica suspenso. Este espigão é mais estreito e plano do que o anterior e, portanto, mais leve, flexível e aerodinâmico. Isto proporciona um certo grau de elasticidade que permite mitigar as irregularidades do asfalto e proporcionar mais conforto. Segundo os dados fornecidos pela Trek, promete um aumento de absorção vertical 80% superior ao fornecido pela Madone de sétima geração e 24% superior ao da Émonda mais recente.
O espigão de selim que vem de origem não tem recuo e estáo disponíveis quatro opções (com 0 ou 20 mm de recuo) e cada uma em dois comprimentos, permitindo ajustar a altura do selim 105 mm em cada tamanho de quadro. Do tamanho XS ao M o espigão fornecido é o curto, enquanto nos tamanhos maiores (M/L até ao XL), vem como o longo.
A nova Madone SLR vem equipada com eixo T47, ponteira universal SRAM UDH, direção RCS com rolamentos tradicionais e permite usar pneus de até 33 mm, embora de origem venha com 28 mm.
MADONE SL
Além da galática Madone SLR, a Trek também vai comercializar a nova Madone SL, renovando assim na totalidade a coleção de bicicletas topo de gama. A Madone SL tem o mesmo design e tecnologia da SLR, mas é fabricada com carbono OCLV 500.
O conjunto composto pelo quadro e forqueta é 250 gramas mais pesado do que o pack da Madone SLR e 175 gramas mais leve do que a Émonda SL. As atuais Émonda de carbono vão desaparecer do catálogo, mas as versões de alumínio continuarão à venda.
COMPORTAMENTO
As primeiras impressões com esta nova Madone correspondem ao que a marca afirma. É de facto uma bicicleta ágil, dinâmica e rápida, com uma capacidade de resposta imediata, muito viva nas subidas, nobre e previsível nas descidas, e capaz de manter a inércia em plano. Aliás, não nos temos de esforçar muito para atingir velocidades muito elevadas, ao contrário da versão anterior.
Esta belíssima Madone SLR Gen 8 combina a leveza da Émonda com a velocidade da Madone anterior, sendo uma fusão muito bem sucedida. É mais polivalente, leve, trepadora e confortável do que a sua antecessora e mais rígida do que a Émonda.
Se gostas de personalizar a tua bicicleta, recomendamos consultar o Programa Project One. Nele poderás escolher os componentes e pintar o quadro (há 49 opções pré-determinadas).
Clica aqui para conheceres em detalhe a bicicleta que a equipa vai usar na Volta a França!