O vento forte tem sido um dos maiores adversários dos paraciclistas, endurecendo muito as corridas quando sopra de frente e aumentando a exigência técnica sempre que atinge os corredores por trás ou lateralmente.
A armada nacional bateu-se com galhardia, cumprindo as expectativas, mas não conseguindo resultados de relevo. Telmo Pinão foi o 16.º classificado nos 25,2 quilómetros da prova de classe C2. Gastou mais 5m59s do que o novo campeão mundial, o francês Alexandre Leaute. A prestação do português foi prejudicada por dois problemas mecânicos. “Sabia que em condições normais poderia aspirar a um lugar entre o 10.º e o 12.º, mas saiu-me a corrente e parti o suporte [de apoio da perna amputada]. Fico triste, porque preferia que o resultado fosse apenas motivado pela condição física e não pelos percalços”, referiu o paraciclista.
Bernardo Vieira também sentiu dificuldades no exercício individual de 16,8 quilómetros de classe C1. O corredor português foi oitavo, a 3m38s do espanhol Ricardo Ten Argiles, que conquistou o título mundial.
Os portugueses tiveram dois representantes nos 33,6 quilómetros disputados pelos paraciclistas de classe C5. Hélder Maximino foi 16,º, a 10m27s do vencedor, o holandês Daniel Abraham Gebru. Manuel Ferreira foi 18.º, a 11m49s.
Paulo Teixeira competiu na série de classe C4, mas foi reclassificado com C3. Nesta competição foi 14.º, a 11m35s do francês Florian Bouzani, que conquistou a medalha de ouro.
Ana Silva, guiada por Isabel Caetano, estreou-se na classe B, prova em tandem, para atletas cegas ou com deficiência visual profunda. A dupla nacional fechou no 14.º posto, a 14m01s das melhores, as britânicas Lora Fachie e Corrine Hall.

A vitória na corrida de classe B feminina foi a quarta do dia para os britânicos, que também se impuseram na classe B masculina, através de Stephen Bate e Adam Duggleby, na classe C4 masculina, por George Peasgood, e em C5 femininas, por intermédio de Sarah Storey, única a revalidar títulos mundiais durante a jornada.
Também tiveram direito à camisola arco-íris a colombiana Daniela Munevar, em C2, a sueca Anna Beck, em C3, e a canadiense Marie-Claude Molnar, em C4.
