A campeã olímpica de BTT (XCO), Pauline Ferrand-Prévot deu novamente a França uma grande alegria ao vencer o Tour. Tiveram de passar 35 anos para o país organizador do Tour voltar a ter uma mulher nascida em território francês no lugar mais alto do pódio. Lembramos que Catherine Marsal foi a última francesa a ganhar a prova, em 1990. Quanto aos homens, o calvário é ainda maior, dado que desde Bernard Hinault (em 1985) que nenhum francês vence a sua corrida natal.
Quanto a Pauline Ferrand-Prévot (da Visma-Lease a Bike) era claramente uma das favoritas à geral. A campeã olímpica de BTT em Paris tinha anunciado que se iria dedicar à estrada, assinando contrato com a equipa neerlandesa após uma proposta irrecusável e ganhou de forma gloriosa a Volta a França. No entanto, o prémio recebido é ridículo. Enquanto Tadej Pogacar arrecadou 500.000 euros pela vitória, para além de outros prémios secundários, Pauline teve que se contentar com 50.000 euros.
É verdade que o Tour masculino tem 21 etapas e o feminino 9, mas a desiguldade é gigante. Será que é desta forma que os organizadores querem atrair mais mulheres para o desporto de alta competição, quando a prova de referência no escalão feminino tem um prize money destes?
Há modalidades que nem sequer têm transmissão televisiva - e o público é quase inexistente - e o prize money é muito superior.