Estivemos na apresentação da nova versão da Scott Scale, a rígida mais cobiçada da Scott. O primeiro detalhe que salta à vista são as suas escoras baixas e uma estética refinada. Além disso, nota-se claramente que inclui algumas tecnologias que vimos na apresentação internacional da nova Spark, mas também da Genius e mesmo da Lumen, de modo a torná-la mais leve.
Esta apresentação decorreu em Givisiez, na Suíça e tivemos a oportunidade não só de falar com os engenheiros da marca, como testá-la exatamente nos trilhos onde a equipa de engenheiros e testers da marca a desenvolveu.
A data de lançamento oficial deste modelo teve de ser adiada, dado que o objetivo era esperar que os primeiros modelos chegassem às lojas. Como se trata de uma bicicleta muito aguardada, sobretudo em mercados como o nosso, onde a Scale tem uma boa aceitação, faz todo o sentido.
GRAMA A GRAMA = SEGUNDO A SEGUNDO
As escoras baixas não são novidade na indústria das bicicletas e disso são exemplo a BMC Twostroke, a Berria Bravo ou a Cannondale Trail, tudo modelos que já testámos na revista BIKE.
Desta forma, a Scott adota o mesmo rumo que a Addict e a Foil, embora neste caso o drop (a diferença de altura) seja somente de 14 mm, um valor bastante discreto. O objetivo desta alteração nas escoras visa proporcionar uma rigidez maior no triângulo traseiro em termos verticais, embora esse não fosse o objetivo principal dos engenheiros.
O conforto e a absorção das vibrações no fundo impôs-se ao design puro e duro, obrigando - como nos confessaram os engenheiros - a equipa de design a dar um passo atrás e a reduzir o tamanho do drop, não ultrapassando os tais 14 mm, que era o pretendido por motivos de design e para seguir uma estética mais agressiva.
Mesmo assim os designers conseguiram tornar esta zona estratégica do quadro bastante elegante, sobretudo na transição entre as escoras e o tubo superior, como se pode ver por esta imagem.
A silhueta final é surpreendente, sobretudo com a forqueta rígida (de série a bicicleta é vendida com suspensão)
O design do tubo superior e diagonal segue a mesma linha em direção à testa da direção de uma forma cada vez mais limpa e simples. A transição entre estes tubos com a direção é muito direta e ligeiramente curvada. Além disso, a cablagem interna é encaminhada através dos copos na direção superior, tal como acontece na nova Spark. Graças a isto, as paredes laterais do quadro, na zona superior, não precisam de reforços nas camadas de carbono, o que se traduz em menos peso e menos complexidade de peças.
Só nesta zona foram retirados 60 gramas face ao modelo da geração anterior. Aliás, de modo a procurar a maior leveza possível, a Scale também prescinde do bloqueio de rotação do guiador, uma decisão que, do nosso ponto de vista, é questionável, pois trata-se de um sistema que proporciona segurança, evitando que o guiador bata no top tube, danificando-o.
Como referimos anteriormente, a nova Scale tem menos peças e adota um sistema simplificado na cablagem, o que permite uma maior integração. Esse pormenor está presente também nos dropouts traseiros (foram aleigeirados) e nos parafusos do portabidon.
A zona dos dropouts tem uma construção oca, reforçada com uma peça de alumínio que preenche o espaço de acoplamento do eixo passante, de modo a fazer com que o carbono não sofra - em princípio - pressões diretas. Deste modo baixaram o peso cerca de 7 gramas. É assim que funciona o mundo dos ganhos marginais, ou seja, grama a grama, segundo a segundo.
A fixação do travão traseiro está situada entre a escora inferior e a superior, o que permitiu uma poupança de 27 gramas.
Também as fixações dos portabidons foram alvo de redução de peso. Trata-se de um sistema alternativo que adota umas pequenas peças que ficam encaixadas no quadro através de ranhuras, e é precisamente nessas peças que os parafusos enroscam, de maneira a que, quando estão aparafusados, evitam que essas peças se movam ou saiam.
Desta forma, o tubo é mais leve e não precisa de grandes reforços nem rebites nesta zona. Esta tecnologia está presente principalmente nos modelos de gama alta e não nos quadros mais baratos.
Na parte inferior do pedaleiro encontramos uma tampa para aceder ao interior do quadro, permitindo - caso seja necessário - gerir os cabos e manipulá-los. No entanto, esta tampa não é igual à que está presente na Spark ou na Genius, dado que não tem um sistema de bloqueio ou fechadura. Em vez disso, encaixa sob pressão.
O peso do quadro na versão HMX-SL, o topo de gama, ronda os 847g no tamanho M. A segunda versão, a HMX, pesa 912g e a mais barata, a em carbono HMF, pesa 1013g.
GEOMETRIA MAIS ATUAL
Como não poderia deixar de ser, a nova Scale foi desenvolvida em colaboração com a equipa Scott/SRAM. O objetivo era buscar a máxima eficiência em subida, mas sem perder as suas aptidões em descida, algo que hoje em dia é preponderante como se nota nas geometrias com ângulos cada vez mais extremos. Para tal, a marca recorreu a vários dados biométricos e biomecânicos, em parceria com o Laboratório Swiss Biomechanics. O resultado é um quadro que tem um alcance 20 mm superior no triângulo dianteiro, um ângulo de direção mais aberto (cerca de 2 graus) e um tubo de selim 1.4 graus mais vertical.
Deste modo, o Reach no tamanho M é de 442 mm e o tubo de selim chega agora aos 74,5 graus.
O ângulo de direção tem 67,9º - o que não é um valor demasiado aberto se compararmos com outras bicicletas do mesmo segmento, como por exemplo a BMC que tem 67º - e podemos modificá-lo através de copos excêntricos na direção, que permitem variar a sua inclinação cerca de 0,6 graus, em função do nosso gosto pessoal.
Quanto ao curso na suspensão dianteira, a marca optou por 100 mm e pelo uso de modelos com barras de 32 mm, para otimizar o peso.
TOQUE EXCLUSIVO
Durante a apresentação, a marca mostrou uma forqueta rígida de carbono totalmente nova para quem prefere usar uma bicicleta destas sem suspensão. É ideal para trepadores puros ou para quem anda sobretudo em terrenos mais rolantes.
Esta forqueta está à venda em separado e pesa 605g, ou seja, entre 800 e 1000g a menos do que uma suspensão tradicional, além de possibilitar a introdução da mangueira do travão internamente ou externamente. Também inclui roscas para a colocação de alforges nas laterais, tal como acontece nas bicicletas de gravel.
MODELOS E PREÇOS
A gama é composta por 5 modelos Scale RC com o novo quadro, entre 3.699,99€ e 14.599,99€, além de outros 10 modelos da gama Scale 900 mais barata, com versões de carbono e também de alumínio - entre 1.249,99€ e 4.099,99€ - para além dos modelos Contessa.
SCALE RC
Scale RC SL. 14.599,99 €
Scale RC World Cup EVO. 9.899,99 €
Scale RC World Cup. 7.799,99 €
Scale RC Team Issue. 4.999,99 €
Scale RC Team. 3.699,99 €
SCALE 900
Scale 910. 4.099,99 €
Scale 920. 3.499,99 €
Scale 925. 2.899,99 €
Scale 930. 2.699,99 €
Scale 940. 2.299,99 €
Scale 950. 2.199,99 €
Scale 960. 1.999,99 €
Scale 965. 1.699,99 €
Scale 970. 1.599,99 €
Scale 980. 1.249,99 €
Poderás saber mais informações em www.scott-sports.com e em jasma-pt.