O percurso da 108ª edição da Volta a Itália foi apresentado no Auditório da Música, em Roma. A prova vai começar no dia 9 de Maio na Albânia - país que vai acolher as três primeiras etapas - e terminar no dia 1 de Junho em Roma, cidade que vai receber pela sétima vez a chegada.
A Volta a Itália vai deambular por três países (Itália, Albânia e Eslovénia) e será a prova de três semanas com maior quilometragem (3.413 km), onde não faltará dureza, como provam os seus 52.500 metros de desnível acumulado, ou seja, mais 10.000 do que na edição passada.
A prova terá dois contrarrelógios individuais (com 42,3 km no total), uma etapa de sterrato - a 9ª, com 29,5 km de caminhos rurais divididos em cinco setores - e subidas míticas como o Passo del Mortirolo - embora pela vertente menos inclinada (12,6 km a 7,6%) - e Colle delle Finestre, o grande colosso deste Giro com os seus 18,5 km a 9,2% de inclinação média, mas com picos que chegam aos 14%! Além disso, terá 8 km de caminhos rurais e o alto está situado a 2178 metros. No total, há seis etapas propícias para o sprint, 8 de média montanha e 5 de alta montanha, além dos dois contrarrelógios que referimos.
Após as três primeiras etapas na Albânia - que incluem um contrarrelógio de 13,7 km em Tirana - e a primeira jornada de descanso, prevista para o dia 12 de Maio, a prova terá três etapas planas ideais para sprint ou eventualmente fugas. O segundo dia de descanso será no dia 19 de Maio, mas antes, na 7ª etapa, os ciclistas vão enfrentar a primeira jornada exigente de montanha, com quatro subidas pontuáveis e chegada em Tagliacozzo, após uma subida de 12,6 km a 5,4% de pendente média com picos que chegam a 14%.
A segunda semana de competição começa com o segundo contrarrelógio individual de 28,6 km entre Lucca e Pisa. Será uma espécie de regresso ao passado, dado que em 1977 o Giro teve uma jornada igual, na qual o vencedor foi o norueguês Knut Knudsen. Esta segunda semana fecha com mais uma etapa de montanha (na 15ª jornada) que terá duas subidas duras (Monte Grappa e Dori), mas sem chegada em alto.
A maior dureza, como é habitual no Giro, está reservada para a semana final, que concentra as três únicas etapas qualificadas de 5 estrelas devido à sua dificuldade extrema. A 16ª etapa terá cinco subidas encadeadas e uma chegada em subida: San Valentino, com os seus 17,4 km a 6,4% e Monte Baldo, com uma vista espetacular para o Lago de Garda.
Depois, as etapas 19 e 20 serão decisivas para a classificação geral: a primeira, que liga Biella a Champoluc, não tem momentos de descanso nos seus 166 km, graças a quatro subidas rompe pernas e a um desnível acumulado de 4.950 metros. A segunda, entre Verrès e Sestriére, é a mais longa e terá como principal dificuldade o temível Colle delle Finestre (18,5 km a 9,2%). Ainda por cima, os ciclistas terão de subir pela vertente mais inclinada. O final da prova será, como tem sido tradição nas edições anteriores, pelo centro de Roma.
ETAPAS E GRÁFICOS
Etapa 1. Durrës - Tirana. 164 km
Etapa 2. Tirana-Tirana. CRI 13,7 km
Etapa 3. Vlorë - Vlorë. 160 km
12 de Junho. Dia de descanso
Etapa 4. Alberobello - Lecce. 187 km
Etapa 5. Ceglie Messapica - Matera. 145 km
Etapa 6. Potenza - Napoli. 226 km
Etapa 7. Castel di Sangro - Tagliacozzo. 168 km
Etapa 8. Giulianova - Castelraimondo. 197 km
Etapa 9. Gubbio - Siena. 181 km
19 de Maio. Dia de descanso
Etapa 10. Lucca - Pisa. CRI 28.6 km
Etapa 11. Viareggio - Castelnovo ne’ Monti. 185 km
Etapa 12. Modena - Viadana. 172 km
Etapa 13. Rovigo - Vicenza. 180 km
Etapa 14. Treviso - Nova Gorica. 186 km
Etapa 15. Fiume Veneto - Asiago. 214 km
26 de Junho. Dia de descanso
Etapa 16. Piazzola sul Brenta - San Valentino di Brentonico. 199 km
Etapa 17. San Michele all’Adige - Bormio. 154 km
Etapa 18. Morbegno - Cesano Maderno. 144 km
Etapa 19. Biella - Champoluc. 166 km
Etapa 20. Verrès - Sestriere. 203 km
Etapa 21. Roma - Roma. 141 km
AS OPINIÕES DOS EXPERTS
"Vai ser uma prova dura e os ciclistas ainda a vão tornar mais difícil. Preparámos um percurso para todo o tipo de ciclistas, com três semanas que vão subindo de dificuldade. Não só há chegadas em subida, que por si só já são difíceis, mas também teremos muitas etapas que vão deixar os ciclistas em dificuldades" - disse Mauro Vegni, diretor do Giro
"Vai ser uma Volta a Itália onde só vão sobreviver os mais bem preparados e acredito que o nível de dificuldade aumentou este ano, não só por ter uma quilometragem maior, mas também por ter mais 10.000 metros de acumulado de subida. Para os sprinters vai ser terrível e suspeito que muitos não vão sequer chegar a Roma. Também vai ser interessante ver a dinâmica da corrida, porque a equipa do ciclista que estiver a liderar a geral pode não ter interesse em desgastar-se em algumas etapas, o que pode "apimentar" a prova." referiu Carlos Pinto, comentador de ciclismo e diretor do site www.mountainbikes.pt e da revista Ciclismo a fundo.