O nome deste selim é batante comprido, mas proporciona muita informação sobre as tecnologias envolvidas. Começando pela parte final - Superflow - refere-se à reentrância de tipo 3 (na terminologia idmatch) da marca.
Quanto à designação Ti 316, refere-se aos carris fabricados em titânio, uma das versões existentes deste selim, dado que também há com carris em carbono.
O 3D define a técnica de construção da cobertura, que abordaremos mais adiante. Por último, a denominação Novus Boost Evo significa o design do selim, ou seja, uma evolução da versão melhorada em 2020 e destinada a um determinado tipo de ciclista, ou seja, um que tenha uma rotação pélvia posterior. Na prática, é alguém que tenha uma zona lombar com a coluna mais virada para trás. Se te colocares encostado a uma parede sem camisola (com as costas encostadas na parede, bem como os glúteos e os calcanhares) e observares a tua zona lombar, caso sobrar muito espaço entre essa zona e a parede, tens aquilo que é conhecido como rotação anterior. Se a zona lombar estiver colada à parede, é rotação posterior e se sobrar pouco espaço entre a parede e a zona lombar, chama-se rotação neutra.
Como referimos antes, este Novus Boost Evo destina-se a quem tem uma rotação posterior. Possui um perfil ondulado e está disponível numa só largura, a L (145 mm), para um bom apoio dos ísquios. E agora este modelo passa a estar disponível nesta versão com cobertura 3D, a mesma que vimos há um ano no SLR.
A maior parte dos selins com cobertura 3D, tal como este, possui uma camada impressa com tecnologia DLS (Digital Light Synthesis) da empresa californiana Carbon. Basicamente é uma cobertura com uma resina líquida especial sensível à luz ultravioleta que é projetada através de laser, o que solidifica a resina e gera esta estrutura sólida.
Esta técnica proporciona uns acabamentos espetaculares, que são diferentes no modelo SLR. A cobertura tem uma camada interna mais sólida, para um apoio firme, e uma parte exterior mais absorvente, para se adaptar à nossa morfologia. Este design varia consoante as zonas do selim, sendo mais densa atrás e mais absorvente na parte dianteira.
O design 3D é muito eficaz, porque se molda perfeitamente ao nosso corpo desde o primeiro minuto. Além disso, é confortável. No meu caso não tenho rotação pélvica posterior, o meu perfil é mais neutro, por isso as sensações de encaixe não foram perfeitas e na prática é um pouco largo, mas mesmo assim o conforto proporcionado pela cobertura 3D é notório e, graças ao canal Superflow, não senti dores nem adormecimento genital, mesmo em voltas longas. Outro pormenor importante é que esta cobertura proporciona muita aderência e tem uma parte traseira larga, portanto se és daqueles ciclistas que se mexe muito em cima do selim (para a frente e para trás), terás de te levantar ligeiramente para o fazer.
Este selim não é muito leve, mas mesmo assim está dentro da média: 240g. No entanto, é bastante caro! Quanto à lavagem, quando andamos em zonas enlameadas, basta depois dar uma mangueirada e a lama sai facilmente.
Em suma, o Novus Boost Evo 3D é um excelente selim se tiveres rotação pélvica posterior. Se a tua fisionomia for diferente, o SLR da Selle Italia pode ser a melhor opção, dado que é mais leve, estreito e está disponível em duas larguras diferentes. E permite uma maior manobrabilidade nos singletracks técnicos.
O melhor: Cobertura com acabamentos espetaculatres. Absorção.
A melhorar: Preço elevado. Específico para um perfil de rotação pélvica.
Características: Carris Ti 316, cobertura 3D. 145x245 mm. Roscas para acessórios, luz ou radar. Opções: Tamanho idmatch L3, largura L, abertura 3 Superflow. Carris Ti 316 ou carbono (429 €, 210 g). Peso: 240 g. Preço: 339,90 €. +Info: www.selleitalia.com