Quando andamos numa bicicleta elétrica, passamos muito mais tempo sentados do que numa bicicleta convencional. Além disso, estamos mais tempo sentados no mesmo ponto, ou seja, movemo-nos menos em cima do selim do que numa bicicleta tradicional de BTT ou de ciclismo.
Quando pedalamos em pé (quer seja numa bicicleta elétrica ou não), acontecem duas coisas: ou aceleramos a nossa cadência (é o mais habitual) ou aumentamos o torque (força) nos cranques, sobretudo se estivermos a pedalar com uma cadência baixa.
Nas eBikes o resultado é sempre o mesmo: o motor interpreta que tem de aumentar a entrega de potência devido à rotação com mais força que aplicámos nos cranques, portanto ocorre uma aceleração. Como esta aceleração acontece ao mesmo tempo da que ocorre com as nossas pernas, o resultado é uma pedalada descompassada, seguida de uma fase de desaceleração, e com a sensaçao habitual de que vamos a dar pequenos "saltos" no selim. Obviamente, com o passar do tempo, habituamo-nos a isto e corrigimos mentalmente.
É por este motivo, além da própria ajuda do motor em momentos de maior exigência - como uma subida curta, mas inclinada - que permanecemos muito mais tempo sentados.
Como é óbvio, estar muito tempo sentado no selim tem uma consequência: aumenta a pressão em determinados pontos. E isto fez com que cada vez mais fabricantes de selins estudassem este problema, lançando no mercado modelos específicos para eBikes.
Em regra, estes selins costumam ter densidades diferentes em termos de espuma, mas todos contam com carris e bases muito mais resistentes, bem como almofadados que aguentam mais tempo sem se deformarem. Quanto mais se deformar o material esponjoso, mais incómodo será, provocando adormecimento ou dor. O mesmo acontece quando estamos sentados muitas horas no sofá ou quando estamos deitados num colchão que perdeu a firmeza. E é precisamente isso que estes selins tentam evitar.
Este almofadado costuma estar colocado principalmente na parte traseira, sobretudo porque a geometria modernas das eBikes é mais relaxada (Trail, All Mountain...), com o guiador mais alto do que o selim e avanços curtos.
Embora existam fabricantes que têm o cuidado de colocar almofadado também na ponta dianteira do selim, porque nas subidas mais inclinadas temos tendência de nos sentarmos mais na ponta do que nos levantarmos, nem todos o fazem.
ESCOLHE BEM O SELIM IDEAL PARA TI
Como já deves ter reparado, como as bicicletas elétricas são mais pesadas, costumamos usar o selim como apoio quando precisamos de as movimentar à mão ou quando temos de ultrapassar obstáculos. Serve como uma espécie de "pega" extra da bicicleta, dado que por vezes agarrar no quadro não é prático devido à espessura dos tubos.
No entanto, a estrutura do selim pode sofrer consequências pois tem de aguentar o peso da bicicleta (o que nalguns casos pode chegar ou superar os 28 kg). Um selim normal de uma bicicleta não elétrica de BTT foi desenhado para aguentar cargas mais baixas, enquanto um específico para eBikes aguenta (e supera, segundo a legislação) o peso das eBikes. Se usares um selim que não é específico para eBikes, os carris e a base podem sair da estrutura do selim, e se pedires garantia certamente não será concedida porque cada produto foi desenhado para uma utilização específica. Além disso, os selins para eBikes têm uma estrutura e uma cobertura mais robusta, sendo os carris mais robustos, caso contrário poderiam deformar-se ou entortar.
Um dos exemplos é o WTB Devo que tem uma pega na parte traseira que ajuda a movimentar a bicicleta mais facilmente, além de ser muito robusto.
Neste tipo de selins os carris são metálicos em vez de serem em carbono, salvo raras exceções. Por isso, é normal que um selim específico para eBike seja bastante mais pesado do que um "normal", mesmo que seja de gama alta. Como é óbvio, neste tipo de bicicletas, o peso é um fator secundário.