A Campagnolo confirmou o despedimento de 120 dos seus 300 funcionários, ou seja, 40% da sua força de trabalho. Segundo os responsáveis desta empresa italiana de componentes, "não há alternativa", embora "não implique consequências dramáticas".
Trata-se de uma medida indispensável para garantir que a fábrica em Vincenza continue em funcionamento, embora com capacidade reduzida. A Campagnolo está num processo de reestruturação após três anos de perdas substanciais.
É IMPOSSÍVEL CONTINUAR NOS MOLDES ATUAIS
A empresa solicitou um empréstimo de 10 milhões de euros entre Novembro de 2024 e Dezembro de 2025 que permitirá manter a marca operacional, mas alega que o panorama industrial bastante complexo que está a afetar tanto a Campagnolo como as marcas concorrentes tem sido bastante negativo.
Mesmo com esta injeção financeira, a sua liquidez atual "não permite garantir a continuidade do negócio nas condições existentes. Portanto, foi necessário reduzir substancialmente os custos a todos os níveis".
A Campagnolo espera que esta reestruturação permita reverter a tendência e encontrar a luz ao fundo do tunel.
Estes despedimentos acontecem após meses de atividade frenética, com o lançamento de algumas novidades, como o novo grupo topo de gama Super Record 13, ou seja, o primeiro grupo sem fios para ciclismo 2x13 do mundo (que já testámos, em exclusivo nacional).
E há menos de um mês, a marca italiana ampliou a sua plataforma Super Record 13 com o lançamento do Super Record X específico para gravel, que inclui um desviador traseiro com micro-embraiagem para manter a corrente sempre no seu sítio, mesmo em terrenos irregulares, além de novas montagens 1x para estrada e 1x para todo o terreno.
Embora não fosse do conhecimento geral a dimensão do rombo financeiro da empresa, já era percetível que algo estava mal no seio da Campagnolo. Há vários anos que a marca não investe em publicidade, o que é um claro sinal de alerta, e a presença nos órgãos de comunicação social decresceu de forma abrupta, o que diminuiu a exposição da marca ao consumidor final e se refetiu nas vendas.
Numa marca como esta, que luta contra dois gigantes - Shimano e SRAM - a sua quota de mercado diminuiu significativamente e a crise atual no setor das bicicletas - que já dura desde o fim da pandemia - veio agudizar a sua periclitante situação económica.
