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TESTE: Bold Linkin 150 Ultimate

A Bold Linkin 150 tem um aspeto elegante e componentes refinados, mas com a essência rebelde e ousada do trail. O seu comportamento denota a personalidade audaz de uma bicicleta feita para devorar trilhos a grande velocidade.

MIGUEL ÁNGEL SÁEZ // FOTOS: JESÚS ANDRÉS FERNÁNDEZ

TESTE Bold Linkin 150 Ultimate
TESTE Bold Linkin 150 Ultimate

Criada em 2015 e adquirida pela Scott em 2020, a Bold é hoje uma das melhores opções para quem procura uma bicicleta única, em termos de desempenho e personalidade. O melhor exemplo é esta Bold Linkin 150 Ultimate que testámos.

A gama BOLD consiste atualmente em dois modelos, o Linkin e o Unplugged, com cursos que vão de 135 a 180 mm, do trail mais ligeiro ao enduro mais agressivo. A nossa unidade de teste é a Linkin com 150 mm de curso e montagem Ultimate, ou seja, o topo da gama e, portanto, que valoriza todos os avanços tecnológicos, que são muitos, desta marca fundada por um engenheiro com uma visão clara da inovação.

A filosofia de diferenciação da BOLD é evidente no seu triângulo traseiro, com o sistema IST VP (Integration Suspension Technology). Este sistema é o verdadeiro coração da bicicleta e deriva da ideia original do seu fundador de integrar o amortecedor no quadro. Por várias razões, tais como conseguir uma melhor estética da bicicleta, proteger melhor o amortecedor e não menos importante, conseguir uma cinemática otimizada graças à localização do amortecedor e um excelente comportamento dinâmico, carregando uma grande parte do peso da bicicleta para a parte mais baixa da mesma.

Se a isto acrescentarmos um elevado nível de acabamentos do quadro, uma adaptação brilhante do desenho industrial à ideia de integração e que se reflete em aspetos como a localização dos links, escrupulosamente estudados para se conseguir a melhor cinemática do pivô virtual e rigidez da montagem ou detalhes como um indicador SAG no próprio quadro, temos um trabalho de engenharia impressionante como esta Linkin. 

ESTA VERSÃO ULTIMATE É UM ÍCONE TECNOLÓGICO DA MARCA SUÍÇA

No terreno, a primeira coisa que se destaca é uma posição de condução muito equilibrada, considerando que se trata de um modelo de Trail, com um avanço e guiador que fica perto do nosso peito. Tem um generoso Reach de 490 mm e um ângulo de direção de 64,2 ou 65,º dependendo da posição que escolhermos através de Flip Chips. Esta posição e as medidas baseadas nos aspetos mais elementares das geometrias atuais fazem desta BOLD um verdadeiro brinquedo quando se trata de enfrentar trilhos técnicos e alguma velocidade.

O seu comprimento de escoras de 434 mm também contribui para esta agilidade e facilidade de manuseamento. Mas a equação aproxima-se da perfeição quando se acrescenta à geometria lúdica da bicicleta o desempenho sensacional que experimentamos nesta bicicleta a partir do seu amortecedor traseiro, graças ao sistema IST VP. 

A traseira da bicicleta oferece uma leitura do terreno muito sensível e progressiva, o que dá a sensação de que é quase impossível esgotar o curso. Isto também acrescenta equilíbrio a uma bicicleta que é muito estável devido à distribuição do peso, e a curvar é espetacular quando comparada com outras bicicletas da concorrência. Passar rapidamente por cima de rochas e áreas técnicas torna-se viciante com esta Linkin, que "engole" quase tudo o que lhe aparece à frente, proporcionando uma confiança excecional nas descidas. Em secções mais lentas não brilha tanto em comparação com as suas rivais.

É manejável, rápida e defende-se bem, mas é a alta velocidade onde se pode tirar o máximo partido do sistema de amortecimento e da geometria. Uma bicicleta de Trail também deve ter um bom compromisso quando pedalamos e esta é provavelmente uma das melhores na sua categoria.

Em primeiro lugar, devido à conceção e localização do pivô virtual que, mesmo com o amortecedor aberto, dificilmente influencia a pedalada. Mas por outro lado, não podemos esquecer a inclusão do TracLoc, uma adaptação do TwinLoc da Scott. É um sistema que permite ir quase bloqueado quando estamos a pedalar ocasionalmente em estradões ou asfalto, mas que também permite pedalar numa posição intermédia, com 100 mm de curso e com uma maior firmeza em termos de compressão, sobretudo em zonas planas ou subidas técnicas e, claro, a posição aberta com a máxima sensibilidade e utilização dos 150 mm de curso. Isto tudo é controlado a partir do guiador através de um comando com três posições semelhante ao TwinLoc. 

EM DETALHE: TRACLOC

Herdada diretamente das suas "irmãs" da Scott, a família Linkin incorpora o TracLoc, uma adaptação do conhecido TwinLoc. É um sistema que, a partir do guiador, permite variar o curso, o comportamento da suspensão e do amortecedor e a geometria da bicicleta. No caso da Linkin 150, o TracLoc permite 150 mm de curso na posição aberta, 100 mm na posição intermédia e um bloqueio (que não é total) na posição mais fechada.

O SISTEMA QUE INTEGRA TUDO 

O principal destaque tecnológico da BOLD e deste modelo em concreto é obviamente a ligação do triângulo traseiro com o triângulo dianteiro. Ao integrar o amortecedor no triângulo frontal, o uso de dois links magistralmente fixados ao quadro (o inferior junto ao pedaleiro), faz com que obtenhamos um pivô virtual com excelente desempenho. Trata-se de um sistema de amortecimento totalmente independente que isola a interferência da travagem e reduz significativamente a influência na pedalada devido ao efeito do movimento do amortecedor.

Mas a integração do amortecedor também leva a coisas mais interessantes. Em primeiro lugar, a bicicleta é muito mais agradável do ponto de vista estético. Significa também que o amortecedor está totalmente protegido contra impactos e sujidade, e por fim, permite a criação de um espaço de armazenamento para um kit que inclui multi ferramentas, câmara de ar, bomba e desmontas de pneus. Através da tampa de plástico, que protege a localização deste "Day Kit", é possível aceder ao amortecedor e aos seus ajustes básicos: rebound, pressão de ar e modo de compressão.

OS SEUS 150 MM DE CURSO PARECEM MAIS DO QUE NO PAPEL

Os periféricos estão, evidentemente, ao nível desta Linkin Ultimate. A suspensão FOX 36 com acabamento Factory é um verdadeiro luxo em bicicletas desta categoria, com uma rigidez sensacional e muita sensibilidade. Além disso, a fiabilidade e solidez da transmissão SRAM Eagle XX1 está mais do que comprovada.

O espigão telescópico Syncros com 200 mm de curso para o nosso tamanho L é mais do que suficiente para completar um desempenho divertido, eficiente e versátil, as três qualidades que, na nossa opinião, melhor definem esta Linkin 150 Ultimate.

É uma bicicleta que se dirige claramente àqueles que querem um tipo diferente de produto, que é raro ver nos trilhos, mas com um desempenho de alto nível. Trata-se de uma bicicleta com a qual também é possível fazer quase tudo. Gostámos muito deste modelo versátil com um toque de irreverência para as descidas.

RESUMINDO

Uma bicicleta completa. É versátil, eficiente e muito divertida.

A sua tecnologia está um passo à frente de muitas das marcas rivais, até porque funciona, e bem! É equilibrada, rápida e esteticamente muito elegante. 

FICHA TÉCNICA

[QUADRO] BOLD Linkin Carbono HMX, IST VP [AMORTECEDOR] FOX Nude Factory EVOL Trunnion. DPS Kashima [SUSPENSÃO] FOX 36 Float Factory Grip 2 Air Kashima, 150 mm / Offset 44mm. [PEDALEIRO] SRAM DUB PF92. [DESVIADOR] SRAM Eagle XX1 AXS. [MANÍPULO] Controller SRAM Eagle XX1 AXS. [CASSETE] SRAM XG-1299 10-52. [CORRENTE] SRAM XX1 Eagle. [TRAVÕES] Shimano XTR M9120 4 pistões 203/180 mm. [DIREÇÃO] Syncros-Acros, ângulo ajustável +-0,6º, HS System. [AVANÇO/GUIADOR] Syncros Hixon iC Carbon // 25 mm rise 8º sweep 780 mm. [PUNHOS] Syncros Pro. [SELIM] Syncros Tofino Regular 1.0 / Carris de carbono. [ESPIGÃO DE SELIM] Syncros Duncan telescópico 34,9 mm / 200 mm (tamanho L) . [RODAS] DT Swiss XMC 1501 Spline CL, aro de 30 mm. [PNEUS] Maxxis Minion DHF 2,5’’ / 60TPI / TR EXO. [PESO] 13,5 kg (tamanho L, sem pedais). [TAMANHOS] S / M / L / XL. [PREÇO] sob consulta. [+INFO] Stand Jasma, www.jasma.pt.

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