Há 7 anos surgiu no mercado a primeira bicicleta de gravel da Merida, a Silex. Agora, o fabricante asiático lançou no mercado a Mission, o primeiro modelo específico para competição. Este nome não foi escolhido ao acaso. Lembramos que a Merida tem há alguns anos um modelo de ciclocrosse denominado Mission CX. Esta versão de gravel destina-se a todos aqueles que querem andar rápido e não abdicam de uma geometria competitiva.
Esta é a Merida Silex de 2023 que Matej Mohoric usou quando ganhou os Mundiais de gravel.
Na imagem poderás ver a Merida Mission de 2025, na versão 10k, específica para competição
Lembramos que a Silex - até agora o único modelo de gravel da marca - tem uma geometria versátil, tentando abranger as necessidades da maioria dos praticantes da modalidade. Trata-se de uma bicicleta que pode levar alforges e bolsas, sendo ideal para viagens. Mas também tem capacidade para chegar ao lugar mais alto do pódio como vimos nos Mundiais de gravel de 2023. Nessa prova, Matej Mohoric - ciclista da Bahrain Victorious - fez algo inacreditável. Mas a marca apercebeu-se de que o gravel estava a mudar e que era necessário evoluir, aumentando o número de modelos disponíveis com geometrias diferentes.
Testámos a nova Merida Mission com José Antonio Hermida, outro dos embaixadores da marca.
Do ponto de vista tecnológico, o quadro da nova Mission tem tudo o que precisa para alcançar o máximo rendimento. É fabricado em carbono de nível CF4 (o mais elevado da Merida é o CF5, o qual está reservado para as bicicletas mais leves de estrada). Curiosamente o quadro é exatamente o mesmo em todas as versões da Mission, desde o 10k até ao mais barato (Mission 4000). Isto significa que, independentemente do orçamento, o cliente final terá sempre o quadro topo de gama.
A geometria combina valores da Scultura Endurance (a bicicleta de granfondos da Merida) e da Silex. Ou seja, tem medidas mais agressivas do que até agora era oferecido pelo modelo Silex. Por exemplo, as escoras são curtas (têm somente 419 mm), o ângulo de direção tem 72º e o reach é de 391 mm (no tamanho M), fazendo com que a Mission seja uma bicicleta rápida, ágil, mas ao mesmo tempo controlável. O stack também é diferente, sendo agora 20 mm mais curto (a Mission tem um centro de gravidade mais baixo do que a Silex). Assim, o comportamento em alta velocidade foi melhorado.
OPÇÕES DISPONÍVEIS
A Mission permite instalar qualquer tipo de transmissão. Quanto às montagens disponíveis, o modelo topo de gama - 10k - vem equipado com transmissão XPLR de 13 velocidades da SRAM (monoprato), mas também há versões com transmissões de prato duplo e 12 velocidades - incluindo Shimano GRX na versão Di2 -.
Durante a apresentação oficial vimos bicicletas da equipa Bahrain Victorious montadas com transmissões de estrada Shimano Dura Ace. Os ciclistas da equipa disseram-nos que usam a versão compacta 50-34 ou a semi-compacta 52-36, dependendo dos percursos.
A linha de corrente é mais estreita, o que condiciona ligeiramente o espaço para a roda traseira, sobretudo no triângulo traseiro. Oficialmente, é compatível com pneus de até 40 mm, embora alguns atletas da equipa tenham confessado que conseguiram montar versões de 45 mm.
Este modelo vem equipado com um cockpit Team SL GR1 que a Merida já usa nos modelos de estrada Reacto e Scultura Endurance. Este guiador é mais largo e tem um flare otimizado para gravel.
O quadro tem roscas no tubo horizontal que permite instalar bolsas compactas, sobretudo para quem participa em provas de 300, 400 ou 500 km, permitindo transportar alimentação, hidratação e kit anti-furos.
Também destacamos a presença de uma zona de armazenamento no porta-bidon principal. Permite transportar no interior do quadro ferramentas, uma câmara de ar, etc.
TODOS OS MODELOS E PREÇOS EM PORTUGAL
A gama da Mission é bastante equilibrada, incluindo montagens mais avançadas e exclusivas, bem como versões mais baratas, mas com o mesmo quadro em carbono da versão de topo.
MISSION 10K
- 7.599€
- Quadro: Mission CF4 II
- Grupo: SRAM Red XPLR AXS T-Type 13v
- Rodas: Zipp 303 XPLR SW
MISSION 9000
- 4.849€
- Quadro: Mission CF4 II
- Grupo: SRAM Force XPLR AXS T-Type 13v
- Rodas: Zipp 303 XPLR S
MISSION 7000
- 4.299€
- Quadro: Mission CF4 II
- Grupo: Shimano GRX 825 Di2 12v
- Rodas: Reynolds ATR TSS CL
MISSION 6000
- 3.099€
- Quadro: Mission CF4 II
- Grupo: SRAM Rival AXS 13v
- Rodas: DT Swiss G1800 Spline CL
MISSION 4000
- 1.949€
- Quadro: Mission CF4 II
- Grupo: Shimano GRX 400 12v
- Rodas: Shimano WH-RX180
COMPORTAMENTO NO TERRENO
Embora só tenhamos testado esta bicicleta durante a apresentação em Girona (Espanha), deu para ter a noção de que se trata de um modelo de gravel bastante rápido. Aliás, o seu comportamento assemelha-se mais a uma bicicleta de estrada do que de BTT. É o tipo de bicicleta que está no seu habitat ideal em terrenos fáceis e compactos, mas perde alguma da sua eficácia em zonas mais técnicas ou terreno solto - zonas onde uma gravel mais versátil mostra as suas mais-valias -.
O espaço de armazenamento no tubo diagonal é bastante prático e é uma boa aposta, permitindo transportar alguns bens essenciais. A rigidez do conjunto é excelente, e nos modelos topo de gama esse contributo também é dado pelas rodas e pelo cockpit integrado.
Quanto à geometria, destina-se realmente a atingir velocidades elevadas. Gostaríamos de ter tido a oportunidade de testar esta Mission com pneus mais largos para analisar as suas capacidades em terrenos mais degradados, mas tirando isso, é uma excelente bicicleta. E se olharmos para os preços da gama e os compararmos com as marcas da concorrência, vemos claramente que a Merida está bastante competitiva. E ainda por cima os acabamentos são de excelente qualidade.
Poderás encontrar mais detalhes em Merida Bikes.
