Competição

Última semana da Volta a Itália terá como protagonista a alta montanha

A Volta a Itália entrou na sua última semana e terá quatro grandes etapas de montanha com subidas como San Valentino, Passo del Mortirolo, Col Saint Pantaleón e Colle delle Finestre.

FERNANDO BELDA. FOTO: LUCA BETTINI (SPRINT CYCLING AGENCY)

3 minutos

Última semana da Volta a Itália terá como protagonista a alta montanha

A caravana da Volta a Itália está a entrar na fase final e tudo está indefinido. Faltam, sobretudo, quatro jornadas de alta montanha que vão decidir quem será o vencedor da prova italiana. 

Os dez primeiros classificados têm teoricamente a possibilidade de integrar o pódio, dado que estão todos dentro da janela dos quatro minutos. O líder é Isaac del Toro, o jovem mexicano da UAE Emirates que está a surpreender tudo e todos, mas a verdade é que é a primeira vez que vai enfrentar uma terceira semana tão exigente. Juan Ayuso - 3º na classificação geral - tem vindo a queixar-se de dores no joelho, mas teoricamente é o líder da equipa dos Emirados. Será que vai apoiar o mexicano ou vai tentar lutar pela vitória? Primoz Roglic, à priori o grande favorito, tem vindo a ressentir-se de várias quedas e tem uma desvantagem de quatro minutos. Será que o esloveno vai conseguir subir na geral? Além disso, já se questiona sua continuidade na prova. Não podemos também descartar Simon Yates, Carapaz, Gee, Bernal, Tiberi e Arensman. Todos eles aparentam estar bem, por isso o prognóstico é mais incerto do que nunca.

O jovem Del Toro tem somente 21 anos e embora seja um excelente trepador, falta-lhe a maturidade para saber sofrer em subidas tão longas como as que vai encontrar. Simon Yates está a 1m20 e é indiscutivelmente um osso duro de roer, portanto poderá ser o principal adversário de Del Toro. Ayuso está a 1m26, Richard Carapaz a 2m07, Derek Gee a 2m54, Damiano Caruso a 2m55 e Antonio Tiberi, Egan Bernal, Thymen Arensman e Primoz Roglic entre os três e os quatro minutos. O mexicano começou a prova como gregário e agora é o líder. É um ciclista atento, combativo, ambicioso e tem uma grande capacidade de resposta. Será que vamos ter uma surpresa nesta semana final?

Tudo pode acontecer nestas seis etapas que faltam, incluindo quatro duríssimas que somam mais 18.000 metros de desnível positivo: San Valentino, Passo del Mortirolo, Col Saint-Pantaléon e Colle delle Finestre.

ETAPAS DA ÚLTIMA SEMANA

A 16ª etapa terá a subida mais exigente do Giro. A jornada terá quase 200 km e quatro subidas: Carbonare (12,9 km a 4,6%); Candrai (10,1 km a 7,6%), Santa Bárbara (12,7 km a 8,3%) e San Valentino, uma ascensão de primeira categoria (17,4 km a 6,4%, mas com rampas que chegam aos 14%).

Etapa 16. Terça feira, dia  27. Piazzola sul Brenta - San Valentino di Brentonico. 199 km

No dia seguinte terão novamente uma etapa de altíssimo grau de dificuldade entre San Michelle All´Adige e Bormio - com 3.800 metros de desnível positivo nos seus 155 km -, embora a chegada seja menos dura. A meio da etapa terão de subir Tonale (15,2 km a 6%) e o mítico Mortirolo (12,6 km a 7,6%, com rampas que chegam aos 16%) a caminho de Bormio, embora a última subida esteja a quase 50 km da zona alpina. Contudo, o falso plano a seguir ao Mortirolo, que inclui a subida de Le Motte, poderá fazer grandes diferenças se as forças de algum favorito fraquejarem. 

Etapa 17. Quarta feira, dia 28. San Michele all’Adige - Bormio. 155 km

Etapa 18. Quinta feira, dia 29. Morbegno - Cesano Maderno. 144 km

Após um dia mais tranquilo a caminho de Cesano Maderno (numa 18ª etapa ideal para os sprinters), as dificuldades regressarão entre sexta e sábado, com duas jornadas de alta montanha. 

Na sexta feira, os ciclistas vão rumar a Champoluc, no Valle de Aosta, depois de subirem o Croce Serra (de terceira categoria), Col Tzecore (16,6 km a 7,7%), Col Saint Pantaleón (16,5 km a 7,2%) e Col de Joux (15,1 km a 6,9%). No final, ainda vão enfrentar o Antagnod (9,5 km a 4,5%, mas com rampas que chegam aos 11%). A etapa será muito dura, com 4.950 metros de desnível positivo nos seus 166 km. 

Etapa 19. Sexta feira, dia 30. Biella - Champoluc. 166 km

No sábado será a última jornada de alta montanha. Terá 204 km e 4500 metros de desnivel positivo, que inclui o Colle del Lys (13,7 km a 4,3%), Colle delle Finestre, a subida mais dura desta edição (18,5 km a 9,2%, com 8 km em terra batida) e Cima Coppi (aos 2.178 metros de altitude), aléma da subida final à estação de Vialattea, em Sestrière, onde será conhecido o grande vencedor do Giro 2025.

Etapa 20. Sábado, dia 31. Verrès - Sestriere. 204 km

Os 3.413 km do Giro 2025 terminam em Roma. Será a sétima vez que esta cidade acolhe o final da Volta a Itália. 

Etapa 21. Domingo, dia 1. Roma - Roma. 143 km

 

Relacionados