Luis León Sánchez já tinha no seu currículo pódios na Titan Desert da Arábia Saudita e de Almería, mas faltava-lhe um pódio na prova mais icónica de todas, a de Marrocos. O espanhol foi consistente e na última etapa, no deserto de Merzouga e Erfoud, não sofreu contratempos. Aliás, no dia anterior teve de desmontar da bicicleta e correr devido às dunas.
Venceu a geral, ficando em segundo lugar Sergio Mantecón. A estratégia de Sánchez foi clara: colar-se à roda do mais forte e aguentar. Chegou a tentar ir sozinho, mas a navegação com GPS não correu bem e decidiu voltar a colar-se a outro atleta que estava mais perto dele na classificação geral.
O espanhol fez questão de dizer que participa neste tipo de provas para se divertir e não com o intuito de competir. "Todos os momentos que vivi com o Pruden, Miguel Indurain e Óscar Pereiro foram espetaculares. No dia da etapa maratona não tivemos assistência e todos me ajudaram. Quase que me fizeram a cama, deram-me uma almofada, outro telemóvel para ver um filme da Netflix... Até fiquei envergonhado, parecia um bebé. Quero agradecer porque senti-me em casa. Vivi coisas muito bonitas que ficarão para sempre na minha memória!."
Quanto à prova, fez questão de salientar que não é fácil. Passou frio, andou molhado e teve de se preparar física e mentalmente para esta competição. A navegação por GPS é crucial e León Sánchez confessou que não se dá nada bem com estes aparelhos.
Óscar Pereiro foi o seu gregário de luxo. "Ele esperou por mim quando saímos das dunas para encher os pneus e até me empurrou. Estes pequenos detalhes fazem dele um campeão. Foi um dia muito duro. A bicicleta pesa muito e tinha os pés tão cheios de areia que pareciam uns tijolos!"