A utilização da bicicleta como meio de transporte tem vindo a crescer e segundo os estudos mais recentes, esse crescimento será acelerado à medida que forem implementadas medidas que favoreçam essa utilização, nomeadamente o aumento do número de ciclovias (e respetiva remodelação/adaptação das já existentes), ligação a outros meios de transporte, zonas de parqueamento seguras, entre outras.
Os incentivos estatais também vieram incentivar a aquisição de bicicletas, contudo a escassez de stocks - a nível generalizado - tem sido um grande entrave, sobretudo nos modelos mais económicos.
Portugal, como país produtor, ocupa aqui um papel preponderante. Lembramos que a criação do programa Portugal Bike Value, permitiu ao nosso país promover internacionalmente a indústria nacional das duas rodas, e foi um acelerador deste crescimento. Aliás, este desenvolvimento que se sente, permitiu que desde 2015, graças à coordenação de esforços, todo o sector crescesse mais de 200 milhões de Euros em exportações, ou seja, duplicando em cinco anos o valor das vendas nacionais ao estrangeiro.
O ano de 2019 foi outro marco para a mobilidade suave. Portugal assumiu a liderança enquanto país produtor na Europa e nem mesmo a paragem motivada pelo combate à situação pandémica em 2020 impediu a indústria portuguesa das duas rodas de crescer cinco por cento, segundo os dados da associação do setor, a Abimota.
Atualmente há a compreensão de que Portugal não só deve manter a aposta, como reforçá-la e investir em novas indústrias. A aposta na qualidade e na inovação, permite que, por exemplo, o selim mais leve do mundo seja produzido em Portugal, os componentes de ponta de bicicletas de alta competição sejam produzidos entre nós e que a indústria de ponta, como a fabricação de quadros de carbono, encontre no nosso país, o local para instalar a primeira fábrica fora da Ásia.
A bicicleta é o meio de transporte mais limpo e ecológico de que dispomos e por isso, ao instalarmos este tipo de indústrias no nosso país, estamos a contribuir para cadeias de distribuição mais curtas e assim reduzir a pegada ambiental, ao colocar a produção de alta qualidade mais próxima do consumidor europeu.
Mas além da bicicleta ser um veículo ecologicamente responsável, é também um veículo que promove a saúde e o bem-estar, de tal forma que as próprias Nações Unidas apoiam e promovem a bicicleta como factor de boa forma física, combate à obesidade e às doenças cardio-vasculares. Por isso, ao apoiarmos a indústria nacional das duas rodas, estamos a promover um futuro mais saudável para todos e para cada um dos utilizadores de bicicleta.
Entre nós, apesar de muito já ter e muito estar a ser feito, é necessário irmos anda mais longe para promover a utilização da bicicleta, criando hábitos de utilização cada vez maiores junto dos mais jovens e dotando o território das estruturas necessárias para a utilização da bicicleta tal como a conhecemos, mas também das novidades que o futuro próximo nos promete. O Dia Mundial da Bicicleta é um momento privilegiado para, pelo menos uma vez, reflectirmos sobre os atuais hábitos de mobilidade.
Segundo Gil Nadais, Secretário Geral da Abimota, "As Nações Unidas reconheceram o dia três de Junho como o Dia Mundial da Bicicleta. Um reconhecimento a tão elevado nível do primeiro veículo para transporte individual, diz bem da relevância que lhe é dada e assumida em termos internacionais."
"Em Portugal, a bicicleta tem sido pouco utilizado por todos nós. Embora tenha uma indústria pujante, que se afirma como a maior da Europa em número de bicicletas produzidas, a utilização deste veículo pelas pessoas ainda não é o desejável."
"Neste dia três de Junho a ABIMOTA quer relembrar que a bicicleta é uma forma de facilmente mantermos uma boa forma física, de combater a obesidade e as doenças cardiovasculares. Para além disso, dá um enorme contributo para a sustentabilidade do planeta."
"Por isso esperamos que neste dia todos pensem um pouco sobre a forma como utilizam os meios de transporte e optem pelos mais limpos e por aqueles que lhes podem favorecer mais a saúde."