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Nova Specialized Levo SL: num patamar superior

A Specialized apresentou aos meios de comunicação social a nova LEVO SL, ainda por cima no “nosso quintal”, ou seja, na magnífica Serra de Sintra. Este modelo sofreu alterações na geometria, bem como na dinâmica e no motor, estando num nível muito superior, como é hábito nesta marca.

Alexandre Silva / Fotos: Luís Duarte e Specialized

Nova Specialized Levo SL
Nova Specialized Levo SL

A marca americana tem uma filosofia muito própria e uma clara intenção de oferecer o melhor produto em todas as categorias. E a Levo SL não é exceção. A geração anterior já tinha muitas inovações exclusivas e esta é ainda melhor.

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MOTOR MAIS POTENTE

Nas e-bikes, continuamos a assistir a uma batalha numérica, por isso não é surpreendente que, com cada nova geração, a potência, a autonomia e o peso sejam melhorados.  A Levo SL não está a lutar contra as e-bikes "full power", está posicionada mais perto de modelos como a Orbea Rise, por exemplo, oferecendo uma experiência mais natural. Os números não são assim tão importantes, mas ainda assim, há muitas melhorias a assinalar.

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O novo motor Turbo SL 1.2 tem agora 320W (mais 43%) e 50 Nm (mais 33%) e a sua construção é diferente, com um chassis composto por duas peças (e não 3) que melhora a sua rigidez, evitando torções que pudessem causar ruído. A marca refere que este motor provoca menos ruído (cerca de 34-45%) do que a geração anterior graças também à construção do chassis em favo de mel. 

Para além de potente, o novo motor é mais eficiente na gestão do consumo, aumentando a distância total percorrida. Curiosamente, na aplicação Mission Control é possível escolher se pretendemos utilizar primeiro a carga do “range extender” ou a bateria interna. 

Uma das funções que permite controlar tudo é a Micro Tune, a qual permite ajustar as definições de fábrica para uma maior ou menor entrega de potência. Por exemplo, no modo Trail, a definição de fábrica é de 60% (como na imagem) e o Turbo é de 80%, mas podemos ajustar (na aplicação ou nos comandos) até 100% se quisermos aumentar ou diminuir a potência de modo a aumentar a duração da bateria. O objetivo é poder adaptar a resposta do motor e a autonomia às condições de um percurso específico. 

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Os controlos são muito simples, possuem 4 botões: + e - para alternar entre os três modos (Eco, Trail, Turbo) e para entrar no modo de microajuste (premindo o "+" durante mais tempo), F1 para mudar o ecrã e na parte de baixo o modo de assistência à marcha (walk assist).

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INÚMERAS FUNCIONALIDADES

A aplicação Mission Control foi atualizada e está mais completa do que nunca. Além disso, a lista de funções é (quase) interminável. Podemos registar o nosso percurso, incluindo o número de saltos e o tempo que passámos com as rodas no ar, e carregá-lo automaticamente no Strava ou no Komoot. Também podemos programar o arranque automático e a pausa automática para não termos de usar o telemóvel. E permite monitorizar a "saúde" de todo o sistema (motor, bateria), bloquear o motor e ativar um alarme sonoro se a bicicleta se “afastar” de nós. Podemos também, por exemplo, escolher e criar páginas de informação personalizadas para o ecrã. Quando paramos, pode ser apresentado um ecrã secundário até voltarmos a pedalar: assim, não é necessário mudar manualmente o ecrã se quisermos consultar alguns dados secundários não visíveis no ecrã principal. Também permite o emparelhamento com uma fita de ritmo cardíaco e a definição da assistência do motor com base nas pulsações. Há muitas novidades para explorar!

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MUITO ÁGIL E APTA PARA ENDURO

A geometria também foi objeto de grandes alterações. Começando pelo amortecedor traseiro, tem agora 150 mm de curso e a curva de atuação é um pouco mais constante. Isto significa mais apoio na parte intermédia do curso, para uma aceleração mais viva e subidas mais eficientes. Na segunda metade do curso obtém-se sensibilidade e a progressão necessárias para que os 150 mm sejam bem aproveitados sem se esgotarem. 

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Em termos gerais, a geometria da Levo SL é inspirada na Stumpjumper EVO, vencedora de vários prémios na categoria Trail. Nesta geração da Levo, é possível escolher entre uma roda traseira de 27,5'' ou 29''. E o melhor é que para trocar a roda basta girar o flip chip e a geometria não fica alterada. Por outras palavras, os ângulos e a altura do pedaleiro permanecem os mesmos, independentemente da roda traseira que escolheres usar. Mas isso não significa que a geometria não seja ajustável. Pode ser ajustada separadamente do flip chip. A caixa de direção padrão vem com 64,25° e, mudando os rolamentos da parte superior, é possível obter 63° ou 65,5°, dependendo da posição do rolamento. No apoio do amortecedor traseiro há também um flip chip que permite alterar a altura do pedaleiro em cerca de 5 mm. 

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PEDAL TO THE METAL

A melhor parte de uma apresentação é, sem dúvida, quando podemos pedalar na bicicleta depois de ouvir os técnicos a falar sobre o que fizeram. E para testar a Levo, a Specialized escolheu descidas técnicas, outras com muitas pedras, zonas em gravilha ou terra batida, subidas em singletracks e estradões mais vocacionados para o gravel... Ou seja, uma grande variedade de cenários para que uma coisa fique bem patente: a versatilidade da Levo SL

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Ficámos surpreendidos com a sua facilidade nas descidas, nesta configuração mullet com 29'' à frente e 27.5” atrás. A sua agilidade e facilidade em mudar de direção são excelentes. E no segundo dia, retirando um espaçador por baixo do avanço, foi ainda melhor, com uma direção ainda mais precisa. 

A confiança nas descidas, em todos os tipos de terreno, normalmente só se encontra em bicicletas com maior curso. Tudo parece ter sido pensado ao pormenor para que funcione muito bem. Quer se trate de um rock garden, de um drop, de um duplo, ou mesmo de um ritmo mais descontraído, é sempre um “brinquedo” muito preciso. Só na frente é que a achámos menos ativa do que na traseira, mas isso pode ser porque estávamos a tentar tirar mais partido desta bicicleta do que aquilo para que foi concebida. E isso pode ser melhorado com um pneu mais robusto.

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A agilidade é tão notória que aproxima a Levo de uma bicicleta sem motor. O seu comportamento não está tão longe de uma "analógica" como a maioria das e-bikes "full power". Ao iniciar uma descida, ganha velocidade e quase não perde impulso. Utilizando o motor no modo Trail, dá-nos o suficiente para sair de curvas apertadas e voltar ao ritmo frenético da Levo SL. Em algumas situações, percorremos trilhos sem utilizar o motor e ficámos surpreendidos com a sua leveza e velocidade, algo a que não estamos habituados nas e-bikes tradicionais.

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E QUANTO ÀS SUBIDAS?

Como é que esta bicicleta que desce tão bem se porta a subir? É bastante eficiente, mas temos de nos lembrar que temos 50 Nm de torque, por isso não podemos esperar que seja impiedosa a atacar as subidas mais íngremes e técnicas. Aqui, como noutras ocasiões, está muito próxima de uma bicicleta sem motor: sobe bem, mas requer algum esforço, especialmente se a inclinação já for considerável ou se aparecerem algumas rochas, daquelas que passaríamos facilmente com um motor de 85 NM. 

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É esse o conceito da SL: uma e-bike que é muito natural, mais bicicleta e menos mota! Mas não te deixes enganar: em muito poucas situações vais precisar dos newtons extra, mas vais utilizar o modo Turbo com mais frequência do que numa bicicleta mais potente. Nas subidas onde já andámos com outras e-bikes, usamos muito mais o Turbo, o que também nos dá menos autonomia. Em média, uma subida não muito íngreme (4-6%) com a duração de 20 minutos na Turbo consome cerca de 20% da bateria. Mais uma vez, é uma bicicleta para desfrutar das descidas e voltar a subir a um ritmo mais descontraído para não ficares sem bateria antes do fim do dia!

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Se por um lado ficámos surpreendidos com a evolução e performance da nova Levo, por outro já não é novidade o que a Specialized consegue alcançar em modelos tão importantes como este. A Levo SL é possivelmente a melhor opção neste momento para quem está a pensar mudar para as e-bikes e não quer perder as vantagens de uma bicicleta dita “analógica”. Ou então para quem já passou algum tempo com uma destas bicicletas de 22kg ou mais e quer voltar a sentir o que é uma bicicleta ágil e natural. 

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GAMAS E PREÇOS

A Levo SL irá estar disponível, segundo o que apurámos, em quatro modelos, todos com quadro em carbono: o topo de gama S-Works LTD custará 13.200€, a versão S-Works 12.350€, a Pro 10.100€ e a Comp 6.950€. O quadro S-Works poderá ser comprado em separado por 7.000€. Todas surgem de origem na configuração Mullet (roda 29 na frente e 27.5 atrás) e disponíveis nos tamanhos S1 a S6.

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Quadro S-Works

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