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Balanço do Granfondo do Algarve

Inserido no conjunto de eventos que a organização da Volta ao Algarve estabeleceu para este ano, o Granfondo do Algarve foi um sucesso, brindando com um sol primaveril e uma paisagem heterogénia os cerca de 800 participantes.

MOUNTAINBIKES.PT

3 minutos

Balanço do Granfondo do Algarve

Poder, no mesmo fim de semana, ver alguns dos melhores ciclistas do mundo e ao mesmo tempo participar num Granfondo numa zona privilegiada e com um clima fantástico foi o mote da nossa participação neste evento. A organização, a cabo da Federação Portuguesa de Ciclismo, promoveu uma série de eventos, incluindo um passeio feminino no Sábado, o qual contou com a presença de Rosa Mota, como embaixadora. 

No domingo, Loulé foi o ponto nevrálgico do Granfondo. No menú do dia estava um Granfondo com pouco mais de 110 km e 2200 metros de acumulado, bem como um Mediofondo com 64 km e pouco mais de 1.100 metros de acumulado. Como tínhamos a intenção de ver a chegada dos profissionais no Alto do Malhão (o trabalho está em primeiro lugar, como é óbvio), optámos pelo Mediofondo.

 

Temos de salientar que o secretariado (localizado no Antigo Convento do Espírito Santo) funcionou sem problemas, estando devidamente organizado e repartido, para evitar filas desnecessárias. Para além disso, estava localizado junto à zona de partida/meta, portanto o acesso era fácil. No domingo, dia do Granfondo, as cerca de 8 centenas de participantes alinharam à partida de forma ordenada e notámos a presença de muitos estrangeiros, como já é habitual neste tipo de eventos.

Depois de alguns quilómetros iniciais a ritmo controlado, dentro da cidade de Loulé - que já se encontrava parcialmente engalanada para receber o Carnaval - o pelotão que literalmente "asfixiava" as ruas desta cidade foi-se alongando, criando-se pequenos gruppetos que seguiam à medida dos andamentos impostos. Devidamente escoltados pela polícia e por um grupo de motards que amavelmente colaborou com a organização, a extensa comitiva fracturou-se em inúmeros blocos, dando um colorido especial à paisagem. 

Sensivelmente ao quilómetro 14 houve uma queda, a primeira (pelo menos que tenhamos conhecimento), numa curva apertada. O percurso, maioritariamente em sobe e desce teve algumas subidas com pendentes avultadas e, no caso do Mediofondo, pelo menos uma atingiu os 10% de inclinação. Mas todas eram exequíveis, e algumas delas até contaram com a presença de moradores que fizeram questão de apoiar a passagem dos ciclistas. 

Sensivelmente ao quilómetro 23,5 foi feito o primeiro abastecimento, mas apenas com água. O calor imperava e era necessário repor os líquidos, mas alertamos a organização para a necessidade de evitar oferecer garrafas de água pequenas aos participantes pois alguns deles transportam-nas e deitam-nas fora alguns quilómetros adiante, poluindo o ambiente e desvirtuando o evento. Uma ação pedagógica seria, por exemplo, o staff distribuir água utilizando garrafões de 5 litros.

Ainda a este respeito, temos de salientar que vários participantes continuam a ter uma atitude irresponsável, atirando embalagens de barras energéticas para o chão, sabendo de antemão que o material não é biodegradável. 

Depois de Alte, rumámos a Montes Santiago, ao quilómetro 37,2, onde para além de abastecimento sólido e líquido (incluindo geis, bolos, fruta, águas, etc), havia apoio mecânico da Decathlon e um rancho folclórico a animar a passagem do já extenso pelotão. Nessa altura, o termómetro já ultrapassava os 20 graus centígrados e poucos metros adiante fazia-se a separação das duas distâncias.

As mudanças de via, ou as secções mais perigosas estavam, quase na totalidade, devidamente assinaladas por motards e raramente vimos viaturas externas à organização entrar no "comboio". 

Por entre vegetação, estradas maioritariamente em bom estado e uma orografia típica algarvia, íamos trocando dois dedos de conversa com os participantes, alguns deles repetentes nestas andanças, tal como nós. 

Um percalço mecânico que nos vinha a apoquentar desde sensivelmente o quilómetro 15 - e que não conseguimos resolver por se tratar de um problema na cablagem interna da bicicleta que usámos - não desvirtuou uma manhã muito bem passada, e que incluiu mais algumas subidas perto de Salir, rumo a Loulé, onde as planícies nem sempre fazem jus ao seu nome.

A chegada dos participantes no Mediofondo na Avenida principal deu ainda tempo para as fotos da praxe e para trocar impressões com outros participantes.

Temos de assinalar também a excelente organização no que diz respeito à diversidade de locais de estacionamento (pelo menos 4), pela escolha do local de banhos (era perto da zona de meta, tinha bastantes lugares de estacionamento, havia água quente e o Pavilhão apresentava muito boas condições de higiene), e pelo almoço (sem grandes filas, e com dois pratos à escolha).

Nota 10 também para a medalha de Finisher.

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