Neste artigo mostramos os diferentes tipos de pastilhas e compostos que a SRAM utiliza nos seus travões de BTT. Conhecer as suas características e diferenças de comportamento permite decidir quais são as mais adequedas para o tipo de BTT que praticamos, tendo em conta as condições climatéricas e o terreno onde costumamos andar.
QUAL MODELO É MAIS INDICADO PARA CADA UM DE NÓS?
Se vais mudar de pastilhas, a primeira coisa a fazer é identificar o modelo que está montado nos teus travões. Para tal, a SRAM possui uma pequena tabela que podemos encontrar no menú Service do seu site (www.sram.com). Com base nesta tabela podemos comparar as nossas pastilhas e determinar que modelo precisamos. Se não tivermos na nossa posse as pastilhas e quisermos saber qual é o modelo mais indicado para os nossos travões, basta identificar o número de série que aparece na pinça do travão. Se introduzirmos este código na página que referimos no site da SRAM, podemos conhecer a referência do modelo da pastilha.
O mesmo acontece com o diâmetro dos discos, O tamanho da superfície de contato da pastilha com o disco influencia bastante a capacidade, potência e resistência do sistema de travagem. A SRAM utiliza 4 tamanhos de pastilhas em função do uso a que se destina (pequeno, médio, grande e extra grande).
TIPO DE COMPOSTO
Quanto ao composto usado nas pastilhas, há dois, o orgânico e o sinterizado.
PASTILHAS ORGÂNICAS
São fabricadas com resinas orgânicas e não possuem partículas metálicas. As suas principais características são as seguintes:
- São mais macias, menos abrasivas e, portanto, menos agressivas para os discos. Por isso mesmo, o período de rodagem inicial (pastilha/disco) é mais curto.
- São menos ruidosas e o tato que proporcionam é menos seco, mais modulado e gradual.
- A sua duração é menor, especialmente quando se usam em condições húmidas, com lama ou água.
- Numa utilização abusiva aquecem com maior facilidade e é mais habitual que a sua superfície se cristalize, gerando ruídos e perdendo eficácia em termos de travagem.
PASTILHAS SINTERIZADAS
Nas pastilhas sinterizadas, são usadas pequenas partículas metálicas. Estas são as suas características:
- A sua duração é maior, especialmemte em condições húmidas, e em usos abusivos ou continuados são mais resistentes.
- São mais agressivas para os discos, provocando um desgaste mais rápido.
- A sua potência de travagem é maior, e o tato é mais seco. A sua rodagem é mais prolongada.
Como vemos, cada composto tem vantagens e desvantagens, por isso a escolha depende do tipo de ciclismo que praticamos e das condições em que costumamos andar.
COMO IDENTIFICAR O COMPOSTO
A SRAM utiliza nas suas pastilhas 4 cores na placa de suporte para distinguir os tipos e os compostos. 3 usam compostos orgânicos e 1 usa sinterizado:
- As pastilhas com placa em cor cobre utilizam uma superfície de travagem sinterizada e são mais adequadas para usos exigentes, porque aguentam melhor a fadiga, bem como as condições de humidade e lama. Como contrapartida, a sua mordida inicial é menor, e são mais ruidosas e agressivas para os discos.
- As pastilhas com placa em cor preta têm uma superfície de travagem orgânica. Têm uma maior mordida inicial e são as mais silenciosas do catálogo da SRAM. São adequadas para tempo seco e são menos agressivas para os discos. No entanto, têm uma durabilidade mais reduzida, especialmente quando está tempo húmido ou lama.
- As pastilhas com placas cinzentas têm uma superfície de travagem orgânica, mas a sua travagem é ligeiramente mais potente e aguentam melhor do que as pretas em condições mais exigentes. Não chegam a ser ruidosas, mas não são tão silenciosas como as pretas e quanto à sua duração, é bastante parecida. A sua durabilidade também é mais reduzida quando está tempo húmido ou lama.
- Por último, as pastilhas com placas de alumínio e superfície de travagem orgânica têm características quase idênticas às das placas pretas, mas são mais leves.
Convém referir que nem todos estes tipos de pastilhas estão disponíveis para todas as gamas de travão. Por exemplo, para os travões Maven, que utilizam pastilhas sobredimensionadas, existem somente dois modelos de pastilhas, as pretas (orgânicas) e as cobre (sinterizadas).
COMO FAZER A RODAGEM DAS PASTILHAS
Se quiseres aproveitar ao máximo a potência dos teus travões, tens de fazer uma rodagem. Durante este processo, uma fina camada de material da própria pastilha vai ser transferida para o disco. Só quando isso acontecer é que obteremos a potência máxima de travagem. É por isso que, quando limpamos os discos e as pastilhas, perdemos momentaneamente essa mordida mais nobre. A SRAM aconselha mudar os discos de travão quando mudarmos de composto.
Como já referimos neste artigo, o processo de rodagem é mais prolongado nas pastilhas sinterizadas do que nas orgânicas, mas o processo é idêntico. Primeiro, devemos procurar um local seguro onde possamos acelerar e travar a bicicleta sem interferência de outros veículos ou pessoas. Começa a pedalar a uma velocidade baixa e faz uma travagem firme e curta, mas solta os travões antes da bicicleta parar totalmente. Repete este processo várias vezes.
O material da pastilha vai começar a ficar depositado no disco. Numa segunda fase repete este processo 20 vezes a uma velocidade moderada e, para terminar, repete mais 10 vezes, mas a uma velocidade ainda maior. Não deves bloquear as rodas neste processo.
Terminada a rodagem, deixa os travões e os discos arrefecerem antes de voltar a usar a bicicleta.
E SE A TUA BICICLETA TIVER TRAVÕES SHIMANO?
Felizmente tambem já publicámos um artigo específico sobre as pastilhas da marca nipónica. Clica AQUI para encontrares todos os detalhes.