Tal como aconteceu durante a manhã na corrida feminina, a chuva copiosa fez estragos. Ainda mais porque algumas seleções resolveram correr de forma agressiva, dinamitando o pelotão ainda antes da primeira das quatro passagens pela meta.
Aproveitando uma das muitas armadilhas do circuito de Zurique – uma descida muito rápida e técnica seguida de um topo de grande inclinação -, a Dinamarca impôs um ritmo fortíssimo, que deixou na frente da corrida um grupo de 16 unidades.
“Sabíamos que a corrida poderia partir a qualquer instante, motivo pelo qual a colocação era fundamental. O Daniel não estava mal colocado, mas o ‘corte’ deu-se muito à frente. Depois, como tinha avisado os corredores, já seria muito difícil voltar a reentrar na frente da corrida. A corrida foi muito dura, num percurso exigente. Não é fácil terminar uma corrida destas, ainda mais com esta chuva e o frio que se apodera do corpo.”, analisa o selecionador nacional, José Poeira.
O grupo de 16 que se juntou na frente foi palco de diferentes movimentações, com a situação de corrida a mudar de forma constante. O mais audaz acabou premiado. O italiano Lorenzo Finn isolou-se à entrada para a penúltima volta ao circuito. Acabaria por ser alcançado, mas em plena volta final deixou toda a concorrência para trás e deu-se ao luxo de comemorar ao longo de quase todo o quilómetro final.
Lorenzo Finn terminou a corrida com 2h57m05s (média de 43,098 km/h), deixando o segundo classificado, o britânico Sebastian Grindley, a 2m05s, mesmo tendo pedalado em registo de marcha comemorativa no último quilómetro. O terceiro, a 3m06s, foi o neerlandês Senna Remijn.
Com a prova a decidir-se mais à frente, Daniel Moreira fez grande parte da corrida naquele que era o pelotão principal, embora sem noção de como estava a corrida à frente.
“Sinceramente, nem consigo dizer onde a corrida se partiu. Vim sempre no grupo principal, mas, a partir de terminada altura, talvez devido à chuva, as sensações não foram as melhores. Sentia o corpo mole”, conta o corredor.
Isso inibiu o corredor de português de sair, nos vários ataques que foram isolando ciclistas do pelotão principal para uma chegada a conta-gotas. Daniel Moreira manteve-se no grupo e foi o 37.º classificado, entre 163 participantes, a 11m13s do vencedor.

José Miguel Moreira foi o outro representante de Portugal, mas esteve entre os 73 corredores que não terminaram a prova. O corredor português sentiu uma dor incapacitante e abandonou ainda na primeira parte da prova.