Conselhos de compra

Vais comprar uns travões novos? Primeiro lê isto

Estas são as variáveis que deves ter em conta nos diferentes tipos de travão e como podem determinar o seu comportamento.

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Vais comprar uns travões novos? Primeiro lê isto

É precisamente nas manetes que encontramos as principais diferenças entre os travões, começando na localização da bomba de travão.

Se está colocada em paralelo ao guiador, chama-se "axial", enquanto se estiver colocada na perpendicular do guiador, chama-se "radial". No mundo das motos as manetes radiais demonstraram claramente as suas vantagens, já que com menos curso da alavanca (manete) geram a mesma pressão sobre o pistão, gerando menos forças parasitas, ou flexões: a força que aplicamos na manete é na mesma direção que a aplicada no pistão. Nas axiais isso não acontece, pelo que as manetes tendem a flectir ligeiramente mais, criando um tato menos nítido e direto.

A colocação do depósito de expansão também é importante e determina se a manete é reversível (podemos colocá-la em qualquer lado do guiador) ou não. 

A fixação também é importante. A maioria dos travões contam com abraçadeiras com parafuso duplo, com um pino de segurança para evitar aberturas completas involuntárias. 

Isto facilita a colocação do travão ou a sua extração sem desmontar o resto dos elementos do guiador. Em algumas marcas podemos unir as manetes de travão e mudanças numa só abraçadeira (Shimano, SRAM, Formula...) 

Todas contam com regulação de alcance que é a distância máxima ao guiador a que fica colocada a manete em repouso. Serve para ajustá-la ao comprimento dos nossos dedos. 

A regulação pode ser feita através de um pequeno parafuso com uma chave allen ou então (dependendo da marca e do modelo), de forma manual.  

A regulação do curso da manete afeta o ponto morto que devemos assegurar que permanece antes sequer de começar a exercer pressão sobre a bomba de travão. 

Essencialmente o que iremos regular será o limite total desse ponto morto: se o alargarmos, o curso da manete será maior (travão com menos tensão), e se o encurtarmos será menor (mais tensão). Cada fabricante tem o seu próprio sistema.  

Um detalhe importante que deves ter em conta quando compras uns travões de disco é que antes de os comprares deves ter a noção do comprimento de bicha necessário para o travão estar devidamente montado e salvaguardando a movimentação/rotação do guiador. Também deves confirmar se a bicha que conecta à pinça é ajustável. 

O tamanho dos discos é importante, e quanto maior o diâmetro, maior a capacidade de travagem e menor aquecimento. Antes de escolheres o diâmetro deves assegurar-te que o teu quadro e suspensão suportam mais de 180 mm de diâmetro.  

Existem dois tipos de discos, os que são fabricados numa única peça em aço e os que são fabricados em duas peças, com uma zona de travagem em aço fixada a uma aranha de alumínio, que geralmente são conhecidos no mercado como travões flutuantes, mas que na verdade não o são. Na verdade, a união das duas peças é fixa e não livre como nos discos flutuantes das motas. 

Este tipo de travões de duas peças são os melhores, já que oferecem mais rigidez, o que por sua vez melhora o tato, a resposta da travagem e, sobretudo, elimina ruídos por vibrações. Os discos numa única peça em aço, particularmente os mais leves, são flexíveis lateralmente, e chegam a deformar-se com as alterações de temperatura e é habitual gerarem ruídos estridentes. 

Como podes ver na imagem, cada fabricante tem o seu próprio adaptador para cada diâmetro de disco distinto

Habitualmente não são compatíveis uns com os outros, já que cada qual está desenhado para salvar as sinuosas formas das pinças onde devem estar montados.  

Todas as pinças são diferentes, havendo dois processos diferenciados de construção: as de uma peça, construídas a partir de um único bloco de alumínio, ou as de duas peças, unidas através de parafusos. 

A física diz que as primeiras são mais rígidas, mas a nossa experiência diz-nos que nem sempre é assim, já que depende dos materiais utilizados e do design externo. Quando uma pinça não é suficientemente rígida, a pressão exercida dentro dos pistons chega a "abri-la", perdendo eficácia de travagem, piorando o tato e tornando-o mais esponjoso. 

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