Competição

Carlos Rodríguez ataca Pogacar e Vingegaard no Tour e vence em Morzine

O espanhol da INEOS Grenadier arriscou na descida, atacando Pogacar e Vingegaard após chegar ao topo em Joux Plane e rumou a Morzine confiante, ganhando a jornada.

ÁLVARO CALLEJA. FOTOS: SPRINT CYCLING AGENCY

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Carlos Rodríguez ataca Pogacar e Vingegaard no Tour e vence em Morzine

Carlos Rodríguez é claramente um diamante em bruto e aos poucos vai perdendo o receio, apercebendo-se que consegue andar com os melhores. Na INEOS aprendeu que não deve desgastar-se em excesso, pois uma prova por etapas como esta é uma maratona, não um sprint. Hoje cumpriu à risca o que estava estabelecido na reunião da equipa, refreou os ânimos, soube proteger-se, alimentando-se convenientemente e bebendo segundo o protocolo do nutricionista e atacou no momento certo. Além disso, como hoje ficou visível, sabe descer e tem uma técnica acima da média. Aos 22 anos, o granadino fez uma descida rápida, assumindo os riscos, mas sem perder o controlo e ganhou a jornada, naquela que é a vitória mais importante da sua carreira.

Apesar de a equipa não divulgar esta informação, o Carlos Rodríguez é o líder da INEOS nesta Volta a França, a equipa com o maior orçamento do mundo e isso deve-se à sua classe.

        
A organização teve de parar a prova devido a uma queda no início da etapa

Esta vitória ficará na história porque foi perante dois monstros da modalidade - Pogacar e Vingegaard -, embora ambos estivessem com a mente na sua batalha privada. Na subida a Joux Plane demonstrou que consegue andar com os melhores e que pode lutar pelo pódio.

A Jumbo Visma fez um excelente trabalho, com Sepp Kuss a ser novamente decisivo

Esta etapa voltou a ser um recital de ciclismo. Começou com uma queda monumental que obrigou a organização a ter de redobrar os esforços para garantir que tinha ambulâncias suficientes. A Jumbo-Visma não queria que a fuga vingasse, e embora ela tenha, de facto, ocorrido, conseguiu controlar as ocorrências.

A equipa de Jonas Vingegaard não deixou ninguém respirar nos 151,8 km numa jornada de verdadeira montanha. Uma subida de terceira e duas de primeira categoria fizeram estragos, com o calor a dificultar a vida aos ciclistas, mas ainda havia mais dificuldades que tiveram de ser ultrapassadas, como a subida não pontuável de 13,9 km a 6,9% e, claro, o mítico Joux Plane, e os seus 11,7 km a 8,5%.

 

A Jumbo-Visma impôs um ritmo elevado, com a intenção de chegar à zona chave da última subida. Mas não contava que a UAE Emirates começasse a puxar o ritmo no início de Joux Plane, estragando os planos da Jumbo. Durante alguns quilómetros, Rafal Majka impôs o andamento e esperava-se uma reação a qualquer momento de Pogacar ou Vingegaard. 

 

Contudo, de repente apareceu Wout Van Aert, acelerando e fazendo com que o polaco ficasse sufocado e sem forças para seguir ao ritmo do astro da Jumbo-Visma. Pouco depois, o belga também abandonou a dianteira e Vingegaard só tinha Kuss e Pogacar só tinha Adam Yates. Dois contra dois. O dinamarquês usou o seu gregário para aguentar o ritmo.

Quando Adam Yates ficou sem força, Tadej atacou e o dinamarquês cedeu alguns metros, mas conseguiu reagir. Um "empate técnico" que soube de certa forma a derrota de Pogacar e a vitória mental de Vingegaard. Nada está decidido e ambos podem ganhar o Tour. Será uma luta até ao fim...

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