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Já testámos a nova Cannondale SuperSix EVO 4

Já testámos a nova geração da Cannondale Super Six EVO, um dos modelos preferidos dos ciclistas nos últimos anos.

Miguel Ángel Sáez

Já testámos a nova Cannondale SuperSix EVO 4
Já testámos a nova Cannondale SuperSix EVO 4

A primeira versão da SuperSix EVO foi lançada no mercado em 2008. Foi a primeira bicicleta da marca americana construída totalmente em carbono e desde então tem sido uma referência no seu segmento, destacando-se pela leveza, rigidez e conforto.

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Esta foi a primeira geração da SuperSix EVO, lançada em 2008

Durante a sua trajetória, a SuperSix EVO provou ser uma bicicleta destinada a alta competição, mas o conforto foi sempre uma das premissas dos engenheiros da marca, como provam, por exemplo, as escoras com o conceito SAVE e os espigões de selim de 27,2 mm de diâmetro. 

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Esta foi a segunda geração da SuperSix EVO, em 2011

Equipas como a Liquigas, a Cannondale e mais recentemente a Education First usaram este modelo ao longo dos anos, passando por diferentes upgrades e alcançando a vitória em algumas das provas mais duras do mundo. 

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Em 2015 foram introduzidos os travões de disco neste modelo

Agora, passados 15 anos, foram finalmente revelados os detalhes da quarta geração desta super bicicleta. Embora à primeira vista possa parecer semelhante à geração anterior, esticamente e, sobretudo, dinamicamente, é uma evolução. Foi isso mesmo que comprovámos durante o evento exclusivo que a Cannondale organizou em Girona (Espanha), onde tivemos a oportunidade de pedalar lado a lado com ciclistas da Education First e conversar com os engenheiros. 

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Esta foi a terceira geração da SuperSix EVO, lançada em 2019

NOVA SUPERSIX EVO

A SuperSix EVO continua a ser uma bicicleta para alto rendimento e continua a ser uma das melhores trepadoras do mercado, apesar de responder agora a uma exigência do mercado, ou seja, inclui detalhes aerodinâmicos no quadro. 

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Imagem da nova SuperSix EVO 4

Trata-se de um modelo destinada a alta competição. No entanto, o conceito SuperSix EVO de quarta geração incrementou o nível de exclusividade face ao passado, com a introdução de uma gama superior às já existentes, além de ampliar a gama de cores das montagens completas, bem como das opções em quadro separado. Na prática, é um modelo mais customizado e atrativo desde as gamas médias às mais altas e elitistas. 

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Obviamente não é só a nível estético que se nota a aerodinâmica, mas também em andamento. E é mais leve, com versões que incluem quadros ainda melhores do que os Hi-Mod que até agora eram o topo de gama na Cannondale, além de outras inovações. 

Como o coeficiente de resistência aerodinâmica foi reduzido, a bicicleta penetra melhor no ar e nesse aspeto apresenta quase os mesmos valores aerodinâmicos que o modelo SystemSix, a bicicleta mais pura em termos de aerodinamismo deste construtor. No entanto, estamos a falar de pesos diferentes, dado que a SystemSix tem um quadro com formas mais sobredimensionadas. Além disso, como a marca fez questão de salientar, no túnel de vento, a SuperSix apresentou valores muito melhores do que as suas rivais mais diretas em termos aerodinâmicos. 

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Para conseguir estas melhorias e alcançar mais velocidade aplicando a mesma potência, os engenheiros otimizaram vários aspetos. Um deles foi o perfil da forqueta, que agora é mais volumosa e está melhor integrada com a direção. Além disso, continua a ter bastante espaço para os pneus, sendo possível usar modelos de até 34 mm. A testa da direção também foi otimizada. Tem um formato mais perfilado do que a anterior. 

A Cannondale fez uma cooperação com a empresa italiana Momo Design com a qual criou um cockpit denominado R-One muito mais aerodinâmico do que o Hollowgram próprio da Cannondale usado até agora. Este guiador será equipado somente nas versões mais caras e além de benefícios aerodinâmicos, permite uma melhor integração das mangueiras dos travões. Também o tubo da forqueta tem uma secção triangular que permite encaminhar os cabos pelo interior da testa da direção. 

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No campo da aerodinâmica, há mais detalhes como um espigão de selim perfilado, o que impossibilita agora a colocação da bateria Di2 no seu interior.

Os porta-bidons e os bidons foram concebidos de uma maneira particular, precisamente para aumentar o desempenho aerodinâmico. Trata-se de um design exclusivo denominado ReGrip através do qual o conjunto composto pelo porta-bidon e o bidon têm o mesmo perfil aero. O perfil é mais quadrado e o seu formato integra-se melhor com o perfil do tubo diagonal. Em todo o caso, os porta-bidons, mesmo com este fomato quadrado, podem albergar sem problemas um bidon redondo normal. 

Quanto às rodas, foram renovadas. Agora, de origem traz umas Hollowgram com 50 mm de perfil e com uma largura interna aumentada de 21 mm e externa de 32 mm. Existem duas versões das rodas, as R-SL 50 que pesam 1.520g o par e as R-S 50 cujo peso ronda 1.620g. Estas duas opções possuem cubos com mecanismo interno DT Swiss 240 e 340S, respetivamente.

SUPERSIX EVO MAIS LEVE

Reduzir o peso foi outro dos objetivos da Cannondale, não só pelo historial desta bicicleta, mas também pelas exigências atuais no WorldTour. Para além de contar com um cockpit mais leve, passa a existir uma nova versão ultraleve do quadro denominada Serie 0 que pesa 770g no tamanho L, ou seja, cerca de 40g mais leve do que a versão Hi-Mod, considerada até agora topo de gama. Este quadro Serie 0 tem um carbono diferente do usado nos restantes quadros da gama, com a utilização de nano resina, o que permite poupar material, peso e ao mesmo tempo aumenta a rigidez do conjunto. 

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Montagem exclusiva de um dos quadros LAB71.

Além da nova série 0, há duas versões adicionais, estruturalmente idênticas, mas com diferenças no tipo e disposição do carbono. Por um lado, o denominado quadro Carbon, cujo carbono é regular (não é de alto módulo) e que tem um peso declarado de 930g. É utilizado nas gamas mais baratas da SuperSix EVO. Por outro, o quadro Hi-Mod, a versão de alto módulo que todos conhecemos e que tem sido usado até agora e que pesa 830g. É o quadro que será usado na gama alta das montagens de série. Todos os pesos que referimos dizem respeito a quadros no tamanho 56 (pintados). 

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Quadro LAB71 ultraleve (pesa 770 g no tamanho 56 já com a decoração da equipa Education First)

Com estas melhorias e componentes de última geração, foi possível reduzir o peso final dos modelos mais altos. Por exemplo, o mais leve pesa 6,8 kg, totalmente montado, no tamanho 56, embora sem pedais. Um peso mais baixo do que a SuperSix que vigorava até agora, que pesava 7,4 kg com a mesma configuração e pintura. 

MAIS INTEGRADA E INOVADORA

Há mais novidades neste quadro que ainda não referimos. Por exemplo, a marca deixou de usar o clássico eixo pedaleiro BB30 e passou a adotar um sistema universal BSA 68 mm de rosca. Com esta mudança, a compatibilidade com outros fabricantes de cranques, pedaleiros e pratos aumenta consideravelmente, sendo possível fazer montagens super exclusivas. Além disso, os intervalos de manutenção são maiores e é reduzido o risco de ruídos parasitas nesta zona crítica da bicicleta. Muitas marcas estão a escolher este sistema de pedaleiro e a Cannondale não quis ser a exceção. 

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A zona do pedaleiro agora é de rosca (BSA 68 mm)

Outro aspeto inovador é a nova localização da bateria (no caso dos modelos eletrónicos Shimano Di2). Na nova Cannondale a bateria está localizada um compartimento na parte inferior do tubo diagonal da bicicleta, uma solução adotada por muitas marcas nas suas eBikes. Tem uma tampa de acesso para podermos extrair a bateria, caso seja necessário. Como o espigão de selim ficou mais fino e aerodinâmico, sendo impossível alojar a bateria no seu interior, esta foi a solução escolhida pelos engenheiros da Cannondale. 

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Localização da bateria dos grupos Shimano Di2 no novo quadro SuperSix EVO

LAB71, A EXCLUSIVIDADE NO SEU EXPOENTE MÁXIMO

Aproveitando o lançamento da nova SuperSix EVO de quarta geração, e de um super quadro mais elitista ainda mais vanguardista do que o Hi-Mod existente até agora, a Cannondale deu a conhecer um novo conceito que proporciona mais exclusividade a esta bicicleta, bem como - supomos - a outros modelos do catálogo da marca a médio prazo. 

Trata-se da gama LAB71, que já tínhamos apresentado em exclusivo nacional aqui no site, um novo standard em termos de qualidade e exclusividade através do qual a Cannondale quer reafirmar e reinvidicar o seu ADN inovador, premium e tecnológico lançado desde o surgimento da marca, em 1971. Os modelos com o símbolo LAB71 possuem o melhor que existe no mercado. No caso destas novas SuperSix EVO, os quadros são da nova série 0, mais leves e mais rígidos do que a concorrência. 

 

As cores, as montagens, tudo será especial e exclusivo nesta nova gama da Cannondale. Visualmente os quadros terão um símbolo LAB71 no tubo de selim e que, por exemplo, podemos encontrar nas bicicletas da equipa Education First.

A gama LAB71 não inclui somente bicicletas completas. Também serão comercializados quadros com pinturas especiais somente disponíveis nesta categoria. 

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COMPORTAMENTO DA NOVA SUPERSIX EVO DE 4ª GERAÇÃO

Após testarmos esta nova Cannondale e tendo como base um teste recente da terceira geração, temos de confessar que se nota uma evolução em termos de desempenho, apesar de manter praticamente a mesma geometria face à versão anterior. Isto significa que o trabalho feito pelos engenheiros a nível de disposição das camadas de carbono, tecnologias aplicadas e escolha de componentes, foi bem executado. A única diferença que notámos foi basicamente nas escoras, que são 2 mm mais compridas do que as da versão anterior. 

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No nosso caso, testámos uma SuperSix EVO Hi-Mod 1, o topo de gama das versões Hi-Mod, com um quadro intermédio (que até agora era o mais elitista), cujo peso se cifra em 810g. A bicicleta vem equipada com o grupo eletrónico sem fios SRAM Red eTap AXS. 

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É uma bicicleta muito estável e mais suave do que a versão anterior, aparentando absorver melhor as irregularidades da estrada. É de fácil condução, segura - provavelmente devido aos 2 mm extra nas escoras traseiras - e como provámos nas estradas cheias de curvas e contracurvas em Girona, proporciona muita confiança, mesmo em descidas rápidas e técnicas. 

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O aspeto que mais sobressaiu durante o teste foi a facilidade em atingir velocidades altas. Nem a versão anterior conseguia este feito. Isto deve-se ao maior aerodinamismo, como comprova um dado apresentado pela marca: para circular a 45 km/h com condições normais de vento, são necessários 12 watts a menos do que na versão anterior. Para além de ser fácil manter velocidades elevadas, nota-se que é mais leve e os níveis de rigidez e reatividade são semelhantes aos que já conhecíamos na terceira geração. 

Poderás conhecer a gama completa em www.cannondale.com.

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