O último dia dos Mundiais de Ciclismo que decorreram em Innsbruck (Áustria) foi sem dúvida o mais emocionante. Um traçado duro que ultrapassou os 200 km e um acumulado de subida que superou os 4.000 metros, com subidas a 28% fez com que estes fossem dos mundiais mais duros de sempre. Peter Sagan (campeão do mundo até ontem) foi um dos favoritos a ficar para trás, mas outros também não aguentaram o ritmo como Michael Kwiatkowsky (que também já envergou a camisola do arco íris), Vincenzo Nibali, entre outros. Nos últimos 50 km foram-se sucedendo os ataques, aumentando o ritmo de corrida, os esticões e, desde modo, as principais seleções íam eliminando alguns favoritos.
Nesta altura, Nelson Oliveira e Rui Costa estavam bem colocados. As fugas foram-se sucedendo - sempre com o pelotão a controlar o tempo - e a cerca de 20 km do fim só Rui Costa conseguia seguir nos primeiros.
A poucos quilómetros da meta, uma dura subida com ascensões que chegaram aos 28% ditaram o fim das aspirações para muitos ciclistas, mantendo-se na frente Romain Bardet, Alejandro Valverde e Michael Woods, um outsider nas casas de apostas.
Tom Dumoulin seguia pouco atrás e Rui Costa foi perdendo posições. Na descida que antecedia a meta, o trio foi perdendo terreno para Dumoulin, mas o holandês já estava bastante desgastado e não conseguiu recolar, mesmo depois de o trio abrandar o ritmo analisando-se mutuamente. A poucos metros da meta, Valverde manteve-se na liderança e encetou um sprint ganhando o seu primeiro mundial, apesar de já ter estado por sete vezes em grande destaque nos Mundiais. Aos 38 anos, confessou que este era o resultado que mais ambicionava.
No pódio, o segundo classificado, o francês Romain Bardet, não escondia a desilusão enquanto no terceiro posto, a representar o Canadá, Michael Woods fez um brilharete.
Nelson Oliveira cortou a meta no lugar 39, despois de ter feito um excelente contrarrelógio nestes Mundiais.