As bicicletas elétricas têm o condão de permitir a qualquer pessoa, independentemente da idade e condição física, desfrutar dos percursos disponíveis. Tanto o concelho de Lisboa como o de Oeiras possuem zonas ribeirinhas com condições únicas no nosso país, repletas de paisagens deslumbrantes. Por isso mesmo, e para quem não conhece, sugerimos este roteiro que liga o Jamor, junto ao Estádio Nacional em Oeiras, até ao Braço de Prata, uma nova zona nobre bem perto da Expo, em Lisboa.
O trajeto (ida e volta) tem sensivelmente 40 km e é feito maioritariamente por ciclovias e ecovias, mas como algumas zonas estavam a ser alvo de manutenção (obras), principalmente junto à Associação Naval de Lisboa, escolhemos a Tero X 4.0 da Specialized por ser uma bicicleta polivalente que ainda por cima está em promoção (custa 2.400 euros em vez de 3.700 euros).
UM PERCURSO IDEAL PARA TODA A FAMÍLIA
Este trajeto é ideal para toda a família. Não tem subidas, a paisagem é diversificada e existem sempre sítios espetaculares para tirar fotografias. Além disso, ao longo do caminho podemos encontrar alguns pontos onde podemos encher o bidão e até mesmo resolver algum problema com a bicicleta, nomeadamente no Estádio Nacional.
Como ponto de partida escolhemos as Piscinas do Jamor e depois seguimos através da Avenida Pierre de Coubertin em direção à Rua Sacadura Cabral, passando pela Ponte Rio Jamor. Na Rua Sacadura Cabral (Cruz-Quebrada/Dafundo), virámos na primeira à direita, para entrarmos na Rua Policarpo Anjos, e novamente à direita para mais à frente entrarmos no Túnel da Cruz Quebrada, que dá acesso à primeira ciclovia: o Passeio Marítimo de Algés.
Ressalvamos que o pavimento desta zona tem sido alvo de obras devido às enchentes, mas está perfeitamente transitável. A paisagem é magnífica, incluindo a praia do Dafundo.
Ao terminar o Passeio Marítimo, há uma ciclovia (pintada de verde) que começa nessa zona, passa pela praia de Algés e entra na Doca de Pedrouços. Esta ciclovia nova (chamada Ciclovia do Mar), vai dar à ciclovia paralela à Avenida de Brasília. Passa junto à Fundação Champalimaud e ao Forte do Bom Sucesso.
O piso muda de cor quando atravessamos o Jardim da Torre de Belém e mais à frente existe sinalética própria para bicicletas num cruzamento. Basta seguir em frente, atravessar a Doca do Bom Sucesso e desmontar onde existe sinalética (durante alguns metros convém mesmo desmontar pois é uma zona de passagem de pessoas, com comércio).
Depois, sugerimos virar à direita, passando ao lado do Hotel Altis Belém, para entramos novamente na zona ribeirinha e contemplar o magnífico Padrão dos Descobrimentos. Junto ao padrão, basta seguir as marcações indicadas no chão e contornar este espaço, pela Doca de Belém.
Há uma bomba de gasolina a meio e possui uma ciclovia pintada no chão, portanto basta seguir as marcações. Depois, seguimos em frente e virámos à direita entrando numa ciclovia que nos coloca novamente junto ao rio. Nesta parte, junto ao Terreiro das Missas, encontraremos food trucks e um pouco mais à frente, perto da Estação Fluvial de Belém, temos restauração à disposição e casas de banho.
A CAMPAÍNHA É ESSENCIAL
Após a Estação Fluvial entramos no Passeio Carlos do Carmo, que atravessa o Museu da Eletricidade, o imponente MAAT, vários restaurantes, jardins e parques. Não faltam obras de arte e muitos turistas, por isso recomendamos usares uma campainha, para que os possas avisar, com antecedência, caso estejam a ocupar a ciclovia. Também há lojas de aluguer de bicicletas, portanto valências não faltam.
Pouco depois de passarmos debaixo da Ponte 25 de Abril, chegamos à Doca de Santo Amaro e nessa zona de restauração, temos de ir com a bicicleta à mão. Há menus diferenciados e para todos os bolsos, portanto se pretenderes comer algo, é um dos sítios com melhor vista da cidade de Lisboa. Depois dessa zona de restauração, se seguires em frente encontrarás uma estrada (Doca de Alcântara) e uma passadeira.
Atravessa essa passadeira de peões e repara nos símbolos metálicos no chão (com uma bicicleta). Segue esses símbolos e irás entrar numa via para peões e bicicletas que atravessa a Capitania do Porto de Lisboa, a Doca de Alcântara e alguns clubes noturnos.
Finalizada essa via, temos de entrar noutra ciclovia, mas passando primeiro por uma zona de empedrado. A nova ciclovia é praticamente paralela à Avenida de Brasília e passa junto ao espaço noturno Urban Beach – no cais da Viscondessa – passando depois por restauração até chegarmos ao Cais do Sodré. É preciso estar bem atento nesta zona, e apesar de existir uma placa que indica a existência de uma ciclovia, muitos ciclistas desconhecem esta passagem e seguem em contramão pela estrada. Basta seguir em frente em direção ao Cais da Ribeira das Naus e contemplar a Praça do Comércio em todo o seu esplendor.
Se seguimos sempre em frente na zona ribeirinha vamos encontrar uma nova ciclovia construída relativamente perto do Terreiro do Paço, junto da Doca da Marinha. Basta seguir em frente, contornando o Terminal de Cruzeiros. A ciclovia leva-nos por Santa Apolónia até ao Parque de Braço de Prata, passando pelos Silos Portuários.
No Braço de Prata, uma nova zona ribeirinha, existe restauração, cafés e snacks. Além disso, há um Parque que vale a pena ser visitado e, claro, o Cais da Matinha. E se ainda te apetecer somar mais alguns quilómetros sugerimos ir até ao Parque das Nações ou ao Parque Urbano do Tejo e Trancão. Podes regressar pelo mesmo caminho e ver a vista de outra perspetiva, pois vale mesmo a pena.
FICHA TÉCNICA
- Quilometragem: perto de 40 km no total
- Acumulado de subida: +- 130 metros
- Duração total: entre 2 e 3 horas
7 PORMENORES QUE MAIS GOSTÁMOS NA SPECIALIZED TURBO TERO X 4.0
A Tero X 4.0 é uma bicicleta elétrica de suspensão total preparada para tudo e mais alguma coisa. Tem luzes à frente e atrás, suporte para alforges, guarda lamas, descanso e um motor igual ao da Levo, a bicicleta que ganhou o prémio “E-Bike do Ano em Portugal” em 2023. Estas são as características que mais apreciámos:
- CONFORTO GERAL: a suspensão à frente e o amortecedor atrás garantem (se estiverem bem calibrados) que não falta conforto, independentemente do percurso.
- TRANSPORTE: o rack traseiro permite transportar carga e é possível adicionar um dianteiro.
- ILUMINAÇÃO: a potente luz dianteira Lezyne é ajustável em altura. Recorre à energia fornecida pelo motor, tal como a luz traseira.
- MULLET: esta bicicleta traz uma roda dianteira de 29 polegadas e traseira de 27,5, para a máxima manobrabilidade.
- MOTOR: inclui o motor Specialized Full Power 2.0 de 50 Nm, bem como o display a cores MasterMind. Tudo é personalizável através da aplicação Mission Control.
- SEGURANÇA: através da aplicação podemos bloquear o motor e ativar um alarme com sensor de movimento.
- ESPIGÃO TELESCÓPICO: pode parecer um pormenor sem importância, mas um espigão deste tipo não só permite termos mais espaço de manobra em cima da bicicleta quando estamos em zonas técnicas, como facilita montarmo-nos no selim após uma paragem. Numa bicicleta pesada como esta faz todo o sentido.
O QUE MENOS GOSTÁMOS
Confessamos que o que menos gostámos foi das localizações dos suportes para os bidons. Debaixo do tubo horizontal não é muito prático e junto ao motor também não.