Nino Schurter bateu todos os recordes, tanto em Campeonatos do Mundo como em Taças do Mundo. Por isso mesmo, merece o estatuto de lenda, pelo seu carisma, inovação, capacidade de superação e, obviamente, pelo seu palmarés.
Durante os últimos 20 anos representou a equipa Scott-SRAM e enfrentou atletas de grande nível como Julien Absalon ou Jaroslav Kulhavy, adaptando-se às novidades e ajudando as marcas a implementar novas tecnologias. Uma das temporadas marcou definitivamente o seu legado: em 2017 venceu todas as provas da Taça do Mundo e o Mundial.
O suíço mesmo nas derrotas nunca atirava a toalha ao chão. Um dos exemplos ocorreu precisamente no nosso país, mais precisamente no Europeu de Melgaço. Mesmo após cair e ficar fora da luta pelas medalhas, lutou até ao fim e nunca negou um autógrafo ou uma selfie.
Em 2024, após o ciclo olímpico, muitos achavam que se iria retirar de imediato, mas o Nino surpreendeu tudo e todos anunciando que iria competir mais um ano. Talvez estivesse à espera do Mundial que vai decorrer no seu país (Crans Montana), para uma despedida perfeita.
Hoje o suíço anunciou que este será o seu último ano e nem sequer vai completar a totalidade da Taça do Mundo, abdicando das provas norte-americanas.
UMA LENDA TÍMIDA, MAS FELIZ
Ao longo dos últimos anos estivemos com o Nino inúmeras vezes. Não só em competições, mas também em eventos das marcas que o patrocinam. Também estivemos em alguns estágios e num deles, em Itália, onde Thomas Frischknecht - o seu diretor desportivo - tem uma vinha e uma casa, passámos alguns dias a conviver com ambos.
O Nino é uma pessoa tranquila, que não gosta de demasiado protagonismo, sobretudo quando está fora da bicicleta. Gosta de comer, aprecia um bom vinho e quando ganha a confiança da pessoa, fica mais extrovertido.
Ele adora competir e não temos dúvidas de que, embora tenha anunciado que vai deixar a alta competição, vai procurar outra modalidade. Eventualmente o gravel.