Os tecidos com membrana têm uma qualidade muito valorizada: são "porosos", com zonas ocas microscópicas que não deixam passar nem o ar nem a água num sentido, mas deixam passar as moléculas de humidade no outro (que são mais pequenas do que as de água). Dito de outra forma: isolam-nos do exterior e permitem alguma transpiração. A maioria dos casacos possuem estas membranas, e em regra todos são impermeáveis à água (ou quase) e ao vento. Dizemos "quase" porque a água não chega a entrar pela membrana, mas sim pelas costuras que unem os diferentes painéis que formam o casaco. Existem poucos casacos que são completamente impermeáveis, com costuras termoseladas. Outros casacos possuem membranas menos impermeáveis, deixando entrar o ar a certa velocidade, compensando com uma grande respirabilidade.
Temos de ter em conta que nenhum deste tipo de membranas é mágico, pois se cumprem inteiramente o efeito de isolamento/impermeabilidade, a respirabilidade não será a melhor, fazendo com que em esforços intensos o nosso tronco sobreaqueça. Por isso, é preferível - no caso do BTT, pois circulamos em trilhos mais protegidos do vento direto, ao contrário da estrada - que os casacos contem com zonas altamente respiráveis nas laterais, costas ou braços, com tecidos como a Licra ou o Roubaix.
PROTEÇÃO DUPLA
Para além da proteção oferecida pela própria membrana, a maioria dos laminados externos recebe um tratamento repelente à água, para que as gotas resvalem e o tecido não fique empapado (o que levaria a um arrefecimento do nosso corpo). Se submetermos os casacos a um teste no duche, nem todos o superam. Estes tratamentos impermeabilizantes que alguns casacos trazem derivam de tratamentos químicos ou devido a uma configuração do tecido, mas com o tempo vai desaparecendo à medida que vamos lavando.