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Os melhores do Tour 2024

A 111ª edição da Volta a França já terminou. Está na hora de fazermos uma análise daqueles que, para nós, foram os ciclistas mais importantes de uma prova que ficará para a história.

FERNANDO BELDA E CARLOS PINTO. FOTO: SPRINT CYCLING AGENCY

Os melhores do Tour 2024
Os melhores do Tour 2024

TADEJ POGACAR. Ambicioso e sempre ao ataque, o esloveno da UAE Team Emirates não deu tréguas e a sua performance ficará para a história. Ganhou seis etapas, vestiu a camisola amarela durante 19 dias e venceu a classificação geral com uma vantagem bastante ampla (mais de 6 minutos face ao segundo e 9 face ao terceiro). Um domínio avassalador. Ganhou pela terceira vez a Volta a França e no cômputo geral foi a sua quarta grande volta, convertendo-se no primeiro ciclista a fazer a dobradinha Giro-Tour no século XXI (Marco Pantani foi o último a conseguir esta façanha em 1998). "Terminar o Tour em segundo motivou-me a regressar ainda mais forte", disse o esloveno, que acumula 17 vitórias no Tour e 84 no seu palmarés. 

* JONAS VINGEGAARD"Em outras circunstâncias estaría decepcionado, mas após tudo o que aconteceu, devido à queda que sofri, não posso estar. A minha preparação não foi a ideal, embora estivesse a um nível muito alto , mas tenho de reconhecer que Tadej mereceu". Não há melhor resumo da atuação do dinamarquês da Visma do que este feito pelo próprio após o contrarrelógio final. Não conseguiu revalidar o título que alcançou em 2022 e 2023, mas o Tour de Vingegaard foi melhor do que o esperado, tendo em conta que em Abril estava nos cuidados intensivos com um pulmão perfurado e várias fraturas. Poucos acreditavam que ele viria ao Tour e, se viesse, quase ninguém acreditava que conseguiria ter uma performance deste nível. De facto, tendo em conta a superioridade do esloveno, ser segundo continua a ser um resultado que poucos conseguem alcançar. Conseguiu ganhar uma etapa em Le Lioran e foi segundo em quatro etapas. "Voltarei para lutar pelo terceiro título", assegurou o dinamarquês em Nice. 

REMCO EVENEPOEL. A sua estreia na Volta a França não podia ter sido mais positiva. Ganhou uma etapa (o primeiro contrarrelógio de 25 km), venceu a classificação da juventude e foi terceiro na classificação geral, logo atrás de Pogacar e Vingegaard. O balanço é positivo mas, como o próprio admitiu, pode render mais na alta montanha e tem margem de progressão aos 24 anos. Em todo o caso, conseguiu estar em bom nível e acabou três semanas mais forte do que começou. 

JOÃO ALMEIDA. Após subir ao pódio na Volta a Itália de 2023 (foi terceiro), o português da UAE confirmou a sua qualidade perante o mundo. Este momento foi crucial para o jovem luso que psicologicamente passou a acreditar que conseguia estar com os melhores e lutar de igual para igual, sendo claramente um dos mais fiáveis ciclistas do WorldTour nas Grandes Voltas, como demonstra o quarto lugar final da Volta a França, no seu ano de estreia nesta prova. Este resultado tem ainda mais valor porque dos quatro primeiros, é o único que é gregário, portanto isso significa que bateu todos os chefes de fila (excepto Pogacar, Vingegaard e Evenepoel) das outras formações que tinham intenções à classificação geral. É também o primeiro português a ficar no top5 nas três grandes voltas. E se alguém ainda duvida da regularidade do luso, este top 10 nas seis grandes voltas em que já participou desmistifica qualquer questão: foi 4º neste Tour, 3º, 4º e 6º no Giro, e 5º e 9º na Vuelta. 

BINIAM GIRMAY. O eritreo da Intermarché-Wanty continua a fazer história para o seu país e para África. No dia 1 de Julho (3ª etapa), Biniam Girmay converteu-se em Turim no primeiro ciclista negro a ganhar uma etapa no Tour e voltou a levantar os braços em Colombey-les-Deux-Eglises (8ª etapa) e Villeneuve-sur-Lot (12ª). Além disso, venceu a classificação dos pontos (camisola verde). 

JASPER PHILIPSEN. O belga da Alpecin-Deceuninck começou o Tour algo azarado (nos quatro primeiros sprints não conseguiu ganhar), mas depois redimiu-se e ganhou três jornadas, demonstrando que é um dos melhores sprinters do pelotão. Embora não tenha conseguido revalidar a camisola verde que conquistou em 2023, Philipsen acabou o Tour contente.

RICHARD CARAPAZ. O ciclista mais combativo do Tour 2024 encerrou em Nice uma brilhante participação na qual vestiu a camisola amarela durante um dia, venceu uma etapa em Superdévouly e ganhou a classificação da montanha. Nas fugas era sempre um dos mais trabalhadores, algo que é valorizado e apreciado no pelotão internacional. 

MIKEL LANDA. Foi o melhor ciclista espanhol do Tour 2024. Terminou em 5º na classificação geral, após um trabalho de grande nível a favor de Remco Evenepoel e acabou o Tour num estado de forma espetacular, como prova o 7º lugar no contrarrelógio final em Nice. É claramente um dos candidatos à vitória na Volta a Espanha, que arranca no dia 17 de Agosto em Lisboa, onde vai ser o líder da Soudal-Quick Step. 

MARK CAVENDISH. A sua vitória no sprint final em Saint Vulbas (5ª etapa), batendo Philipsen, Kristoff e De Lie acabou com a sua ansiedade. Nesse dia confirmou a sua 35ª vitória em etapas da Volta a França, batendo o recorde que partilhava com o lendário Eddy Merckx. Depois sofreu até ao limite nas etapas de montanha para acabar - como último da classificação geral, a 6h23 de Pogacar - aquela que provavelmente foi a sua última prova como ciclista profissional. Cavendish tornou-se uma lenda do ciclismo (as 165 vitórias no seu palmarés dizem tudo).

OUTROS DESTAQUES

ROMAIN BARDET. O francês de 33 anos é um ciclista recatado, introvertido e durante os últimos anos sofreu uma pressão enorme, principalmente dos media franceses. Embora tenha estado no pódio do Tour duas vezes, nunca tinha envergado a camisola amarela. Este ano e logo na primeira etapa do seu último Tour, conseguiu ganhar e vestir a tão cobiçada camisola. 

NILS POLITT. No caminho triunfal entre Florença e Paris, Pogacar contou com a preciosa ajuda da "armada" da UAE Team Emirates. Praticamente todos os elementos da equipa fizeram um trabalho enorme de ajuda ao esloveno, mas temos de destacar o alemão Nils Politt que puxou diariamente durante horas nas etapas de montanha, deixando os líderes de muitas equipas rivais em grandes dificuldades em algumas das subidas mais exigentes. Para nós, foi o melhor gregário da prova. 

JONAS ABRAHAMSEN. O norueguês da equipa Uno-X foi outro dos ciclistas mais combativos deste Tour. Esteve em fuga vários dias, especialmente na primeira metade da prova e vestiu a camisola de Rei da Montanha durante 13 etapas.

DEREK GEE. O ciclista da Israel-Premier Tech - que foi uma das grandes revelações do Giro deste ano - ficou na nona posição final no seu primeiro Tour. Foi um dos elementos que mais deu nas vistas nas fugas. 

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